tag:blogger.com,1999:blog-61804778577533227412024-03-19T08:32:25.744+00:00CINE ARCFilmes de uma vida.Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.comBlogger82125tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-69454222700108257802016-10-17T20:28:00.000+01:002016-10-17T20:28:06.816+01:0088ª Edição dos Academy Awards<div style="text-align: justify;">
A academia surpreendeu duplamente ao consagrar Spotlight como o grande vencedor mas também por ter arremessado tanto galardão a um filme como Mad Max. Salvou-se para The Revenant e sobretudo para Dicaprio a derradeira e merecida estatueta dourada. As seguintes foram as minhas visualizações (e por conseguinte considerações) para este ano:</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWu8TIMLkG7q1NCNPuSo_9C7omqdqi7RWKR1rSN1sqN1of6yJFWdH8FQ3_ukYq6HLdy3HG9CmCVPQdIk2CEr5_PSCzfg4a0D0BhL90CNWJd-6ob_nxqJBKLKbKoZecHwkV00uFDGEeues/s1600/The_Revenant_2015_film_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWu8TIMLkG7q1NCNPuSo_9C7omqdqi7RWKR1rSN1sqN1of6yJFWdH8FQ3_ukYq6HLdy3HG9CmCVPQdIk2CEr5_PSCzfg4a0D0BhL90CNWJd-6ob_nxqJBKLKbKoZecHwkV00uFDGEeues/s320/The_Revenant_2015_film_poster.jpg" width="215" /></a></div>
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<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>The Revenant</b></span> - De novo em grande destaque Alejandro G. Iñárritu, depois de Birdman este meteórico realizador volta a arrebatar pelo segundo ano consecutivo o Óscar de melhor realizador. Os principais papéis ficaram entregues a Leonardo Dicaprio e ao também em ascensão meteórica Tom Hardy. Espartilhado entre o poderio mediático de Spotlight e a qualidade técnica de Mad Max, The Revenant saiu da grande noite de gala com três Óscares no bolso tendo sido o segundo filme com maior número de conquistas mas ainda assim, após doze indicações, como o grande derrotado da cerimónia. Nota: A seguinte review foi redigida antes das premiações da academia.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Para mim o grande favorito à conquista do grande galardão da academia e talvez o consiga. Iñárritu já se instalou definitivamente como um dos grandes, senão o melhor, realizador da atualidade. Os planos são viscerais, introduzem-nos na dinâmica do filme a um ritmo frenético sem que nos damos conta! A criatividade deste realizador está para já num grau esplendoroso e a roçar os 100 graus Fahrenheit. Inevitavelmente candidato a replicar o seu triunfo com Birdman. Consideremos portanto para já, realização e montagem como dois pilares estruturais de inequívoca qualidade e ambos, capazes de materializarem a sua nomeação.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
M<span style="font-family: Calibri;">as logo de seguida embrenhamo-nos na fotografia do filme – sublime, de uma beleza estonteante ainda que jogando com uma paleta de cores reduzida. O branco da neve é Zeus na tela e o rubro sangue que a tinge Ares. A beleza captada é toda ela um hino a Afrodite e se num plano de dimensão divina nos encontramos, o mesmo será dizer que também aqui The Revenant será um forte candidato a ter em conta. O trabalho de caracterização sobretudo, mas também a direcção artística coadunam na formulação de uma plataforma cénica de indiscutível qualidade.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">M</span><span style="font-family: Calibri;">as o sumo não se esgota aqui: Leonardo Dicaprio conseguirá provavelmente arrecadar de uma vez por todas o Óscar que teima em lhe virar as costas. Dicaprio arrasta-se filme adentro, literalmente, de garganta quase que dilacerada e apresentando-se extremamente eficaz em momentos de flagrante impotência. Como a cena em que é obrigado a assistir à morte do filho, estando ele próprio quebrado na sequência de um duelo com um urso. Penso e desejo que seja desta, não destituindo de modo algum o valor de Eddie Redmayne o qual calculo que seja o maior adversário de Leonardo Dicaprio. De referir ainda que Tom Hardy também vive dias áureos e assumiu-se como uma grande surpresa estando irreconhecível na sua personagem.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">A</span><span style="font-family: Calibri;"> narrativa essa poderá ser o vértice menos poderoso do filme…incapaz de uma dinâmica palpável, limita-se a oferecer-nos a luta de Glass com um urso e o duelo pela sobrevivência que daí advém. Estarei a minimizar um pouco a densidade do enredo mas é certo que apesar de todos os atributos deste filme, The Revenant é excessivamente longo para o enredo que nos dispõe. Admirável este The Revenant mas não perfeito. Quanto a mim o melhor filme do ano ao lado de The Martian.</span></div>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>The Martian</b></span> - Ridley Scott volveu à ribalta com filme sobre a exploração espacial incutindo-lhe uma essência apetecivelmente descontraída. Matt Damon, o principal rosto, representa ao lado de nomes como Jéssica Chastain; Kristen Wiig; Jeff Daniels ou Sean Bean. Recolheu sete indicações, não efetivou nenhuma.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Para mim o maior injustiçado do ano. The Martian apresenta-se bem articulado, de índole descontraído mas sabendo como alterná-la devidamente com momentos bem mais tensos. A narrativa de resto vai explorar mais do mesmo mas reinventando-se e oferecendo ao espetador uma nova abordagem. A representação é assertiva e diria mesmo que o papel quase que foi redigido a pensar em Matt Damon atendendo à forma em que este tão bem lhe assentou. Tecnicamente também muito bom, reconheço no entanto que tanto nas categorias técnicas como nas demais a competição era feroz e em muitas ocasiões The Martian me pareceu o segundo melhor aqui, o segundo melhor ali - algo que obviamente não lhe foi suficiente para se impor em Hollywood. Restou-nos um trabalho que sabe como entreter e cativar a audiência. Talvez não tenha sido também o momento cronológico mais favorável ao lançamento desta obra, atendendo a filmes como Interstellar ou Gravity que repescaram tão recentemente a temática espacial deixando provavelmente uma margem de manobra mais apertada ao labor de Scott e companhia.</div>
</li>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1FooxcJAIFnASYjratg6gymh_hEDdLXZ5oRytUJE4O-qHpnSsg3E2XVeJWdLyKGcglzItnB3PaB3WNI3YbR-AjZXIx5n4cLG3V5i0MwysbbT4i3lVN-HAvzVGdNfYcWg6OZLv-P0ziPs/s1600/Mad_Max_Fury_Road.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1FooxcJAIFnASYjratg6gymh_hEDdLXZ5oRytUJE4O-qHpnSsg3E2XVeJWdLyKGcglzItnB3PaB3WNI3YbR-AjZXIx5n4cLG3V5i0MwysbbT4i3lVN-HAvzVGdNfYcWg6OZLv-P0ziPs/s320/Mad_Max_Fury_Road.jpg" width="207" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>Mad Max: Fury Road</b></span> - Dirigiu George Miller. Tom Hardy; Charlize Theron e Nicholas Hoult os nomes mais sonantes. Conquistou o maior número de estatuetas douradas (6) em dez nomeações. Um dos vencedores indiscutíveis.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Sou sincero, a mim surpreendente resultado o adquirido pela película levada a cabo por Miller. Isto, atendendo ao género do filme e a um enredo que não me pareceu suficiente para o içar até ao estatuto de um dos melhores filmes do ano. Atenção no entanto à qualidade técnica e ao entretenimento proporcionado por este filme, ambos vetores indiscutíveis. Mad Max é uma verdadeira concentração de adrenalina com uma ação frenética que nos agarra e projeta num rodopio de emoções do início ao fim. Os efeitos visuais, sonoros, todo o ambiente cénico e caracterização são realmente formidáveis. As personagens defendidas por atores carismáticos asseguram que o pendor qualitativo não decresce e a poderosa montagem escudada por uma realização visionária justificavam a meu ver todas as indicações e todo o louvor que este trabalho merecia em cenário de nomeações.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Todavia espantou-me que Mad Max tivesse transposto as minhas expectativas de uma forma tão cabal: o trabalho performativo é funcional mas não está acima da regularidade; a história ainda que original segue no encalço de um trabalho transato e o argumento investe na acção mas não na profundidade apenas atingida quando se desenvolvem espaços e personagens. Considerando a panóplia de adversários, tenho a conjuntura adequada para uma vez mais assumir a minha surpresa face aos resultados deste Fury Road sem que coloque em causa de algum modo o seu valor.</div>
</li>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>The Bridge of Spies</b></span> - Voltou à carga a dupla Steven Spielberg e Tom Hanks. Venceu numa categoria, estava apontado a seis. Nota: <i>Review</i> redigida antes da cerimónia.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
A dupla Spielberg/Hanks surge com uma nova aposta, desta feita biográfica mas sem necessariamente se afastar muito do cenário beligerante. A Alemanha de resto volta a ser mote para o realizador que tanto dela extrai para as suas obras. O filme recolheu de resto 6 nomeações da academia, sendo um dos candidatos à conquista do galardão mais cobiçado mas não tenho dúvidas de que nesta corrida The Bridge of Spies corre por fora – trata-se de uma obra cujo baluarte mais vigoroso incidirá na força narrativa e em todo o ambiente cénico e figurativo disposto. Tudo o resto queda-se num registo um pouco mais cinzento.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
N<span style="font-family: Calibri;">a representação Tom Hanks continua a enveredar por papéis onde apenas cumpre os serviços mínimos. Foram tantos os filmes deste actor em que me vi maravilhado pelas suas capacidades performativas que não posso deixar de esboçar algum desagrado perante o seu Donovan e sobretudo perante esta sua fase de carreira onde quase que desde o início do novo milénio o tenho visto a decair. É certo que trata-se de uma obra biográfica e compreende-se a necessária moderação que deve assentar na abordagem a uma personagem deste género mas ainda assim faltou, uma vez mais, chama, expressão, entusiasmo ainda que aqui e ali Tom tenha repescado alguma vibração mais emotiva.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">S</span><span style="font-family: Calibri;">pielberg por seu turno também me parece distante dos seus tempos áureos – o homem parece ter perdido a sua irreverência, criatividade e por conseguinte, novidade. Escuda-se numa narrativa sóbria e realista e quase que nos apresenta um documentário cantado, embelezado pela mestria da sétima arte e fá-lo com valor é certo. Mas também é certo que basta observar outros trabalhos contemporâneos para perceber que Spielberg não está pelo menos para já a conseguir acompanhar o poderio fulgurante de alguns colegas seus homónimos que se introduziram recentemente no panorama cinéfilo como Iñárritu.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">A</span><span style="font-family: Calibri;">inda assim, temos aqui em foco um trabalho sério e interessante pela sua densidade biográfica e histórica, com um enredo que revolve em torno da guerra fria que gera os seus conflitos por detrás de uma cortina tensa, através de espiões e acções que se querem longe da atenção mediática. Neste contexto The Bridge of Spies introduz-nos o trabalho de um homem que procura solucionar o impasse diplomático travado pelas duas grandes potências de então, numa troca de espiões que obviamente não veem essa sua condição reconhecida. </span></div>
</li>
</ul>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>The Big Short</b></span> - Realização de Adam McKay, registou os contributos performativos de Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling e de Brad Pitt. Recolheu cinco nomeações e uma estatueta dourada num ano de elevada dispersão Oscariana. Nota: <i>review</i> anterior à data da grande cerimónia.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Este será um daqueles filmes que daqui a uns meses certamente irei dizer: "The Big Short? Gostei sim mas…não me lembro de grande coisa”. E não estou a tentar menosprezar aquele que foi seguramente um dos melhores filmes do ano, vejamos, o argumento está num muito bom plano, repleto de personagens, diálogos e de todo um cruzamento de elementos assaz bem conseguido. Joga num tema bastante recente e sensível como a crise económica de 2008, evidencia demasiados pormenores para uma compreensão plena daquilo que nos está a ser transmitido mas colmata esta deficiência com momentos de interrupção no seguimento narrativo com as personagens a explicarem-nos o que se passa, exemplificando-o por vezes com situações cómicas – uma bela jogada que teve como maior fruto a elevação do argumento em qualidade. A realização e a forma como o filme foi montado é outro grande ponto a favor do filme que acaba por atingir a sua tríade vanguardista com a representação e aqui, o já veterano Christian Bale relembra-nos uma vez mais do seu talento nato, mesmo sob um foco que teve de se dispersar no campo performativo dada a quantidade de atores em cena. </div>
</li>
</ul>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwqwiJCGbe4RYMvOYsH9hNHeearCQOWroyts3R7gQZ6l-mKb-_7Nk_GOHUgek1bQsy9RRAgPFhTO2W5cmBW9-59Lj2B5nz6u3P6UzvhOJ6RxRrs4XX9ipVFMUOdO0F9CVjeQSkV4of4C8/s1600/Room_Poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwqwiJCGbe4RYMvOYsH9hNHeearCQOWroyts3R7gQZ6l-mKb-_7Nk_GOHUgek1bQsy9RRAgPFhTO2W5cmBW9-59Lj2B5nz6u3P6UzvhOJ6RxRrs4XX9ipVFMUOdO0F9CVjeQSkV4of4C8/s320/Room_Poster.jpg" width="215" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>Room</b></span> - Lenny Abrahamson dirigiu contando nos principais papéis com Brie Larson; Jacob Tremblay e com Joan Allen. Conquistou uma estatueta dourada em quatro possíveis. Nota: redação anterior à cerimónia.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Até parece estranho, este filme ter encontrado espaço suficiente para se apertar entre filmes que foram montados a partir de orçamentos galácticos. Mas ainda bem que assim o é, ainda bem que a academia de quando em quando consegue dignificar um trabalho como este. Room retrata a história de um menino que cresce numa divisão exígua e a está confinado, convencido de que a realidade sugerida pela televisão é toda ela uma fantasia. O enredo segue daqui para a desconstrução de toda uma matriz conceptual deturpada resultando numa colisão traumática, tanto para o miúdo como para a mãe – escusado será dizer que o elo de ligação entre mãe e filho será o pilar central e estrutural do filme.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A<span style="font-family: Calibri;"> história é portanto chocante mas ao mesmo tempo crua, não procura incidir grande carga dramática na tragédia em si mas reserva-a para outros momentos – o resultado mais importante disto mesmo será a humanização do retrato montado em torno da vivência dentro do pequeno compartimento mas sobretudo a meu ver, da caracterização feita à personagem de Old Nick, um homem de traços comuns mas de índole doentia.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">A</span><span style="font-family: Calibri;"> realização esteve bem, com uma objetiva inteligente e assertiva em momentos-chave e a banda sonora embelezou o campo sonoro do filme numa sinergia bastante interessante. Mas foi sobretudo a representação através de Brie Larson e do pequeno Jacob Tremblay que elevou este filme a qualquer coisa mais especial.</span></div>
</li>
</ul>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMxl8h1gpwWlRUcuTOKLRcwcKhmUW4ncwZkcTz90JuD-_iTKvuJqhCbqIAAIP3p8LUDv2BwnTyZozEslA7srnY9L4HmvO2zhPOvDm4Xrk_oyUqIwOhxEIq9MeBrEII6hDI2MTC4J73f3w/s1600/Spotlight_%2528film%2529_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMxl8h1gpwWlRUcuTOKLRcwcKhmUW4ncwZkcTz90JuD-_iTKvuJqhCbqIAAIP3p8LUDv2BwnTyZozEslA7srnY9L4HmvO2zhPOvDm4Xrk_oyUqIwOhxEIq9MeBrEII6hDI2MTC4J73f3w/s320/Spotlight_%2528film%2529_poster.jpg" width="215" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>Spotlight</b></span> - Arquitetado por Tom McCarthy, munido no cast por nomes sonantes como Mark Ruffalo; Michael Keaton e Rachel McAdams. Foi o grande vencedor da noite ainda que triunfando em apenas duas categorias. Estava indicado a seis.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Não vou negar que se trata de um filme sóbrio, realista e bem feito. Muito votado à forma como Hollywood tem degustado trabalhos mais contemporâneos, muito espartilhados com nuances dramáticas nunca de dimensão significativa e um conceito de clímax que afoga o mesmo ao longo da trilha.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Confesso como já disse aqui e tantas vezes que este não é o tipo de filme que eu realmente aprecio. Não será portanto de estranhar dizer que não me encontro em sintonia com a academia no que tocou à atribuição do maior galardão a este trabalho. Mais a mais quando a temática é tão sensível e nos é disposta de uma forma tão crua e diria mesmo que superficial. Num pequeno parágrafo típico de confessionário admito ainda que acredito piamente que o triunfo de Spotlight deve-se muito mais a um casamento feliz entre a academia e os <i>media</i> do que propriamente à real valorização artística dos trabalhos que estavam este ano em cima da mesa. Ainda uma boa referência à prestação de Ruffalo, o qual se defendeu numa cena de forma bastante positiva - também me agradou o facto da sua personagem se afirmar como descendente de portugueses.</div>
</li>
</ul>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnlNdKTja1qg0WkomUM-i3tgLK33km67sa6_cxKyBSKytiro5k2aq6dIGLF5Gr73UxwctkW4b15y3-zKiYrA-mLO_p8vpahbz61_FQVUTgT7LBDgq-do57aU7fb4hCRxDGb9Qxq1FbTS0/s1600/The_Danish_Girl_%2528film%2529_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnlNdKTja1qg0WkomUM-i3tgLK33km67sa6_cxKyBSKytiro5k2aq6dIGLF5Gr73UxwctkW4b15y3-zKiYrA-mLO_p8vpahbz61_FQVUTgT7LBDgq-do57aU7fb4hCRxDGb9Qxq1FbTS0/s320/The_Danish_Girl_%2528film%2529_poster.jpg" width="215" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple; font-size: x-large;"><b>The Danish Girl</b></span> - Tom Hooper dirigiu contando com Eddie Redmayne; Alicia Vikander e Matthias Schoenaerts como as suas mais relevantes peças de xadrez. Recolheu quatro nomeações e conquistou um galardão. Nota: <i>review</i> anterior à cerimónia.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Redmayne apresenta-se como um bom vinho, maduro, de textura, cor e sabor absolutamente requintado. A dupla performativa esteve de resto formidável e este jovem ator depressa irá firmar o seu nome como um dos principais maestros da sua profissão. A carga emocional e dramática transmitida está credível, bem manuseada, sem exageros mas ao mesmo tempo visceral. A própria condução narrativa de resto contribui para formular um trabalho condigno, apelando à nossa tolerância, à nossa compaixão e convidando a sentirmo-nos um pouco na pele de alguém que se viu numa situação existencial – mas também social – terrivelmente complexa para os seus dias.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A<span style="font-family: Calibri;"> direção artística, caracterização, figurino, fotografia e acompanhamento da trilha sonora completaram o quadro qualitativo de maior relevo. Talvez um dos filmes mais interessantes que pude sorver de 2015 até ao momento.</span></div>
</li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-34979055831838766502016-10-17T03:25:00.001+01:002016-10-17T03:33:50.993+01:00Hollywood, na Sombra dos Vencedores (Década de 50)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>Sunset Boulevard</b></span> (1950) - Batuta nas mãos de Billy Wilder, estrelaram William Holden; Gloria Swanson e Erich Von Stronheim. Arrecadou três estatuetas douradas entre onze nomeações da academia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Talvez a palavra entardecer faça todo o sentido quando aplicada no fundo a um dos motes mais relevantes do enredo: a decadência de uma estrela de cinema e o impacto da fama no seu espírito. A história principia com Joe, um argumentista endividado e de certo modo arredado de um bom trilho profissional, o qual numa tentativa de reverter a sua situação se irá deparar com duas outras personagens predominantes: Norma Desmond e Betty Schaefer. Também estas vinculadas à sétima arte ainda que colocadas sob perspetivas completamente divergentes – Norma Desmond é uma actriz envelhecida, afastada da representação desde que o cinema ganhou voz e Betty, uma jovem secretária da Paramount mas que ambiciona vir a ser uma boa argumentista. Outro ponto divergente será o facto de Norma viver para as luzes, para as <i>cameras</i> enquanto que Betty é indiferente à atenção dos holofotes. Joe será o vértice de um triângulo que depressa<span style="margin: 0px;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">adquirirá contornos amorosos, emanando a sua personalidade um pico de carência face às adversidades pelo que encontrará em Norma uma protecção monetária mas que por outro lado não deixará de acentuar o sentimento de que Joe é também ele decadente. Será fácil daqui interpretar que para Joe, afectivamente Norma não passa de uma sombra narcisista do passado, alheia à realidade deixando-se enamorar por uma Betty mais jovem, bonita, detentora de uma fibra indubitavelmente mais realista.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">N</span><span style="font-family: "calibri";">ão vou negar que até apreciei este trabalho com algum gosto: enverga um ambiente misterioso e corrompido, principia imediatamente com uma fatalidade cuja tarefa maior da narrativa será arquitectar todo o percurso até àquele ponto inicial; oferece-nos bons trabalhos performativos (como o de Gloria Swanson, cuja actuação é altamente teatral mas contextualizada com a índole da personagem que lhe foi aqui incumbida) e sobretudo pela construção narrativa e pelo carisma das personagens. Ainda assim em matéria de estruturação e nível performativo cai para mim atrás de All About Eve – curioso que em ambos os casos temos uma temática que utiliza um universo comum.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>A Place in the Sun</b></span> (1951) - Realização sob a alçada de George Stevens. Conta com Montgomery Clift, Elizabeth Taylor e Shelley Winters nos principais papéis. Ganhou seis estatuetas em nove indicações igualando Um Americano em Paris.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Um alpinista social vê-se comprometido pelos seus próprios impulsos e pela incapacidade de planificar melhores resoluções face aos problemas com que se depara. Montgomery Clift volta a desempenhar o papel de um jovem peculiar e ambicioso mas vulnerável no cálculo e refém do desejo e do afecto. A trama essa é bastante linear: George procura no tio um melhor trabalho mas nutre também um certo desejo de se ver integrado em círculos mais distintos, ainda que esta última condição não de forma tão exposta. Porém o nosso protagonista deixa-se levar pelas fragilidades do momento sem antecipar consequências e é neste contexto que se vê apaixonado por Angela imediatamente após ter estabelecido relações sexuais com Alice, o que<span style="font-family: "calibri";"> seria passaporte garantido para um comprometimento sério à época. Mais ainda se a rapariga engravidar. Foi o caso! Perante o desespero de Alice</span><span style="font-family: "calibri";">, George vê-se pressionado e no medo de perder a mulher e o estilo de vida com que sonhara acaba por planear afogar aquela que na prática era a sua namorada. Esta sua vida dupla culminará com um julgamento interessante e bem arquitectado mas que, perante uma acusação incansável, depressa se tornará de conclusão fácil. A história funciona bastante bem e a personagem de George Eastman retratada por Clift está indubitavelmente apetecível, misturando-se com o carácter torpe uma consciência que por vezes consegue vir à superfície. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">E</span><span style="font-family: "calibri";">lizabeth Taylor, a mítica, contracena com Clift numa química eficaz. A sua postura mais senhorial e o próprio papel incumbido afastam-na no entanto de uma outra projecção sorvendo muito mais as tensões do momento e o verdadeiro destaque no andamento narrativo a personagem de Shelley Winters</span><span style="font-family: "calibri";">.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">A</span><span style="font-family: "calibri";"> banda sonora essa pareceu-me todavia ainda muito modelada, aplicada matematicamente em situações de romance, drama ou suspense mas mais de pendor académico do que propriamente de índole inventiva ou inesperada: a música consegue tornar-se profusamente romântica numa cena em que Clift e Taylor se beijam, mesmo depois das atrocidades imediatamente antes perpetradas pelo nosso homem e com isto foi fácil de notar que, ao contrário de outros trabalhos, foi muito mais a película e a imagem a comandar e a manietar o acompanhamento sonoro do que o campo sonoro a coadjuvar e a suportar de igual para igual o campo visual. Ainda assim este A Place in the Sun recomenda-se e encontra-se temporalmente no pico da carreira de Montgomery Clift (um dos três jovens mais impactantes da sua geração, ao lado de James Dean e de Marlon Brando) e no início da carreira de uma já adulta Elizabeth Taylor – reconhecendo-se no entanto que desde a sua adolescência que a menina prodígio de Hollywood se encontrava em ascensão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: blue; font-size: x-large;">The Bad and the Beautiful</span></b> (1952) - Orquestrou o intemporal Vincente Minnelli. Representaram Lana Turner; Kirk Douglas e Walter Pidgeon. Absorveu cinco troféus em seis possíveis não tendo chegado a estar indicado à categoria mais relevante.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Pareceu-me uma obra bastante inovadora para a altura. A construção narrativa expõe como protagonista um produtor de cinema, de índole por vezes ambígua face às pessoas que lhe são mais próximas mas que ainda assim o admiram. Começa o enredo por agrupar três dessas pessoas, todas elas rancorosas e todas elas previamente abandonadas mas que agora voltam a ser necessárias ao nosso homem: um realizador; uma estrela de cinema e um escritor – todos nevrálgicos à concepção de um bom filme. A partir daqui a tela vai recuperando o passado de Georgia, Amiel e Bartlow, cada um com o seu caminho e com um momento de foque destacado, elevando-se especificamente em mote a sua relação com Jonathan Shields, um produtor verdadeiramente sem escrúpulos. O próprio final está interessante, deixando-nos pendurados com um meio desfecho mas com margem suficiente para interpretarmos a história e arquitetarmos um pouco mais além no campo especulatório.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
N<span style="font-family: "calibri";">ão me deixou este trabalho genuinamente maravilhado mas seguro é que tem qualidade e poderio suficiente para nos entreter duas horas de vida, além do que, considerei-o bem mais entusiasmante do que o vencedor deste ano, o The Greatest Show on Earth.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: blue; font-size: x-large;">High Noon</span></b> (1952) - Dirigiu Fred Zinnemann. Em destaque Gary Cooper, a mais tarde princesa do Mónado Grace Kelly e ainda Thomas Mitchell. Conquistou quatro estatuetas em sete nomeações.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Um Western tenso, com uma rotação cénica e um envolvimento das personagens bem arquitetado. Contém em si fragilidades mas não me deixa de perturbar o facto deste trabalho ter perdido para o The Greatest Show on Earth, sendo que o diferencial do nível entre um e outro é simplesmente espantoso. Mas como disse, esta obra não deixa de expor várias fragilidades, perdendo em estrutura para the Bad and the Beautiful mas vencendo-o pelo carisma. Acredito que (talvez incluindo aqui também Singing in the Rain) a grande contenda seria entre estes trabalhos e nunca envolvendo o pesado e esquecível The Greatest Show on Earth. </div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
High Noon é sobretudo vulnerável na apresentação e no desenvolvimento das suas personagens, concedendo à audiência apenas nuances de <i>backgrounds</i> que seriam à partida relevantes para uma melhor compreensão das personagens e da própria história – também não terá sido feliz o duelo derradeiro, sendo que todo o filme desde o primeiro segundo de trilha focou-se na preparação desse momento depois de um andamento constantemente tenso pelo que era esperado mais: mais ao nível do diálogo entre rivais (inexistente), mais ao nível da dificuldade (deveria ter sido mais complicada a resolução da situação) e mais no próprio campo performativo, onde os grandes antagonistas tendem a cair depressa e sem provocar momentos genuinamente aflitivos ao nosso herói. Contudo, em praticamente tudo o resto High Noon consegue destoar pela positiva, quer no campo sonoro bem conduzido quer sobretudo na edição de imagem e na forma como o realizador resolveu trabalhar a objetiva. A própria história, ainda que lacunosa não deixa de funcionar por conseguir suprimir maiores deficiências com um factor enigmático que parece funcionar. Quanto a mim, o favoritismo com que High Noon partiu para a cerimónia deveria ter-se materializado.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>Roman Holiday</b></span> (1953) - Mais um, dos muitos trabalhos de qualidade projetados por William Wyler. Contou com um elenco também ele de luxo: Gregory Peck; Audrey Hepburn e Eddie Albert. Em dez indicações apenas arrebatou três.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Retrata o conto de fadas entre uma jovial princesa russa em deslocação diplomática a Roma e aparente herdeira ao trono e entre um jornalista americano. A história decorre durante 24 horas e possibilita a Anya, a nossa princesa do sapatinho de cristal, vivenciar experiências leves, simples mas que pela sua condição real lhe estão vedadas. Permite-lhe comer um gelado numa escadaria, dançar numa festa e até viver aquele que é provavelmente o seu primeiro grande amor. Já Joe, inicialmente um homem pouco sensível e pouco ou nada dado ao cavalheirismo, ainda de índole egoísta e calculista, acaba enredado num conto de fadas também este vedado ao comum plebeu cedendo a sentimentos que florescem à medida que a sua consciência ganha terreno e o seu egoísmo retrai. Audrey Hepburn e Gregory Peck são os actores de eleição, concedendo inigualável carisma às suas personagens. Ainda fazendo justiça ao nome que intitula esta obra, Roman Holiday assume-se realmente como uma viagem a Roma transpondo para a tela cena após cena cada um dos seus monumentos mais marcantes e com isto ganhando também um pouco da magia que só uma cidade como Roma pode conceder. Entretenimento leve e recomendável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</li>
</ul>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>The Country Girl</b></span> (1954) - George Seaton conduziu. À proa da representação velejaram Bing Crosby; Grace Kelly e William Holden. Venceu em duas categorias, esteve nomeado em sete.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Talvez a rapariga do campo seja mais humilde, mais fiel e no fundo mais apetecível ao género masculino. Talvez eu não consiga esconder uma certa deceção pela forma como a história atingiu o seu desfecho, mesmo que admitindo a sua pouca ou nenhuma previsibilidade. No fundo o enredo incide sobre um homem cobarde, frágil, alheio à responsabilidade – trata-se de um homem com talento para a grandeza mas sem personalidade para a acompanhar. É a sua mulher o grande pilar, o motor da sua vida e também a mesma o recetáculo para todas as suas faltas perante os de fora. The Country Girl esboça um tipo de amor menos hollywoodesco, mais estranho, cheio de falhas e escolhas que aos que julgam de fora muitas das vezes saberá a amargo mas por isto mesmo não deixa de ser um amor mais humano, mais real. A representação essa está mesmo muito boa, sobretudo Bing Crosby mas também uma Grace Kelly, agora muito menos boneca e muito mais completa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</li>
</ul>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>The Rose Tattoo</b></span> (1955) - Realizou Daniel Mann. Representaram Anna Magnani; Burt Lancaster e Marisa Pavan. Colheu três triunfos e oito indicações.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Extraordinária a interpretação de Magnani auferindo um carisma inegável à personagem que vestiu. O enredo esse demonstra-nos um bairro latino, de origem italiana e bem defendido aqui nos rasgos culturais e nas personagens que ainda que com pouca importância vão definindo o ambiente cénico à medida que nos vão desfilando na tela. Por oposição, o aclamado actor Burt Lancaster pareceu-me muito pouco assertivo no papel de italiano e a sua expressividade exacerbada conferiu-lhe uma tónica mais incomodativa e parola do que propriamente a pretensa do italiano embriagado mas feliz. A narrativa essa incide muito sobretudo na relação entre mãe e filha pulsando como artéria secundária uma mulher que necessita de ser amada e de voltar a amar mas que é culturalmente fiel ao marido falecido. Este The Rose Tattoo contém ainda nuances óbvias de uma excentricidade saudável e em alguns momentos pareceu-me genuinamente um trabalho mais próximo de uma cinematografia italiana do que propriamente americana. Recomendável.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>The King and I</b></span> (1956) - Walter Lang esteve por detrás da objetiva e Yul Brynner; Deborah Kerr e Rita Moreno são os principais rostos na tela. Arrecadou cinco troféus em nove possíveis.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Um musical exótico com uma abordagem humorística interessante. Contém uma ou outra cena de um outro nível artístico, nomeadamente a representação teatral prestada à embaixada inglesa. A nível afetivo o filme retrata possivelmente o embate cultural entre duas formas de envolvimento bastante distintas e como tal acabamos por derivar num rio pouco objetivo, sem demarcado sentido e sem qualquer tipo de materialização física – no entanto vislumbra-se algo bastante real ao nível platónico, por mais controverso que isto possa soar. É um trabalho interessante mas não dos meus favoritos – reside a perfeita noção de que daqui a um ano ou dois pouco restará desta visualização na minha memória. Também as músicas pouco me cativaram – superiores os planos de diálogo. Magistral sim o trabalho de Yul Brynner, a meu ver bem premiado pela academia.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYT20mKx43dAWpnqe5w5jWeyb-fFHKiREQV1MHkDP9EZwciU-lfj6d-M6kfR09HOZt-oNZ_DbyYJXLV9aHvCNr2pHBXlwJHqmtD9Nxuhw2-CsiqxOyZSl_AOOcgbC6IAt5-r4d807TAB8/s1600/MV5BMjAxMDIyOTIwMF5BMl5BanBnXkFtZTgwMjk0MDgyMTE%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYT20mKx43dAWpnqe5w5jWeyb-fFHKiREQV1MHkDP9EZwciU-lfj6d-M6kfR09HOZt-oNZ_DbyYJXLV9aHvCNr2pHBXlwJHqmtD9Nxuhw2-CsiqxOyZSl_AOOcgbC6IAt5-r4d807TAB8/s1600/MV5BMjAxMDIyOTIwMF5BMl5BanBnXkFtZTgwMjk0MDgyMTE%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>Sayonara</b></span> (1957) - Orquestrou Joshua Logan, representaram nomes como Marlon Brando; Ricardo Montalban e Patrícia Owens. Quatro Óscares, dez nomeações.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Segue no encalço da atração asiática que se faz sentir nesta altura por Hollywood. Não tem quanto a mim um desempenho performativo tão original e deslumbrante como aquele que podemos sorver em The King and I mas por outro lado descreve-nos uma história de amor mais concreta e de contornos tanto apetecíveis quanto improváveis. A história incide portanto sobre a presença estadunidense num Japão derrotado após a segunda grande guerra e demonstra como alguns dos seus soldados se apaixonam pelas exóticas nipónicas resultando daí um autêntico choque civilizacional onde o próprio seio militar tenderá a dificultar ao máximo a vida dos seus homens ali enamorados. Significativo e deslumbrante é o papel de Marlon Brando, genuinamente um dos melhores actores deste período – apesar de tudo considerei a personagem por vezes frígida e com pouca objetividade na sua expressividade, sobretudo num ponto mais avançado da trilha. Ainda assim o carisma é irrefutável, assim como a qualidade performativa.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>The Defiant Ones</b></span> (1958) - Realização a cargo de Stanley Kramer e principais rostos oferecidos por Tony Curtis; Sidney Poitier e Theodore Bikel. Recolheu dois homens dourados, viu sete fugirem-lhe das mãos.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Gostei bastante, um trabalho que fez justiça ao seu nome: audacioso. Retrata a fuga de dois homens completamente antagonistas entre si, até mesmo na aqui relevante coloração da pele mas que se veem conjuntamente agrilhoados e por conseguinte com um objetivo comum que inevitavelmente os força a remarem no mesmo sentido. Aqui a lógica promete-nos desde lado evidenciar a construção de uma amizade improvável, o que concede um caráter sociológico importante à mensagem que o filme procurou transmitir.</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Também foi com agrado que assisti ao desfilar de situações em que ambos os homens podiam ter seguido caminhos opostos a partir de determinado momento mas os mesmos veem-se incapazes de quebrar o laço entretanto criado e forte o suficiente para se sobrepor ao próprio interesse individual. Ainda uma muito boa referência a Curtis e a Poitier, cuja química performativa é um dos grandes baluartes qualitativos presentes nesta obra.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-size: x-large;"><b>The Diary of Anne Frank</b></span> (1959) - George Stevens voltou a ter que se contentar com a medalha de prata pela segunda ocasião na mesma década, Millie Perkins; Joseph Schildkraut e também mais uma vez Shelley Winters em destaque. Venceu em três categorias, perdeu em cinco.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
É curioso nos tempos modernos não assistir a nenhum remake de arromba de uma obra literária tão revestida de interesse. Não obstante, o trabalho de 1959 vai vingando. Confesso que li umas meras páginas do livro e não sei até que ponto o retrato cinquentista foi fiel ao livro mas não deixei de admirar o esforço empreendido. Em primeiro lugar pela disposição das personagens, confinadas a um espaço limitado e o tempo de trilha foi suficiente para atentar nas variações que ocorrem sobretudo em redor de Anne, a qual mesmo num cenário de terror consegue ver florir o amor com um rapaz que inicialmente até se sentia mais cativado pela sua irmã. A relação de ambos é de resto um dos grandes eixos motores do filme e serve a conduta de Peter Van Daan (Richard Beymer<span style="font-family: "calibri";">) para, através da sua perceção, incutir na audiência a sensação de que Anne Frank se veio a transformar naquele espaço. Mas creio que aqui algo falhou – eu não senti essa transformação em Anne, algo que é inclusive uma das grandes mais valias do seu diário: mostrar-nos uma Anne mais inocente que vai tomando noção de uma realidade mais terrível e vendo-se assim forçada a uma maturação que é facilmente reconhecível nas próprias linhas por esta redigidas. A actriz foi quanto a mim muito linear na sua entrega ao papel. Pecou o filme ainda por não ter sabido aproveitar um pouco melhor toda a tragédia da situação, sobretudo quando é sabido que os indivíduos retratados foram descobertos muito pouco tempo antes da Alemanha ser derrotada. Venceu sim o gato. Fenomenais pelo menos dois dos momentos de tensão protagonizados pelo felino – o meu coração simplesmente parou de bater com a mestria com que a cena foi dirigida. Bom trabalho mas insuficiente para evitar a conquista impressionante de onze troféus pelo Golíaco Ben-Hur.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Menções Especiais:</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: blue;">Rebel Without a Cause</span></b> (1955) - Indicado a três estatuetas não tendo materializado nenhuma, esta película de Nicholas Ray contou com as prestações de Sal Mineo, Natalie Wood e o intemporal James Dean. Intemporal será também este filme, perfeitamente digestível nos tempos correntes e com um carisma único. Bastante focado nos jovens, nas suas disputas e rivalidades, no amor que floresce entre Stark e Judy e ainda no conturbado seio familiar de Stark. O andamento do filme, a narrativa e o envolvimento das personagens tornam este trabalho em entretenimento directo e apelativo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: blue;">East of Eden</span></b> (1955) - O conceituado Elia Kazan pegou na obra do também conceituado John Steinbeck e ainda na estrela emergente James Dean, coadjuvado por Raymond Massey e Julie Harris (Dean adquiriu aqui a sua primeira indicação da academia). E foram para além desta mais três indicações colhidas sendo que apenas uma se materializou. A temática circunda no entanto muito próxima daquilo que havia vislumbrado em Rebel Without a Cause, alterando-se sobretudo o ambiente cénico: todavia voltamos a ter em mote um seio familiar perturbado e desta vez um envolvimento amoroso que coloca em conflito os dois irmãos ao invés de um jovem rival sem parentesco. A representação de James Dean é fantástica, realista e a meu ver revolucionária para a altura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: blue;">The Ten Commandments</span></b> (1956) - Apenas os efeitos especiais salvaram este filme épico de uma total derrota. Seis foram as indicações que não almejaram ultrapassar esse estatuto e Charlton Heston nem sequer logrou uma nomeação pelo seu trabalho performativo. Yul Brynner e Anne Baxter acompanham-no na proa do elenco dirigido pelo mítico Cecille B. deMille. É-me difícil compreender o que terá falhado para este colosso não ter ido um pouco mais além na conquista de galardões, sobretudo atendendo ao facto inegável deste filme ter amadurecido bem e ter conseguido transpor os desígnios do tempo, impondo-se como uma obra cinematográfica de peso, relevo e gabarito. É fácil de constatar anacronismos e uma recriação histórica que para os dias de hoje deixaria um tanto ou quanto a desejar mas para a altura não penso que este The Ten Commandments se cotasse abaixo de qualquer homónimo. Uma aventura épica que é capaz de agarrar o espectador e de o entreter do início ao fim.</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-66055712987649907612016-06-28T12:44:00.000+01:002016-06-28T12:44:28.305+01:00Hollywood, Na Sombra dos Vencedores (Década de 40)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqw7OfL9pTe4sb0HqkQ71MkmtrbC_V04NPHOVctJq4ihNgDaK4TDPWjpKQAeeBNJ1-5K5aYg5JrYhT1UdvM3_g8vLsaIrUEEllbsPhOUebvXzr281W05tJufipQ7_8-xYn7xGd7cdTMRo/s1600/large_mIk2ferK0lPgTaiAfoI5KvHmUCz.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqw7OfL9pTe4sb0HqkQ71MkmtrbC_V04NPHOVctJq4ihNgDaK4TDPWjpKQAeeBNJ1-5K5aYg5JrYhT1UdvM3_g8vLsaIrUEEllbsPhOUebvXzr281W05tJufipQ7_8-xYn7xGd7cdTMRo/s320/large_mIk2ferK0lPgTaiAfoI5KvHmUCz.jpg" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>The Grapes of Wrath</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1940) - John Ford comandou e dispôs na vanguarda Henry Fonda; John Carradine e Jane Darwell. Nomeado para sete Óscares, arrecadou dois.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Poderoso na sua nostalgia, conta com um elenco dramático mas completamente afecto a uma aura mais realista. Os actores protagonizam por turnos, momentos bastante intensos na sua representação e aos quais será difícil quedarmo-nos indiferentes. Especial referência aos actores secundários: Jane Darwell, capaz de encarnar uma mulher de força mas tremendamente nostálgica e impotente perante a desagregação que atinge a sua família; John Qualen que com um breve tempo de tela exibe uma performance dramática de um homem no limiar da loucura, confuso e perdido por entre raízes ao vento e uma realidade abrupta que não compreende e é claro, John Carradine no papel de um Casy, um ex-pastor agora também ele à deriva mas o qual ainda se consegue reformular para acompanhar os novos tempos ainda que sem em momento algum se desconstruir em valores. Henry Fonda, o actor protagonista, quanto a mim até caiu performativamente atrás dos seus homónimos mais secundários e isto, sem lhe tirar mérito, apenas revela a força qualitativa do </span><i><span style="font-family: inherit;">cast</span></i><span style="font-family: inherit;">.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A história essa é munida de uma profundidade e de um engenho de mérito, não estivesse na sua génese o trabalho maior de John Steinbeck. As linhas narrativas de maior relevo assentam na confrontação entre os novos e os velhos tempos, expondo o meio rural estadunidense em inícios do século XX, empobrecido e vulnerável à voraz industrialização que insensivelmente arranca raízes e destrói famílias. Coloca em evidência a desagregação familiar perante um choque tão violento, mesmo que essas pessoas tendam a rumar juntas: cada elemento da família deixa de exercer um determinado papel transato e isso atinge letalmente toda a estrutura da família. Os velhos mostram-se confusos e aversos à mudança e demasiadamente frágeis para sobreviverem à violência da distância e da precariedade que se acentua – deixam de ter lugar no mundo e são terrivelmente empurrados para uma morte mais prematura. Os mais novos mostram-se mais adaptáveis, as crianças não esmorecem nem perdem o seu entusiasmo e enfrentam as dificuldades de uma forma isenta de nostalgia. As gerações intermédias estão confusas mas batalham pela sua sobrevivência. De resto a quantidade de personagens carismáticas construídas nesta obra atinge um número elevado e surpreendente. Toda a mancha textual transportada para o campo visual é profunda, triste e bastante humanizada.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A fotografia a preto e branco está qualquer coisa de fantástica e os efeitos visuais ainda que em escassas cenas, são também eles bastante interessantes. O andamento do filme está sob a batuta de John Ford, o qual venceu na categoria e o qual merecidamente venceria também no ano subsequente. De resto a realização é meticulosa, coloca os elementos nos devidos lugares ópticos e dá maior foco às expressões faciais dos actores sabendo engrandecer os momentos-chave. A intensidade do início do filme com a chegada de Fonda à sua antiga casa, abandonada, entregue a um cenário desolador e sob um temporal ameaçador está a um nível francamente épico. Denotei como maiores fraquezas e apenas em alguns momentos o campo sonoro, sobretudo as vozes que muitas vezes se revelavam como gravações de estúdio. Ainda assim The Grapes of Wrath é uma obra altamente recomendada e superior à esmagadora maioria dos filmes que triunfaram na academia no decorrer da década de 40 – não quero com isto dizer que considere esta obra mais merecedora que o Rebecca de Hitchcock, outro filme de magnífico porte.</span></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsQbIOtUVmyBm-rao5aYM2JC68WL4_Jd0I8DvwQP5SezEGOmK6qDdOrH3VrlqpZd3r1piI77cQ9SXNUrYXzgo7xuny2HUE8OJ1lQGgiz9XYD725_jyXOnf5MZbHf4a6C_3XUULfEu2AIs/s1600/sergeant_york-848054756-large.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsQbIOtUVmyBm-rao5aYM2JC68WL4_Jd0I8DvwQP5SezEGOmK6qDdOrH3VrlqpZd3r1piI77cQ9SXNUrYXzgo7xuny2HUE8OJ1lQGgiz9XYD725_jyXOnf5MZbHf4a6C_3XUULfEu2AIs/s320/sergeant_york-848054756-large.jpg" width="210" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>Sergeant York</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1941) - Realizou Howard Hawks. Representaram Gary Cooper, Walter Brennan e Joan Leslie. Recolheu onze nomeações das quais apenas sagrou duas.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Filme visivelmente já de campanha em época de grande beligerância. Eleva-se em mote a discussão sobre a consciência, a pátria, a religião e os conflitos de interesses aí inerentes. Oferece-nos o enredo uma personagem que pretende assentar, arranjar campo, que procura uma aproximação ao campo religioso e ao sagrado matrimónio: basicamente o bom modelo para a sociedade americana. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O filme tem um andamento por vezes chato e as intenções subentendidas deixam-no logo na minha perceção, imediatamente mais vulnerável. A história de resto não me parece assaz interessante apesar de existirem momentos cénicos positivos. O humor presente é bastante básico, a representação teatral e frágil excetuando um ou outro labor como o de Margaret Wycherly (a mãe de York). Temos portanto em mãos o típico plot da personagem irresponsável que gradualmente se torna num exemplo, num herói: e que neste caso representa uma autêntica ode aos soldados na busca pela glória. York termina famoso, rico e obviamente com a menina. Pobre adversário para um How Green Was My Valley mas ainda assim superior a alguns outros trabalhos bastante premiados à sua década.</span></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0OvTBoE0ppn_S1pK75SP0R98Z8S_w1LqNHuFbdRAiSiUiXxybO4lps4RYX9j3_zINK27aL_G9bPz4MWDfooxKt6gwOW9w6u07N6LSEFFonrh8kwUL0X8IUj99G15Yu_xsolfcZgAyy8Q/s1600/yankee_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0OvTBoE0ppn_S1pK75SP0R98Z8S_w1LqNHuFbdRAiSiUiXxybO4lps4RYX9j3_zINK27aL_G9bPz4MWDfooxKt6gwOW9w6u07N6LSEFFonrh8kwUL0X8IUj99G15Yu_xsolfcZgAyy8Q/s320/yankee_poster.jpg" width="246" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>Yankee Doodle Dandy</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1942) - Obra de Michael Curtiz que conta com as prestações de James Cagney; Joan Leslie; Walter Huston e de Richard Whorf. Terceiro trabalho mais nomeado (8 nomeações), sagrou-se medalha de prata ao arrecadar 3 Óscares.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Filme que teria maior potencial se não se quedasse no flagelo político de então: está também esta obra ligada à Segunda Guerra mundial e à mobilização patriótica dos americanos. Segue de resto as grandes linhas de pensamento de então, de um cinema mais ligado às necessidades sociais do momento, tal qual como o eterno Casablanca ou o rival vencedor deste ano, Mrs. Miniver, trabalhos que não os desvalorizando, não foram isentos o suficiente. Este é muito possivelmente um dos períodos Hollywoodescos mais desinteressantes para mim no que toca à apreciação artística e emocional da obra.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Ainda assim YDD tem uma representação interessante, sobretudo o protagonista; cenários a dignificarem a Broadway e momentos cénicos capazes de entreter o espectador. A primeira metade do filme de resto é bastante satisfatória para o género – perde sim força a partir da última meia hora de trilha, deixando também exposto nesta fase do filme um argumento que pareceu dissidir do ritmo da história, da sua mensagem e conteúdo não evitando tornar-se relativamente atabalhoado a partir do momento em que procurou dar epílogo à história do menino que sempre sonhou representar entrelaçando este objectivo, ou melhor, esta necessidade da narrativa, com os momentos de antena políticos que ganham significativo relevo na fase derradeira do filme.</span></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj60IhinPSwczOOtgNRmJHbZS3BJslsFinxeaOTLN1NrC9CEsOW4t_qofX98thL-EXmozDdlEUKUrW0vnqlzykzIPnV3RFiYN3zPYcGKtx4W31Qj11aB2r-L1UXr_Ey0hh9yTR-fTS892I/s1600/the-song-of-bernadette-movie-poster-1020267193.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj60IhinPSwczOOtgNRmJHbZS3BJslsFinxeaOTLN1NrC9CEsOW4t_qofX98thL-EXmozDdlEUKUrW0vnqlzykzIPnV3RFiYN3zPYcGKtx4W31Qj11aB2r-L1UXr_Ey0hh9yTR-fTS892I/s320/the-song-of-bernadette-movie-poster-1020267193.jpg" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>The Song of Bernadette</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1943) - Henry King na realização; Jennifer Jones, William Eythe, Charles Bickford e Vincent Price os rostos maiores. Presumível medalha de ouro na cerimónia colhendo maior número de nomeações e consagrando também maior número de estatuetas, perdeu na derradeira categoria para o mítico Casablanca.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Ver este filme é como ver transposta para a grande tela a aparição de Fátima aos três pastorinhos. Temos em mãos um filme trabalhoso, com a participação de actores carismáticos e devotos ao papel como Jones ou Vincent Price e com uma narrativa interessante, mesmo que exacerbadamente (como não poderia ser de outra forma) religiosa! Confesso que é sempre um grande desafio para um agnóstico de sempre, como é o meu caso, observar e compreender tamanhos esforços de devoção a um conceito que de todo não me é afecto. Mas mesmo assim residem neste trabalho linhas de força que são, no mínimo, suficientes para me fazer abstrair de outro tipo de julgamentos, deixando-me simplesmente derivar isento por uma história bonita e que sabe jogar com as características, crenças e ambições do ser humano. Considero mesmo e até certo ponto, este the Song of Bernadette munido de uma carga mais épica que o intemporal Casablanca.</span></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcFsKDRX2KBe4InatE_rDwOrlXBwd49U2aBnFyeJnc12aIO0VkmmvFICLtXQHzhJ-0i9iRiEU3adlpTg9__duFUbJz48TOlcaxosBXStjZ3NUVOw0DFgQtO3yYkaZfWgmLW8VvbYrKhLE/s1600/Wilson-1944.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcFsKDRX2KBe4InatE_rDwOrlXBwd49U2aBnFyeJnc12aIO0VkmmvFICLtXQHzhJ-0i9iRiEU3adlpTg9__duFUbJz48TOlcaxosBXStjZ3NUVOw0DFgQtO3yYkaZfWgmLW8VvbYrKhLE/s320/Wilson-1944.jpg" width="208" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>Wilson</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1944) - Volta a conduzir Henry King. Charles Coburn, Alexander Knox, Geraldine Fitzgerald e Thomas Mitchell nos principais papéis. Lutou taco a taco com Going My Away mas acabou por ser remetido no segundo lugar com cinco estatuetas consagradas.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Trabalho que acompanha o contexto histórico intenso que se vive neste período. Toda a narrativa envolve-se em torno do presidente americano Woodrow Wilson, montando o retrato de um homem erudito, recto, próximo e emotivo para com o povo e ao mesmo tempo isento de corrupção ou valores mais ácidos. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Praticamente toda a obra é estruturada em torno de discursos patrióticos, quanto a mim claramente vocacionados à legitimação da participação estadunidense no conflito beligerante mais letal da humanidade, a Segunda Grande Guerra. É ainda visível a preocupação em separar os intentos económicos americanos dos motivos que levaram aquela nação a se embrenhar no conflito, prevalecendo aqui o epíteto vinculado aos valores, à liberdade, à vanguarda do bem contra o mal. Todo o filme tem relevo numa análise sociológica ou mesmo política mas em termos cinematográficos considerei todo este Wilson enfadonho, pretensioso e irrelevante para o que aprecio na sétima arte.</span></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhEBdz4fKHm0BtEEZbzaBBtLsZnueHUSrmUibTxE5M8IVWtkBdDkPm4UMs2TKjKVgwboKo4F1Ms3XQR2nEoXxTRw9Zdjz-rFc9dX2g_-IXyplU5u-k_0C8Wmjv9KilrLyGg6ZDEtVgAiU/s1600/553.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhEBdz4fKHm0BtEEZbzaBBtLsZnueHUSrmUibTxE5M8IVWtkBdDkPm4UMs2TKjKVgwboKo4F1Ms3XQR2nEoXxTRw9Zdjz-rFc9dX2g_-IXyplU5u-k_0C8Wmjv9KilrLyGg6ZDEtVgAiU/s320/553.jpg" width="223" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>Spellbound</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1945) - Obra propulsionada por Alfred Hitchcock elevando Ingrid Bergman e Gregory Peck nos principais papéis. Contou com 6 nomeações e apenas uma estatueta dourada numa categoria mais modesta mas mesmo assim foi quanto a mim um dos tesouros a concurso na academia.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Um ano que superficialmente (pois não consumi assim tantas obras deste período) me pareceu ser dos mais interessantes da década de 40. Escolhi o Spellbound de Hitchcock mas poderia ter aqui um National Velvet ou um The Bells of St. Mary’s. Esta obra de Hitchcock faz frente a The Lost Weekend mas quanto a mim sem o destronar, ainda assim colocaria este trabalho facilmente acima de muitos vencedores da derradeira estatueta dourada. Existe todo um clima noir e toda uma aura de suspense plenamente coadjuvada pelo campo sonoro que francamente aprecio! Os actores também cativam, não fossem estes nomes sonantes como Gregory Peck ou Ingrid Bergman (ainda que já os tenha visto entregues a papéis mais demandativos). </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Mas o grande trunfo deste trabalho é inegavelmente aquele plano excêntrico e onírico com a associação óbvia a Salvador Dali: algumas das cenas finais do filme são irreverentes, inventivas, deliciosas. A história essa, ainda que inteligente, pareceu-me em determinados momentos estruturalmente ineficaz. Ainda assim admito que a narrativa foi no mínimo bem conduzida, capaz de esconder o verdadeiro assassino até aos últimos instantes e também capaz de provocar pequenas transformações nas acções das personagens nos momentos adequados. Talvez tenha mesmo sido quanto a mim o célere enlace amoroso que maior estranheza e descrença me provocou na história, pois o mesmo necessitava de maior desenvolvimento antes de mergulhar no imediato campo do amor louco e cego que suplanta todas as mais demais auras negativas como a do assassínio, da mentira ou da doença.</span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5_dKbF-b-ErbQxKf0snDa21e4_vhhCPgxbTRVchdDlxeoWeiInXhgiXp-YtqmabeHi5htSF2hroivAGO67M0S28ZV4PiRlHModArdH5pANOQ17Tew8Ms7VpLoPmG1nS8L1sm4ZATbd2o/s1600/The%252520Yearling%2525201.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5_dKbF-b-ErbQxKf0snDa21e4_vhhCPgxbTRVchdDlxeoWeiInXhgiXp-YtqmabeHi5htSF2hroivAGO67M0S28ZV4PiRlHModArdH5pANOQ17Tew8Ms7VpLoPmG1nS8L1sm4ZATbd2o/s320/The%252520Yearling%2525201.jpg" width="175" /></a></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #990000; font-size: x-large;"><b>The Yearling</b></span> (1946) - Uma vez mais, Gregory Peck no principal papel, prontamente coadjuvado por Jane Wyman; Claude Jarman Jr e por Herbert Stothart. Clarence Brown dirigiu. Recolheu dois dos Óscares a concurso no longínquo 13 de Março de 1947.</span><br />
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Obra que nos conecta à história de uma pequena família votada à agricultura e sobretudo a um pequeno rapazinho que quer muito ter um animal de estimação. Algumas cenas são enfadonhas mas a maioria enverga interesse, acima de tudo pela exemplificação de como era a vida neste contexto: difícil, subjugada ao clima e se alguns detalhes são hoje triviais na nossa vida, naquela altura faziam a diferença. Exemplo disto mesmo é o sonho da matriarca da família que assenta em possuir um poço e com isso um acesso mais fácil à água. Toda a estrutura conceptual está bem arquitectada e os actores oferecem inegável carisma às suas personagens. A figura feminina foi quanto a mim a que ainda assim melhor conseguiu vingar e sempre logrou captar a minha atenção em qualquer cena que participasse.</span></div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2WvMV67QKv29OlTYxPOUTltA2yuL5hnWKML3NrlbFtAvil9uATcmhqd7fRNU1miw04NRMqzJsARnzo1XMsb2_dbgexMM11ZSR9Ew6bOAR1WQMeIPhLTg9K2aP_3TToz-hAz68j-FvvR4/s1600/miracle_on_34th_street_1947_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2WvMV67QKv29OlTYxPOUTltA2yuL5hnWKML3NrlbFtAvil9uATcmhqd7fRNU1miw04NRMqzJsARnzo1XMsb2_dbgexMM11ZSR9Ew6bOAR1WQMeIPhLTg9K2aP_3TToz-hAz68j-FvvR4/s320/miracle_on_34th_street_1947_poster.jpg" width="205" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>Miracle on 34th Street</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1947) - Dirigiu George Seaton. Representaram Edmund Gwenn; Maureen O'Hara e John Payne. Conquistou três estatuetas.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A segunda metade da década de 40 foi decisivamente aborrecida. Ainda assim este teórico medalha de prata marcou no seu ano e logrou o direito a uns quantos remakes posteriores. Filme de índole simples, muito vinculado à magia da época natalícia oferecendo uma narrativa que retoma alguma força à medida que se aproxima da sua cena final.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Como poderei eu dizer que este trabalho amadureceu mal quando ainda em plenos anos 90 e quase 50 anos depois do trabalho de origem, o dito cujo continua a subir ao ecrã? Limitar-me-ei então apenas a dizer que, não fazendo o meu género de filme, o mesmo consistiu numa má experiência cinematográfica, tecnicamente ajustado a outros tempos e portentor de uma temática que nunca me aliciou. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</li>
</ul>
<span style="font-family: inherit;"></span><div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGfaWjno3fVZW5hz0te7ZD6A7nWtKNQ5hZs7BgdpfMIkDA_6GlkODYDieHYeZzPU4CYRBteDtdkTonNjLEIu4vYXyprUJ5xcD78YHkC1q-CTC8FJkIRQ-_73Vp7Rz5nAtUDdxOEG_WweE/s1600/220px-Treasuremadre.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGfaWjno3fVZW5hz0te7ZD6A7nWtKNQ5hZs7BgdpfMIkDA_6GlkODYDieHYeZzPU4CYRBteDtdkTonNjLEIu4vYXyprUJ5xcD78YHkC1q-CTC8FJkIRQ-_73Vp7Rz5nAtUDdxOEG_WweE/s320/220px-Treasuremadre.jpg" width="206" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>The Treasure of the Sierra Madre</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1948) - Realização a cabo de John Huston. Contou com Humphrey Bogart; Walter Huston e com Tim Holt. Recebeu da academia 3 Óscares.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">
Apesar de ainda não constar nos anais dos meus filmes de eleição, este terá
sido pelo menos uma boa surpresa: temos um filme de aventura com uma mensagem
importante, a da transformação do ser humano perante a riqueza sendo que a
postura de cada uma das três personagens principais reflectem diferentes níveis
de corrupção face à conquista do ouro. Independentemente daquilo que o ser
humano projecte ou ambicione em última instância a natureza reclamará boa parte
daquilo que está disposta a oferecer. Mas mais do que o andamento da narrativa
ou da representação ainda muito teatral, logramos também e por oposição algumas
personagens carismáticas, bem defendidas pelos actores e todo um ambiente que
dentro do género fará valer a pena o tempo despendido na apreciação deste
trabalho. </span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ykDf8Rc51G3u0mJR56PyjwmtBct2wOkmBjIxTB5zdo_ryHrIDN06V5tyN_UXbbCRv3NRVcqWrk1aADz7jrvFydEaRFCLGmVtixuEw8sP_dkvVOsRvfGkSZuwKNwUfmnsQklBTUIUWQ4/s1600/The_Heiress-329264382-large.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2ykDf8Rc51G3u0mJR56PyjwmtBct2wOkmBjIxTB5zdo_ryHrIDN06V5tyN_UXbbCRv3NRVcqWrk1aADz7jrvFydEaRFCLGmVtixuEw8sP_dkvVOsRvfGkSZuwKNwUfmnsQklBTUIUWQ4/s320/The_Heiress-329264382-large.jpg" width="222" /></a></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-family: inherit; font-size: x-large;"><b>The Heiress</b></span><span style="font-family: inherit;"> (1949) - O mítico William Wyler arquitectou mais uma fina obra, recaindo nos rostos de Olivia de Havilland; Montgomery Clift; Ralph Richardson e de Miriam Hopkins as personagens mais relevantes. Contabilizou quatro estatuetas na última cerimónia intrínseca à década de 40.</span></div>
<ul>
<li><div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Talvez o grande favorito
resultante da colheita de 1949, a provar isto mesmo, a recepção do maior número
de nomeações mas também e sobretudo do maior número de estatuetas naquela que
foi a vigésima segunda edição da cerimónia cinematográfica mais sonante no
mundo. Bateu nestes dois importantes marcos All the King’s Men, perdendo
obviamente na última e derradeira categoria ainda que quanto a mim, imerecidamente.
All the King’s Men constituiu para mim uma das experiências mais sôfregas e da
qual pouco ou nada guardo na memória. Por outro lado, The Heiress emana um
ambiente extremamente carismático, principiando com a tão típica mas eficaz
história do patinho feio para depois nos fazer mergulhar numa narrativa audaz e
capaz de inverter caminhos para nos oferecer um resultado final completamente
distinto do idealizado.</span></div>
</li>
<li><div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Os cenários
são simples, de índole doméstica e as personagens impactantes não são muitas
mas a quantidade é bem substituída no plano qualitativo. Os actores esses dão
inegável contributo, com uma Olivia de Havilland e um Montgomery Clift como
figuras de proa imediatamente coadunados por Ralph Richardson e por Miriam
Hopkins. Na verdade o cast é tão restrito que oferece apenas uma lista com uns
meros treze nomes discriminados. E talvez este não tenha sido um número de boa
fortuna. Havilland protagoniza o papel de uma jovem muito tímida, desastrada,
humilde e romântica e acima de tudo rica e herdeira de uma fortuna que aos
olhos de muitos poderá mesmo ser o seu melhor atributo. Montgomery por seu
turno veste a pele de um homem de bons modos, extremamente bonito e charmoso mas
inapto para o trabalho sem por isso deixar de ser ambicioso. Pelo meio temos
Richardson, um homem que espera demasiado das pessoas, que desvaloriza e
subestima a própria filha mas que num plano mais positivo, em nada deve à
astúcia.</span></div>
</li>
<li><div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">A narrativa
essa parece reajustar William Wyler na rota de Wuthering Heights, exactamente
uma década depois e quase como que querendo vindicar aquela que para mim terá
sido uma das suas grandes obras-primas. Contém em si aquele tom </span><i><span style="font-family: inherit;">noir</span></i><span style="font-family: inherit;"> que tanto
aprecio, calejado por um toque de fatalidade que paira constantemente sobre a
trilha e o qual apenas é amenizado pelos acordes mais brincalhões e românticos
que aqui e ali também vamos sorvendo. Mas o andamento destes ingredientes
lembra-me muito um entardecer ainda solarengo que depressa se precipita rumo a
uma noite longa e cerrada. O andamento
narrativo é como aliás já disse, recomendável mas não o cotaria como perfeito:
à medida que nos aproximamos da última fase do filme, toda a informação
disposta aliada à construção e exposição de cada uma das personagens já nos
revela claramente o objectivo do enredo, até onde este vai e muito
provavelmente até como acabará. Não chegará a nossa genuína esperança para uma
reviravolta se dar quando o caminho narrativo já se tornou tão apertado que
outro desfecho que não o encontrado no final da película constituiria no mínimo
um resultado ilógico. Ainda assim, The Heiress é muito superior ao vencedor
deste ano da academia e serviu seguramente para aliviar a má impressão que
nutri em alguns momentos por trabalhos homónimos inerentes à década de 40.</span></div>
</li>
</ul>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-17122518464756051662015-12-26T11:10:00.000+00:002015-12-26T11:10:37.109+00:00Hollywood, Na Sombra dos Vencedores (2º Bloco)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxfYn1Vi9qE_UdhpYVkykPOQAsUty3xhEQ4xQq1fZvBOXa99R1Xdl6QFjczfCKi1huNcXKwXNMoV7Fcb7v6xWcwoGlJqXJyAPEfHYpI3nOxQ3DBS1T1cW6lf0z6LEXehAb2uFGpkjkEyo/s1600/MV5BMjA3OTUzMTgzMV5BMl5BanBnXkFtZTcwNzU1NDgxMQ%2540%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxfYn1Vi9qE_UdhpYVkykPOQAsUty3xhEQ4xQq1fZvBOXa99R1Xdl6QFjczfCKi1huNcXKwXNMoV7Fcb7v6xWcwoGlJqXJyAPEfHYpI3nOxQ3DBS1T1cW6lf0z6LEXehAb2uFGpkjkEyo/s320/MV5BMjA3OTUzMTgzMV5BMl5BanBnXkFtZTcwNzU1NDgxMQ%2540%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" width="217" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxfYn1Vi9qE_UdhpYVkykPOQAsUty3xhEQ4xQq1fZvBOXa99R1Xdl6QFjczfCKi1huNcXKwXNMoV7Fcb7v6xWcwoGlJqXJyAPEfHYpI3nOxQ3DBS1T1cW6lf0z6LEXehAb2uFGpkjkEyo/s1600/MV5BMjA3OTUzMTgzMV5BMl5BanBnXkFtZTcwNzU1NDgxMQ%2540%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxfYn1Vi9qE_UdhpYVkykPOQAsUty3xhEQ4xQq1fZvBOXa99R1Xdl6QFjczfCKi1huNcXKwXNMoV7Fcb7v6xWcwoGlJqXJyAPEfHYpI3nOxQ3DBS1T1cW6lf0z6LEXehAb2uFGpkjkEyo/s1600/MV5BMjA3OTUzMTgzMV5BMl5BanBnXkFtZTcwNzU1NDgxMQ%2540%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a><span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">Anthony Adverse</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1936) - Realizado por Mervyn LeRoy, estrelando Fredric March, Gale Sondergaard, Olivia de Havilland e Donald Woods. Arrebatou quatro óscares em sete nomeações.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Medalha de prata na nona cerimónia realizada pela academia, apesar de ter logrado arrecadar mais estatuetas douradas que o grande vencedor do certame, The Great Ziegfield. Como o título da obra indica, trata-se da história de uma personagem que se vê a braços com as adversidades que a vida lhe coloca, desde o próprio berço. Ainda assim e, sinceramente, acredito ter vislumbrado no percurso de Anthony uma anómala quantidade de sorte fortuita, a qual facilmente se sobrepôs às demais vicissitudes enfrentadas pelo protagonista.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">No que toca ao desenrolar narrativo do filme, considerei uma primeira metade de trilha francamente muito positiva, com uma acção dinâmica e fluída e com um argumento capaz de evitar um qualquer tipo de antecipação interpretativa por parte da plateia – no entanto, quando Anthony segue jornadas para Cuba e logo após para África, o interesse suscitado pelo argumento esmorece. Ainda assim a película conseguirá manter o seu curso narrativo fluído, com desenlaces e revelações tão inesperadas quanto forçadas. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Grande empreendimento cénico, o qual se esforçou por montar o enquadramento que era devido a uma história que salta de aventura em romance e de romance em intriga com uma acentuada versatilidade de espaços. Nem sempre consegui gostar do trabalho da objetiva nem do exacerbar dramático proposto pelos actores em trabalho. Por outro lado, Anthony Adverse oferece uma banda sonora vívida e intensa, de relevado valor. No fundo, uma boa aventura, utópica e inconcebível como tantas outras mas que no conjunto caiu talvez um pouco mais atrás do valor artístico elevado por The Great Ziegfield.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsnlg17mZpukKVxgatfMtIy_rQxyWrUToAR8XYv-A4WWfUp5XuhzVqjq_KiuDcnGAJnvHkIAUwOQHrEpwnICArcpQfn5XHesVSYRjUzooA4J9WJhvt3mVZd4RUFRdmY_om1l_bZvJAKYI/s1600/story_of_louis_pasteur_35.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsnlg17mZpukKVxgatfMtIy_rQxyWrUToAR8XYv-A4WWfUp5XuhzVqjq_KiuDcnGAJnvHkIAUwOQHrEpwnICArcpQfn5XHesVSYRjUzooA4J9WJhvt3mVZd4RUFRdmY_om1l_bZvJAKYI/s320/story_of_louis_pasteur_35.jpg" width="222" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">The Story of Louis Pasteur</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1936) - Dirigiu William Dieterle e contou para os principais papéis com Paul Muni, Josephine Hutchinson e Anita Louise. Conquistou o bronze na cerimónia realizada pela academia em 1937, reclamando para si três troféus em quatro nomeações.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Talvez a narrativa seja rica na forma como expõe as suas teorizações mas a verdade é que a mesma depressa se transforma exaustiva e monótona, por melhor que fosse o desempenho de todos os intervenientes: depressa perdi o foco no filme à medida que do início ao fim temos apenas uma tela a mostrar-nos como Pasteur lutou para defender e comprovar as suas teorias.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Fiz questão de visualizar este trabalho em grande medida porque Paul Muni conquistou aqui o seu troféu para melhor actor principal e confesso-me admirador do seu trabalho em The Life of Emile Zola mas por melhor que fosse a sua prestação aqui, o filme é simplesmente demasiado entediante e requer talvez uma plateia mais adequada àquilo que fui capaz de lhe dispensar. Quiçá o filme errado para a ocasião errada.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">Lost Horizon</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1937) - Frank Capra conduziu, Ronald Colman, Jane Wyatt e Edward Everett Horton os actores mais sonantes. Conquistou duas estatuetas douradas e sete nomeações da academia.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Contemporâneo para os seus anos trinta, não me parece trazer com evidências um qualquer tipo de contributo técnico no que toca à inovação cinematográfica. Enverga uma narrativa que incide (e de certo modo admite) numa utopia, mostrando-nos as reacções de determinados indivíduos face a algo que lhes é estranho e novo e propõe conceptualmente uma solução próxima de um comunismo socialista, a qual podemos compreender atendendo à tensão que o mundo vivia pouco tempo antes de se envolver no maior e mais mortífero conflito armado da história da humanidade. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Existem pontos de interesse crassos no que respeita à história e algumas das personagens encontraram um bom porto de abrigo nos actores que lhes forneceram rosto mas ainda assim não considero a prestação dos actores (de um modo global) genuinamente interessante, pelo contrário, alguns dados a rasgos explosivos de exacerbado dramatismo o que só resultou num decrescendo qualitativo no campo performativo. A própria filmagem do filme surgiu por vezes abrupta e não me pareceu projectar a harmonização da narrativa em cena. Também me pareceu uma abordagem muito presunçosa e tipicamente anglosaxónica a forma como a história coloca em terreno estrangeiro um grupo de ingleses/americanos sendo que estes conseguem construir uma sociedade, domando nativos e mesmo incutindo-lhes valores centrais como a aprendizagrem do inglês e da cultura anglosaxónica sem que por um momento que fosse pudesse vislumbrar algum interesse na aprendizagem dos valores locais. Ainda assim, Lost Horizon tem um qualquer coisa que lhe concede uma aura interessante, talvez pelo seu lado mais exótico (também este contemporâneo tendo em conta as tendências cinematográficas de então) e não deixa de ser um trabalho positivo – estamos ainda e afinal, nos anos 30.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZQv4oGyi1LG5eLkUdHVt7p-pnDhDcYNnmZNSKTON5YfISRcaZaLMHDNHZMpBqAUPIByV6Sby4Z_S4Ht8SlNzuIB0rVrRtZbhHLjuZkgk008T2LGu5ZVZ7d2Y8CD8dpbuB5r5diEuprCk/s1600/MV5BMTUxMzE0MjI0MF5BMl5BanBnXkFtZTcwMTQ1OTM2MQ%2540%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZQv4oGyi1LG5eLkUdHVt7p-pnDhDcYNnmZNSKTON5YfISRcaZaLMHDNHZMpBqAUPIByV6Sby4Z_S4Ht8SlNzuIB0rVrRtZbhHLjuZkgk008T2LGu5ZVZ7d2Y8CD8dpbuB5r5diEuprCk/s320/MV5BMTUxMzE0MjI0MF5BMl5BanBnXkFtZTcwMTQ1OTM2MQ%2540%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" width="217" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">The Adventures of Robin Hood</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1938) - Orquestrado por Michael Curtiz e por William Keighley. No topo do Evereste performativo do filme Olivia de Havilland, Errol Flynn e Basil Rathbone. Três Óscares em quatro possíveis.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Acredito que para a altura todo o festival multicolor proporcionado por este trabalho, tal como a sua propensão para uma acção fluída e dinâmica, tenha transformado este filme num dos grandes sucessos da década de 30. A história essa pouco trás de novo, depois de tantos anos e outras tantas versões, pelo menos a um espectador mais meu contemporâneo mas acredito piamente que na altura Robin Hood tivesse aquele toque refrescante da novidade. De outro modo não perceberia como um trabalho dentro deste género pudesse ter vingado tão bem em contexto de academia. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Muitos dos actores ou figurantes desdobram-se em acrobacias que lembram as artes promovidas pelo circo. A acção de resto é toda ela a toque de saltimbanco, arco e espada. Mas a aura essa tresanda a uma aventura muito, muito infantil. Para mim, já um trabalho aborrecido e destilado mas noutros tempos um espetáculo multicolor de verdadeiro entretenimento. </span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">The Wizard of Oz</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1939) - Victor Fleming dirigiu. Judy Garland imortalizou-se. Frank Morgan, Ray Bolger, Bert Lahr e Jack Haley interpretaram as míticas figuras companheiras de Dorothy. Conquistou dois Óscares em seis nomeações, ambas sonoras.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Um dos mais carismáticos filmes deste período que Hollywood viveu. Fleming de resto patrocionou um ano simplesmente fantástico e o tratamento multicolor aplicado neste trabalho está bastante interessante, provocando uma cisão entre a realidade da narrativa com a história de fantasia em si, dando mais cor à última e optando por uma tonalidade sépia na primeira. </span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">No fundo temos em mãos um filme mais voltado para um público infantil, pontuando sobretudo pela musicalidade, cenários e efeitos visuais. A música </span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Somewhere Over the Rainbow</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> cantada pela Judy Garland tornou-se intemporal e ainda hoje nos é possível ouvi-la na rádio, mesmo que defendida por um outro cantor qualquer. Mas foi das únicas músicas que penso realmente ser dotada de uma aura mais especial, todas as restantes pareciam de resto bem mais votadas à teatralidade que o filme emanava. Os efeitos visuais para a altura estão claramente num outro nível e mesmo que aos olhos de uma plateia actual possam parecer obsoletos a verdade é que para a altura os mesmos integrar-se-iam nas melhores das vanguardas. Quanto aos figurinos e desempenho da direcção artística, o saldo encontra-se francamente positivo: temos encruzilhadas, castelos, florestas, cidades futuristas ou outras um pouco mais estranhas mas fulgurantes em cor ou, simplesmente uma quinta qualquer perdida no Kansas.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">O enredo em si é simples, oferece-nos uma jovem rapariga que sente a necessidade de explorar e conhecer um pouco mais o mundo mas que tomará um caminho que em última instância a levará a valorizar mais a sua casa e a sua família. Alguns dos elementos dispostos são simbólicos e particularmente gostei do papel de cada uma das personagens que ladearam Dorothy na sua aventura: cada uma delas representando a inteligência, o coração e a coragem.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Para os que valorizam filmes de culto ou para os que procuram aprender um pouco mais sobre a história e evolução do cinema, esta película será sem dúvida um marco a não perder. Para os restantes delego menos certezas mas com segurança poderei dizer que o filme continua intemporal e assertivo no seu objectivo primário que será inevitavelmente o de agradar ao público alvo para o qual foi em primeiro lugar criado.</span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjA8QCfpKKOFp9lc_JVq8dmdloX18cDUpfPIrGVcgflXnPiBYqVzMzjpxTHJHwfDilzgRj4GvNYdmQrXQg5Z_6Oj-9LopaGZ1HgGUNeEkjKIK5xhF0t3X11UbZCoTxFgOYz0pHkG5QfB8/s1600/MV5BMTUyMTk0Njg5Ml5BMl5BanBnXkFtZTgwMjY1Nzk1MzE%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjA8QCfpKKOFp9lc_JVq8dmdloX18cDUpfPIrGVcgflXnPiBYqVzMzjpxTHJHwfDilzgRj4GvNYdmQrXQg5Z_6Oj-9LopaGZ1HgGUNeEkjKIK5xhF0t3X11UbZCoTxFgOYz0pHkG5QfB8/s1600/MV5BMTUyMTk0Njg5Ml5BMl5BanBnXkFtZTgwMjY1Nzk1MzE%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">Wuthering Heights</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1939) - Conduzido por William Wyler e contando nos principais papéis com Merle Oberon, Laurence Olivier e David Niven. Venceu uma estatueta dourada em oito nomeações.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Um romance trágico, visceralmente negro com personagens que se entregam a um amor que se torna doentio e destruidor. Heathcliff ou Cathy são ambas personagens egoístas, por vezes mesmo indiferentes aos sentimentos dos outros, ambiciosas e mesmo vingativas – Heathcliff casa com Isabella para ferir Cathy sendo desde muito cedo incapaz de lhe corresponder ou sequer de revelar interesse na sua existência, ao invés chega mesmo a desdenhar da sua fiel mulher – o amor à sua volta torna-se proibitivo. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Wuthering Heights enquanto espaço físico parece corromper as personagens, algo que principia com a adopção de Heathcliff mas para mim e sobretudo com a morte do pai de Cathy, a qual força todas as crianças a crescerem talvez cedo demais. Henry, o irmão mais velho de Cathy, entrega-se a uma vida de desolação e de dependência face ao álcool, Heathcliff a um amor doentio que alimentará a sua propensão para entranhar o ódio, Cathy a um egoísmo e uma superficialidade latentes, a uma ambição mimada que lhe subverterá os valores e por fim Isabella, inicialmente jovial e alegre mas que transitando para Wuthering Heights depressa se transforma numa sombra negra e sofrida, num espectro de dor que se entrega ao desespero de um sentimento não correspondido e chegando mesmo a convencer-se de que a morte para Cathy seria o início da vida para si mesma.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A história a meu ver está extremamente bem arquitectada e entrega traços bem humanos às suas personagens. Reforça no entanto e acentua uma carga dramática muito grande, o que se reflecte naturalmente nas acções performativas sendo Laurence Olivier perfeito para o papel de Heathcliff. Penso que para os ainda anos 30, o tipo de amor narrado nesta obra é um tipo de amor audaz, arriscado para uma época de tantos finais felizes e amores vitoriosos e com isto quero obviamente dizer que num contexto assim triunfa desde logo pela irreverência. Os próprios cenários, figurinos e orquestração contribuem em grande nível para moldar a aura do filme e são merecedores de referência pela qualidade e assertividade contextual.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">É-m</span><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">e de resto complicado apontar os aspectos mais negativos numa obra cujo valor cinematográfico é evidente. William Wyler tem aqui um dos seus melhores trabalhos e num outro ano que não o de 1939 poderia ter seguramente sonhado com mais do que oito nomeações e um Óscar concretizado. </span></span></div>
</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3B96i06lwm4tP2ptaIuVgUdTzBi4nw5j3RcYVX3VwuSnGRk540cdO1o8eoqlkYamYOH9dAVBXdDr-YjUe0lINCavYo4ukhpaRRWHzHIvEuRUw4fpfsc0qz1jiRjSN-It_hxXwe1bChX4/s1600/MV5BNTg0OTEyNjg2NV5BMl5BanBnXkFtZTgwODkyODE0MjE%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3B96i06lwm4tP2ptaIuVgUdTzBi4nw5j3RcYVX3VwuSnGRk540cdO1o8eoqlkYamYOH9dAVBXdDr-YjUe0lINCavYo4ukhpaRRWHzHIvEuRUw4fpfsc0qz1jiRjSN-It_hxXwe1bChX4/s1600/MV5BNTg0OTEyNjg2NV5BMl5BanBnXkFtZTgwODkyODE0MjE%2540._V1_UX182_CR0%252C0%252C182%252C268_AL_.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">Ninotchka </span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">(1939) - Ernst Lubitsch realizou. Greta Garbo na proa da representação com Melvyn Douglas e Ina Claire ao seu lado. Contou com quatro nomeações mas nenhuma se converteu em triunfo.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A adornar um ano de grandes vindimas, esta comédia romântica que revolve em torno da fricção cultural entre uma russa bolchevique e um aristocrata capitalista. O andamento da narrativa é simplesmente delicioso e a remeter-me em boa medida para o It Happened One Night, onde uma mulher carismática e de personalidade arisca e vincada se relaciona com o típico </span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">bon vivant</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">. Ao longo do filme atentamos ainda como o sentimento desenvolvido pelas personagens protagonistas começa a florir e em como esse mesmo sentimento modifica um pouco e em certa medida os protagonistas da história. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Talvez fulminado por uma concorrência de peso, ainda assim este trabalho forçou o seu lugar na história e sobreviveu ao terrível e competitivo 1939. Recolheu apenas quatro nomeações da academia, as quais também não resultaram em nenhum triunfo concreto, nem sequer o papel de Greta Garbo a qual desempenha a um nível extraordinário – na verdade este labor valeu-lhe a última de quatro nomeações para a categoria de melhor actriz, sendo que malogradamente nenhuma se terá convertido em glória. Foi também o momento derradeiro em que a chama desta actriz brilhou com maior intensidade antes de se extinguir muito pouco tempo depois: Greta contrariou com Ninotchka o declínio da sua carreira mas resolveu colocar cobro à mesma dois anos depois, com apenas 35 anos de idade e um talento que se viu engaiolado e deposto talvez cedo demais.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Intemporal, recomendo este trabalho a qualquer um outro de coração mais meloso sendo que as diferenças culturais de quase 8 décadas volvidas não alteram um mílimetro à nossa percepção e compreensão do filme.</span><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">Stagecoach </span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">(1939) - Dirigiu John Ford. John Wayne, Claire Trevor e Andy Devine com valor mais proeminente. Recolheu dois troféus em sete nomeações.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Dizem que 1939 terá sido
um dos anos mais fortes na história do cinema. Se até à data havia ficado
arrebatado com obras de fogo como</span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> Gone With the Wind</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> ou </span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Wuthering Heights</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">, com
</span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Stagecoach</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> posso afirmar ter ficado já num nível muito aquém. Ainda assim o
trabalho de Ford é interessante dentro do tema, um </span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">western</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> que retrata o tempo
das diligências e como era perigosa a vida do estadunidense dentro de um
território o qual ainda não dominava na sua totalidade, existindo muitas das
chamadas terras de ninguém (ou muitas terras de alguém – vulgo nativos).
Existia portanto uma vulnerabilidade latente nas deslocações entre povoações
sendo que por vezes o próprio exército prestava segurança às diligências que
efetuavam percursos de maior risco. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Também me agradou a salada russa
proporcionada pelas personagens sendo que neste ponto prestei maior atenção à
parelha feminina da história extraindo daqui um pouco daquilo que seria as
(não) relações entre uma mulher que se afirmava dentro de um círculo mais
virtuoso e entre uma outra, com um percurso bem mais rodado pela vida. A forma
como as personagens interagem entre si agrada, a representação com Wayne na
proa não destoa e a típica música deste género de filmes (que para aquele ano
não seria tão típica assim) aqui e ali faz-se acompanhar. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Ainda assim e no
campo técnico </span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Stagecoach</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> parece-me bem mais frágil do que os seus principais
adversários, talvez sobretudo no campo sonoro onde em algumas cenas peca facilmente
por apenas introduzir a voz das personagens quando no meio envolvente é visível
que existe toda uma outra azáfama que deveria ter sido transportada também do
meramente visual para o sonoro. O argumento também já não será o melhor
estruturado e mais adequado a audiências mais contemporâneas mas não deixa de
evidenciar alguns traços sérios e dotados de uma sobriedade e uma solidez que ainda
assim fugirão a tantos e tantos outros trabalhos que virão posteriormente a
adquirir lugar de relevo dentro do género </span><i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">western</span></i><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw6owRrlvGhKtCbjhOT1zN_CClm68D14ZVSTygfp0OLVtpQwTgT0frz9gocU0fkJj4kT9y2i1c7x4sHjsKFLWdfoLMs6Y0v8nsspdbFjdj_GpuaXZtNgTQXtp9q67Sr4ww7JlXKI0pmm4/s1600/b70-4813.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw6owRrlvGhKtCbjhOT1zN_CClm68D14ZVSTygfp0OLVtpQwTgT0frz9gocU0fkJj4kT9y2i1c7x4sHjsKFLWdfoLMs6Y0v8nsspdbFjdj_GpuaXZtNgTQXtp9q67Sr4ww7JlXKI0pmm4/s320/b70-4813.jpg" width="217" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: x-large;">Mr. Smith Goes to Washington</span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> (1939) - Mais um trabalho intemporal de Frank Capra. Contou no campo performativo com James Stewart, Jean Arthur e Claude Rains. Concretizou apenas um Óscar em onze nomeações.</span></div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Mais um dos fortes candidatos à medalha de prata no terrífico ano de 1939. Um filme sobretudo político mas incisivo no retrato do seu lado mais obscuro: a
corrupção sempre terá sido uma realidade vigente e indissociável de qualquer
país. E é neste contexto, num congresso corrompido pela máfia e pelas redes de
influências que surge um indivíduo honesto, virtuoso, ingénuo mas extremamente
irredutível nas suas ideologias e esperanças para a construção de uma sociedade
melhor. Curiosamente este mesmo indivíduo vê-se inserido enquanto senador nesta
realidade pelas próprias forças corruptas que apenas pretendiam usa-lo e as
quais nunca ousaram antecipar as objeções que daqui adviriam. Mas advieram e o
argumento do filme caminha a partir daí rumo a um jogo onde Smith
(protagonista) resiste heroicamente às armadilhas perpetuadas pelos seus
antagonistas na narrativa, sobretudo assentes nas figuras de Taylor e de Payne.
A acompanhar o mote principal do filme, um envolvimento amoroso de andamento
lento mas muito bem arquitectado. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Mas se no
que toca à história o filme pontua significativamente, no que toca à montagem e
trabalho de realização o saldo é também ele francamente positivo. Ainda assim,
o grande baluarte deste nosso Mr. Smith Goes to Washington é quanto a mim,
indubitavelmente, o poderio demonstrado pela representação: James Stewart
desempenha um papel extraordinário e Jean Arthur coaduna num nível francamente
bom (apesar de nem ter colhido aqui a nomeação da academia) sem não esquecer
todos os restantes elementos do elenco.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Findas as
contas, este nosso “Peço a Palavra” na tradução portuguesa do título, triunfou
apenas numa categoria da academia que foi a história original e apenas porque
não entrava aí em competição directa com Gone With the Wind. Mas esteve nomeado
em onze categorias, o que atesta a qualidade desta obra e não fosse o azar de
disputar as estatuetas douradas naquele que é considerado por muitos críticos
como o melhor ano cinematográfico de sempre na história de Hollywood,
seguramente que noutras circunstâncias teria logrado somar mais honrarias. Uma
boa surpresa. Recomendo.</span></div>
</li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-81857423051463099502015-10-20T14:18:00.000+01:002015-10-20T14:18:06.509+01:00Hollywood, na Sombra dos Vencedores (1º Bloco)<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfSJhBPZvZ0KT0pM-sAHxfSbKIsJTmOr7Pew3wQ0IngVUzJ9f2iMvaw7AsZaxqGdeC-AbTcPyQVmYKhSWVGPa6EiApsbErYO0G8OlXT8MMht26DhnzBE0CX3dL-LGhB3MOE6snRQJUZtQ/s1600/sunrise.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfSJhBPZvZ0KT0pM-sAHxfSbKIsJTmOr7Pew3wQ0IngVUzJ9f2iMvaw7AsZaxqGdeC-AbTcPyQVmYKhSWVGPa6EiApsbErYO0G8OlXT8MMht26DhnzBE0CX3dL-LGhB3MOE6snRQJUZtQ/s320/sunrise.jpg" width="205" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;">Sunrise: A Song of Two Humans </span>(1927) - Realizado pelo alemão F.W.Murnau. Conta no elenco com nomes como George O'Brien ou Janet Gaynor, primeira actriz a receber o maior galardão na representação. Recolheu três estatuetas douradas, tendo ocupado lugar de maior mérito ao lado de Wings, mas foi depois retroativamente delegado pela academia para segundo plano.</div>
<ul><div style="text-align: justify;">
</div>
<li><div style="text-align: justify;">
Magistral <span style="font-family: Calibri;">o trabalho de realização! Murnau evidencia todo um trabalho de demarcada expressividade, de dinâmica e um sentido quer inventivo quer estético de se lhe tirar o chapéu. Provavelmente superior neste departamento e, por uma boa margem, aos seus mais directos adversários The Seventh Heaven ou Wings. A fotografia está também ela, fantástica. O ambiente cénico gerado proporciona uma miscelânea que coaduna com a índole do filme, ora entregue a um <i>mood</i> mais <i>noir</i> ora promovendo uma disposição mais cristalina.</span></div>
</li>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<li><div style="text-align: justify;">
A história<span style="font-family: Calibri;"> revolve em torno da infidelidade de um homem e o quanto este se pode tornar terrível quando indevidamente influenciado mas o enredo principia apenas aqui para ser encaminhado numa fascinante transformação que vai decorrendo no casamento deste indivíduo. Pareceu-me apimentada a metáfora utilizada para descrever como a problemática do êxodo rural e a atracção exercida pela cidade face ao campo pode ser muito semelhante ao impacto de uma amante num homem e numa consequente destabilização familiar e perversão dos bons costumes – e sim, é claro que ainda estamos na década de 20 do anterior século e é na segunda mulher que recai toda a aura malévola e não no homem. A história pode até ser um tanto ou quanto mais linear mas ainda assim tenho que salientar dois factos que a mim me pareceram, se não extraordinários, pelo menos deliciosos: são muito poucos os painéis votados às legendas do filme! Para um modelo de cinema ainda amarrado às contingências impostas pela mudez, este facto pareceu-me reter interesse e reforçar a qualidade de todos os demais elementos que substituíram a presença desses mesmos painéis, ou melhor dizendo, os demais elementos que foram suficientemente bons para que não existisse necessidade de se recorrer ao volume de legendas mais usual para esta era cinematográfica. Em segundo lugar, a capacidade da narrativa em nos oferecer com mestria sentimentos tão densos e contrastantes como o suspense, o drama, a euforia, a satisfação, a tragédia ou comédia – é que Sunrise transporta mesmo todos estes ingredientes por entre uma versatilidade muito bem articulada, não existindo um transporte abrupto de sentimentos entre cenas.</span></div>
</li>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<li><div style="text-align: justify;">
Outro <span style="font-family: Calibri;">ponto forte deste filme será a orquestração! Meticulosa, visceral, a guia imprescindível quer do espaço cénico, quer narrativo, quer performativo. E por falar neste último campo, de evocar ainda a destreza dos actores, em particular de Janet Gaynor, cujo desempenho parece inebriar. A primeira cerimónia contou portanto com nomes de peso e difícil será a tarefa de apontar o justo vencedor: Wings venceu e venceu bem, armado de um campo técnico extraordinário e de um argumento aliciante mas Sunrise se vencesse, também venceria muito bem, quer pelas mensagens que transporta, quer por todo o resultado artístico formidável que montou, cena a cena. </span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span></div>
</li>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjZx4qCrM8lAcv5d3AgBOH2bjkwmVQdBCyYq1o447_9cnJQ71a08sfB_Lqdb9xrbM0EMXxqVGnevmYFWMMpN4wum9o1fez508mwlIK68CRg6IezM9NNL7qwgs6dgcrKK4ciSQCn9DRWWc/s1600/7th+heaven.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjZx4qCrM8lAcv5d3AgBOH2bjkwmVQdBCyYq1o447_9cnJQ71a08sfB_Lqdb9xrbM0EMXxqVGnevmYFWMMpN4wum9o1fez508mwlIK68CRg6IezM9NNL7qwgs6dgcrKK4ciSQCn9DRWWc/s320/7th+heaven.jpg" width="222" /></a></div>
<span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: x-large;">7th Heaven</span> (1927) - Trabalho conduzido por Frank Borzage, o que lhe valeu a primeira estatueta de sempre, na categoria de melhor direção. Estrela Charles Farrell e sobretudo Janet Gaynor, que conseguiu protagonizar dois dos três melhores filmes à época e com isso arrecadar o Óscar de melhor actriz. 7th Heaven conquistou ainda um terceiro troféu na categoria de melhor argumento adaptado e foi, apesar de se ter quedado no bronze, o filme mais nomeado na primeira cerimónia da academia.</span></span></div>
<ul><div style="text-align: justify;">
</div>
<li><div style="text-align: justify;">
A representação é ainda típica do cinema mudo, existindo uma manifesta compensação face ao défice sonoro através de uma expressividade mais exacerbada. A carga dramática ou humorística presente na interpretação dos actores é portanto normal.</div>
</li>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;">A história assemelha-se a um conto de fadas, onde a gata borralheira acaba por encontrar o amor da sua vida que a salva da bruxa má sendo que neste caso não temos em mãos um príncipe encantado mas sim um homem que labora nos esgotos. Este extremar conceptual não deixa de me parecer bonito, sendo que até acaba por adquirir um outro tipo de realismo.</span></span></div>
</li>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<li><div style="text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;">No entanto e, apesar da narrativa interessante, pareceu-me um pouco forçada a transição dos dois indivíduos que se vão conhecendo para um estádio de amor absoluto. 7th Heaven é de resto um trabalho muito bom para o seu tempo mas, ainda dentro do contexto dos Óscares, um justo derrotado quer para Wing quer para Sunrise.</span></span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2hsiExJDwgKQ5hgQ1ijGJQrK1tnXt8ur8jKQV4S0BCOJVbNqC8ZtlKtCA2wWqPV9vVFuPfIwlvGmGkJS4AYvJH04_KAj64bx7POscvYRICIz71Yjwi6fh90chZv-1KhWGsPVHvKUiBVg/s1600/in+old+arizona.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2hsiExJDwgKQ5hgQ1ijGJQrK1tnXt8ur8jKQV4S0BCOJVbNqC8ZtlKtCA2wWqPV9vVFuPfIwlvGmGkJS4AYvJH04_KAj64bx7POscvYRICIz71Yjwi6fh90chZv-1KhWGsPVHvKUiBVg/s320/in+old+arizona.jpg" width="212" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;">In Old Arizona </span>(1929) - Dirigido por Irving Cummings e por Raoul Walsh. Conta nos principais papéis com Warner Baxter, Edmund Lowe e Dorothy Burgess. Recolheu uma estatueta dourada, tal como The Broadway Melody, filme vencedor na segunda edição da academia e contou (ao lado de The Patriot) com o maior número de nomeações: 5.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Um dos primeir<span style="font-family: Calibri;">os westerns sonoros e sem dúvida alguma um dos que maior furor provocou na altura. In Old Arizona, apresenta-nos a típica tríplice formulada pelo bandido, o sheriff e a donzela sendo que o primeiro assume aqui o papel de vilão mas também de herói elevando-se como o grande protagonista do filme. Pode tratar-se de um bandido e obviamente acaba assim associado a um percurso de vilania mas ainda assim enverga uma índole de algum modo, benigna: capaz de reparar alguns estragos e também emanando toda a aura de um homem apaixonado, elementos que inevitavelmente transmitem uma energia positiva e que com isto arrebatam o apoio da audiência.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A<span style="font-family: Calibri;">s personagens são também elas cativantes, sobretudo as personagens de Cisco Kid e de Tonia Maria, sendo quanto a mim a mulher da história a maior vilã da narrativa, expressando constantemente ao longo da trilha a sua leviandade, vaidade, superficialidade, egoísmo e uma ambição voraz por entre tantos outros adjectivos menos positivos.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A <span style="font-family: Calibri;">narrativa é original, envolve-nos de algum modo num enredo cujo vértice maior é o de um triângulo amoroso que depressa se formula sobre a linha primária do filme, a qual retrata a paixão de um fora da lei que, como o próprio termo indica, desafia</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span><span style="font-family: Calibri;">as autoridades locais, sendo-lhe pouco conveniente ser apanhado pelas mesmas. Contudo e, apesar de típico nesta tipologia de trabalhos, existe um cunho humorístico ou, direi mesmo, infantil que é notório, quer na construção e expressividade das personagens, quer nos diálogos, quer na própria narrativa. Existirão alguns buracos na trama e algumas incongruências derivadas de uma má gestão de uma personagem central: ainda que de forma exacerbada, Tonia assume o seu papel de vilã e acaba por não destoar posicionalmente, mas nas figuras masculinas, sobretudo na figura de Mickey, transmite-se todo um conteúdo bem mais frágil – um homem que constrói e planifica projectos com a amante do bandido que tenciona apanhar, sendo que a índole negativa da mulher é-lhe cabalmente exposta e, mesmo assim, este sheriff assume de algum modo uma posição neste triângulo amoroso que a meu ver é dotada de muito pouca credibilidade. De notar que bastaram duas meras cenas para que Mickey e Tonia assumissem o seu compromisso (ténue ou não) e projectassem os seus planos, assentes numa armadilha a Cisco Kid.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
M<span style="font-family: Calibri;">as trata-se de um western e de um bem velhinho que data de 1928/29, sendo que tantos outros e tão mais tardiamente se relevaram tão ou mais infantis que este. No seu duelo directo com The Broadway Melody, tenho a dizer que entendo perfeitamente a escolha da academia: The Broadway tem uma simplicidade mais directa mas também contou com uma representação e uma narrativa mais realista. Denote-se que são géneros completamente diferentes e, preferencialmente o meu gosto recaíria neste In Old Arizona. Em termos qualitativos, pesando todos os ingredientes não considero que exista uma grande diferença entre ambos mas alinharia por The Broadway Melody.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
U<span style="font-family: Calibri;">ma última nota para Cisco Kid, um latino que se assemelha em muito a um mexicano mas que acabamos por apreender tratar-se de um…português! E um português cujo maior sonho é o de, ao lado do seu grande amor, regressar a Portugal e reconstruir a sua vida a partir do zero. E “Nowhere is the sea so blue like the sky” é possivelmente uma das frases oriundas de Hollywood que melhor trataram o nosso país. </span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN4RpZdARNHidSsJqCb3OqN1VfOOIUDwfChG945deexcxFH8rJxer5sNiLjcHUTlIhGTTHmODm1GoClCihPQPMYA9J4No0TwTCHZUG4J1jQiPxBk-djLAm5TeeFO9rcMP5gA3WJTUAcs0/s1600/big+house.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN4RpZdARNHidSsJqCb3OqN1VfOOIUDwfChG945deexcxFH8rJxer5sNiLjcHUTlIhGTTHmODm1GoClCihPQPMYA9J4No0TwTCHZUG4J1jQiPxBk-djLAm5TeeFO9rcMP5gA3WJTUAcs0/s1600/big+house.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;">The Big House</span> (1930) - Realizado por George Hill e elevando nos principais papéis Chester Morris, Wallace Beery, Lewis Stone e Robert Montgomery. Medalha de prata na terceira cerimónia proposta por Hollywood, contabilizando o mesmo número de estatuetas que All Quiet on the Western Front, dois.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Apesar de medalh<span style="font-family: Calibri;">a de prata com o mesmo número de estatuetas de All Quiet on the Western Front foi a meu ver um pobre adversário. Trabalho de outros tempos a pecar em tantos campos: o</span><span style="font-family: Calibri;"> enredo revolve no fundo em torno de um recluso que às vésperas de sair da prisão é incriminado pelo seu novo colega de cela. Evade-se e acaba por se amantizar com a irmã do seu ofensor, sendo que, uma vez mais de volta à prisão vê-se a braços com a preparação inevitável de um motim de grandes proporções. O argumento aproveita ainda para expor três diferentes caracteres sob a égide do encarceramento. Tem o seu Q de interesse enquanto história sem dúvida mas torna-se frígido e incapaz nalgumas das suas articulações primordiais, como por exemplo no envolvimento amoroso que se proporciona numa celeridade ridícula e quase que mesmo inexplicável entre Morgan e Anne. É também infantil na forma como assume alguns desfechos das interações entre as suas personagens.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Denota-se também um a<span style="font-family: Calibri;">tabalhoamento técnico que deixa a descoberto pormenores que no mínimo afastam The Big House de uma qualquer possível aproximação à realidade.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A <span style="font-family: Calibri;">comprovar que realmente neste ano de 1930 se viviam outros tempos, outras formas de se fazer cinema, a própria representação peca pela exacerbada expressividade prestada por quase todos os actores principais, provavelmente todos eles oriundos ainda de um cinema mudo e vinculados aos velhos hábitos. Ainda assim e contextualizando o filme, Leila Hyams, Lewis Stone e Wallace Beery conferem força performativa às suas personagens e alguns rasgos mais credíveis. Chester Morris e Robert Montgomery asseguram o carisma devido na proa do cast apesar de Montgomery assumir um papel peculiar e minguante após as primeiras cenas do filme – denote-se que a representação será ainda assim um dos pilares desta obra.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
C<span style="font-family: Calibri;">ondensa sectorialmente alguma qualidade e agarra a plateia nesses momentos mas é aborrecido na esmagadora maioria do tempo global da película.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5YnjFTAqX2PrTfmXRPS9FmwgNPOPq-klZ3idZbVYKDwI59skNET14MEFnbvIqRhxtpixAiDAJQPPXZtVz2UmbyS1wEBQ8l0Vpo2DtXQtraMZOpaRypc2Sk5zngQwuHs4s_pFVZ1X6h4o/s1600/morocco.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5YnjFTAqX2PrTfmXRPS9FmwgNPOPq-klZ3idZbVYKDwI59skNET14MEFnbvIqRhxtpixAiDAJQPPXZtVz2UmbyS1wEBQ8l0Vpo2DtXQtraMZOpaRypc2Sk5zngQwuHs4s_pFVZ1X6h4o/s1600/morocco.jpg" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;">Morocco </span>(1930) - Realizado por Josef von Stemberg, contando nos desempenhos performativos de maior relevo com Marlene Dietrich e com Gary Cooper. Era ao lado de Skippy o filme com maior número de nomeações: quatro!</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Morocco formula uma tria<span style="font-family: Calibri;">ngulação padrão que me fez associar por momentos ao padrão utilizado em Moulin Rouge; o filme custa a embalar mas quando o faz agarra em definitivo até ao final.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
As p<span style="font-family: Calibri;">ersonagens são carismáticas, Marlene Dietrich claramente a melhor, a retratar uma mulher associada ao espectáculo e à boémia mas aguerrida, firme, determinada e moderna. Uma mulher independente. Uma mulher independente mas que ainda assim é feita refém do gladiador amor que lhe arranca a objectividade, a ambição, o conforto, que a liberta de estigmas e a faz correr atrás de um amor louco – subjugação da mulher ao homem já não através da hierarquização social mas através de sentimentos. Ainda assim esta subjugação é manifestamente óbvia no que toca à forma como ambos os géneros são retratados.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A<span style="font-family: Calibri;">s personagens são no mínimo caricatas: uma mulher que abdica de tudo para lutar por um homem boémio, mulherengo e de escrúpulos ambíguos; um outro homem que ama a mulher da história e que faz tudo por ela, incluindo levá-la atrás do amor da sua vida “see I love her and I make everything to make her happy”. E por fim um outro homem, que ama mas que ainda assim não para de sistematicamente se envolver com outras mulheres, que tem deveres para com a tropa mas que por várias vezes pensa em desertar, um homem que faz promessas e sai de cena desejando boa sorte sem sequer dar a cara, um homem que parece uma criança mimada que quer as coisas à sua maneira e que pouco faz por merecê-las. Ainda assim de relevar a química entre a dupla protagonista, ambos com uma conduta irregular e dotados de escolhas e posturas assaz interessantes e avançadas para a sociedade em inícios dos anos 30.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
N<span style="font-family: Calibri;">ão existe a meu ver e no entanto, um encadeamento narrativo entre cenas coerente. O mesmo parece-me infantil e mal delineado ou então e simplesmente a realização não conseguiu transportar e materializar o guião para lá de uma objectiva, isto em determinados momentos, não todos. Decresce o filme qualitativamente mas não ao ponto de o quebrar irreversivelmente. </span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A <span style="font-family: Calibri;">aposta da Paramount no que toca ao conceito de amor é louvável e isenta dos típicos cânones hollywoodescos que incidem sobre o amor triunfal, correspondido e fácil. O amor é difícil, é irracional, é louco, é feito de escolhas e de sentimentos nem sempre fáceis de serem compreendidos e, em grande dosagem, por vezes este grande sentimento que é o amor também nos leva o amor próprio em detrimento do amor por outrem e é aqui Morocco um autêntico hino: uma homem de vícios, infantil, casmurro, incapaz de assumir os seus sentimentos, infiel, boémio e imputável no que toca a responsabilidades (ele próprio terá o conflito entre a responsabilidade de um compromisso sério com o cumprimento dos seus deveres militares aos quais por várias vezes se ponderou evadir) abandona a sua paixão e revolve num padrão de vida que demonstra muito pouco amor próprio. Uma mulher de espectáculo, linda, capaz de atingir conforto e um homem rico que lhe nutre sentimentos genuínos e mesmo assim ela abandona tudo e parte descalça deserto adentro ao lado de mulheres que anteriormente havia considerado loucas, em prole desse grande amor. E por fim o outro vértice invertido do Moulin Rouge, um homem rico, influente que por amor apenas quer ver feliz a mulher que ama e, mesmo à frente dos seus amigos/contactos expõe a cru toda esta empatia. Também este com uma falta de amor próprio latente no sentido em que ajuda a própria paixão na perseguição de um outro homem, mesmo depois deste lhe ter concedido tanto. Curiosamente a meu ver, a forma de amor mais saudável e genuína, a deste último, onde é visível se instalar maior carinho do que tesão. E é também este, curiosamente, o elemento renegado. Para os cânones da altura, bato palmas no transporte desta aproximação aos envolvimentos amorosos que muitas vezes assim são, ainda que contextualizado à estrutura cinematográfica. </span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9X_dftE00O8jJ3t2zjvSySTRTFn3MIQAoTw_pw5PkhVkTutnO2y7bAUX9XC5T-gmR3vj5L424QEYG28Q29dLDiSboyZJrf_2BbB_Kr5VT_gNDOPGGRoUrPIvvLTzrQjPFgbj8KZtXRsI/s1600/thechamp.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9X_dftE00O8jJ3t2zjvSySTRTFn3MIQAoTw_pw5PkhVkTutnO2y7bAUX9XC5T-gmR3vj5L424QEYG28Q29dLDiSboyZJrf_2BbB_Kr5VT_gNDOPGGRoUrPIvvLTzrQjPFgbj8KZtXRsI/s320/thechamp.jpg" width="210" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;">The Champ</span> (1931) - Dirigido por King Vidor. Wallace Beery e Jackie Cooper à proa da representação. Medalha de prata na quinta cerimónia dos Óscares, foi o filme que mais nomeações e prémios recolheu - perdeu no entanto o galardão maior para Grand Hotel.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
E<span style="font-family: Calibri;">motivo, munido de uma boa história e de uma muito boa representação, galardoado com duas estatuetas douradas e mais uma, do que o grande vencedor Grand Hotel. Não é frequente assumir isto mas fiquei agradavelmente surpreso com a prestação de Jackie Cooper, uma criança que na altura contaria com cerca de 8 ou 9 anos mas que ainda assim protagonizou uma entrega num nível , no mínimo interessante – sobretudo tendo em conta que as crianças podem facilmente tornar-se sob a camera mecânicas, outras diria mesmo que irritantes mas Jackie soube verdadeiramente pontuar pela diferença. Por sua vez, Wallace Beery afirma-se no início dos anos 30 como uma das maiores estrelas de Hollywood sendo que neste mesmo ano arrecadou o óscar de melhor actor e ainda participou no elenco da película vencedora. Já anteriormente Wallace havia ameaçado conquistar os louvores maiores com o seu papel em The Big House. Contudo, se individualmente os dois actores funcionaram bastante bem, em conjunto o resultado atingido foi simplesmente formidável: a química transmitida entre ambos, cena após cena é genuinamente credível pelo companheirismo, pelo calor humano que ambos conseguem evocar nos seus papéis de pai e filho, cuidando um do outro e evidenciando-se um notável carinho para lá das figuras masculinas que insistem em não dar o braço a torcer, recorrendo a uma pose do típico homem forte que não chora nem quebra.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Q<span style="font-family: Calibri;">uanto a mim, a correlação entre os dois actores terá sido mesmo o grande pilar de força de toda a obra, bem suportado depois por uma história pertinente e dramática que encena um ambiente familiar atípico e formula para as personagens um percurso cativante coroado depois por um desfecho inesperado.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A<span style="font-family: Calibri;">credito que The Champ tenha estado muito próximo de recolher a estatueta principal se tivermos em linha de conta que foi um dos dois filmes com maior número de nomeações (4) e também aquele que maior número de troféus recolheu (2 em igualdade com Bad Girl). Curiosamente o grande vencedor Grand Hotel contou apenas com a nomeação na categoria de melhor filme. Talvez tenha sido a batalha no departamento técnico a consagrar Grand Hotel – The Champ queda-se claramente atrás no que toca à edição do filme, sendo a montagem do Grand Hotel fantástica e de toda uma outra classe. Como um todo, o meu voto recairia em The Champ.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: x-large;">A Farewell to Arms </span>(1932) - Mais uma obra consagrada de Frank Borzage e também mais uma em que sobe ao estrelato Gary Cooper, aqui ao lado de Helen Hayes. Medalha de prata com o mesmo número de nomeações que Cavalcade e menos uma estatueta dourada (2).</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
E <span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;">por que não começar
o comentário a um filme pelo fim? Genial na metáfora cénica disposta, a encerrar
numa plenitude dramática que era nesta altura bastante acarinhada. Algo que a
versão desta obra, realizada em 1957 parece ter esquecido – o título do filme
vai ao encontro da temática fulcral do filme, um homem que vive uma paixão
proibida arrisca tudo ao desertar o seu exército e assim provocando um adeus às
armas (arms). No entanto, arms quer também significar braços e é assim que Catherine
diz adeus ao seu amor Frederic, carregada nos braços deste, num acto de
sublimação do seu amor que é ali prometido e assumido para lá da barreira a que
chamamos morte. A versão de 1957 optou aparentemente por ignorar esta cena
bonita e por um lado ainda bem que o fez, pois concede uma aura ainda mais
autêntica e única ao trabalho original.</span></span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
A <span style="font-family: Calibri;">Farewell
to Arms contém momentos bastante interessantes, quer na formulação de diálogos,
quer nas perspetivas adotadas nas filmagens, quer na interação entre os
atores mais relevantes e oferece aqui e ali bons momentos de cinema à sua
plateia. Todavia, existem também aspetos mais débeis: a formulação de algumas
cenas pareceu-me por vezes monótona e mesmo o seguimento da narrativa acaba por
carecer de uma articulação mais entrosada. Ainda assim são as cenas bélicas
aquelas que menos emoção me transmitiram e as que mais desconexas me pareceram
em todo o filme, surgindo na tela uma sequência de cenas forçadas, escuras,
contrastantes com a aura do filme e alheias à intervenção de Gary Cooper, o
qual deveria ter, a meu ver, estado mais presente de forma a assegurar a devida
fusão entre estas cenas e o resto do filme. Salvaguardo ainda assim uma cena
onde surge uma civil apanhada pela tragédia da guerra, sendo visível a sua mão
na terra a abrir como que anunciando a cessação da sua vida – para mim o
registo melhor conseguido neste período de trilha. Um bom filme para 1932 e
para os amantes de filmes antigos. Também um bom adversário para Cavalcade, o
vencedor da sexta edição da academia e possivelmente para mim até mesmo superior,
ainda que compreendendo a superioridade técnica e a abordagem mais inovadora
levada a cabo por Frank Lloyd em Cavalcade.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: x-large;">One Night of Love</span> (1934) - Realizado por Victor Schertzinger. Na representação relevou-se Grace Moore, Tullio Carminati e Lyle Talbot. Segundo classificado na academia, recolheu 6 nomeações e dois prémios num ano particularmente votado aos enlaces amorosos. Triunfou It Happened One Night.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Talvez <span style="font-family: Calibri;">não fosse a
tarde o melhor momento do dia, talvez o estado de espírito não fosse o mais
condizente, talvez simplesmente o género deste filme não seja o que mais
costume acarinhar. A verdade é que acabei mergulhado numa visualização longa de
tão fragmentada que foi </span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span><span style="font-family: Calibri;">e, sem mentir,
diria mesmo que 80% do tempo foi engolido por entre uma desconcentração crassa
onde joguei, almocei, lanchei, comuniquei com outras pessoas, entre outros tantos
afazeres. Que me desculpem portanto todos os mais devotos de One Night of Love
e, certo será que poderão alguns apontar mais o dedo ao meu tom negativo e
concederem maior culpa ao receptor do que propriamente à obra emissora.</span></div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
E<span style="font-family: Calibri;">m qualquer
dos casos, posso dizer com franqueza que não gostei deste filme, apesar de
também isentar o mesmo de falhas óbvias e dantescas. Trata-se de um musical que
revolve em torno da progressão de uma cantora e como não poderia deixar de ser no
romance que lhe estará inerente sendo que neste caso associado directamente ao
próprio ambiente de trabalho – o desempenho da actriz é interessante mas o seu
tom (ainda que para os padrões de então fosse muito mais apelativo) para mim
foi uma experiência angustiante. Também me pareceu acentuado um cunho
conceptual mais machista (também ele normal para a altura mas mais acentuado
quando comparativamente a trabalhos seus congéneres), evidenciando o nosso
“Romeu” uma expressividade perante a mulher de certo modo autoritária mas
sobretudo paternal – o homem mais velho que irá emparelhar com a rapariga mais
nova que se comporta como uma criança de birras e mimos. Não recomendo nem numa
daquelas noites de nostalgia em que apetece mesmo apreciar um labor a preto e
branco, excepto para maiores apreciadores de tempos mais idos, de uma
linearidade narrativa absoluta e dotados de ouvidos mais aptos às melodias aqui
emanadas.</span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-size: x-large;">The Informer</span> (1935) - Orquestrado por John Ford. Estrelaram Victor McLaglen, Heather Angel, Preston Foster, Margot Grahame e Wallace Ford. Conquistou quatro troféus dourados, o que à altura constituía um número muito significativo, penso que quedando-se apenas do transato vencedor It Happened One Night. Ainda assim Mutiny on the Bounty, com a conquista isolada do Óscar de melhor filme acabou por relegar The Informer no segundo lugar.</div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
U<span style="font-family: Calibri;">m filme bastante
fluído, com um seguimento cénico sempre interessante, talvez facilitado por uma
narrativa que circunscreveu toda a acção do filme num muito curto espaço de
tempo.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span><span style="font-family: Calibri;">The Informer no fundo retrata um
homem faminto, por reconhecimento, por conforto, por comida, por amor – talvez então
mais um irlandês preparado para viver o sonho americano: a trama conta-nos no
fundo como um homem numa situação mais precária pode tornar-se egoísta e sucumbir
à tentação de um caminho mais fácil, mesmo que no processo tenha de perder a
própria alma. Todavia, imediatamente a seguir à queda dos escrúpulos, irá sempre
decorrer um retorno de consciência que levará determinados indivíduos a uma
situação ainda mais instável. Confesso que aqui, a nossa personagem
protagonista desagradou-me em alguns momentos, pela excessividade com que
demonstrava uma total falta de moral nos momentos decisivos e que realmente
importavam – Gypo Nolan pode ter ajudado muita gente no decorrer da noite mas nunca
o deixou de o fazer como uma espécie de redenção e de arrependimento pelo que
fizera, misturando-se isto com a sua própria fome por reconhecimento. Ainda
assim e não obstante os ênfases dramáticos impostos pela representação de
então, Gypo é uma personagem muito humana, cheia de erros (concentrada deles
em demasia talvez até).</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: Calibri;"> </span></span><span style="font-family: Calibri;">Surpreendeu
também pela positiva as interpretações dos actores (alguns deles claramente não
oriundos da Irlanda mas que ainda assim forçaram em algumas palavras o
sotaque), sobretudo a interpretação de McLaglen, bastante teatral mas ainda assim
plenamente devotado ao trabalho que lhe foi incumbido. Alguns outros pormenores
estiveram também eles num muito bom nível, quer na criatividade de Ford , quer
nos resultados da fotografia que em algumas cenas conseguiu destacar-se, quer
na sonoridade que tão bem coadjuvou o campo visual. Foram várias as componentes
de força e talvez por isso mesmo bem justificativas do número de estatuetas
recolhido, sendo um dos mais volumosos até então, mesmo não tendo sindo The
Informer o grande vencedor da cerimónia no ano em questão. Muito bom filme, com
uma mensagem assertiva e um valor cinematográfico relevante. </span></div>
</li>
</ul>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-75473459012492503262015-08-27T17:33:00.001+01:002022-01-29T23:30:57.466+00:002001: A Space Odyssey (1968)<!--[if gte mso 9]><xml>
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<![endif]--><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<ul style="text-align: justify;">
<li>Pela vida encontramos vários filmes inesquecíveis, que nos agarram, que nos inspiram e nos movem, independentemente das suas épocas ou géneros. Por mérito próprio e sobretudo pela sua sobeja e inquestionável unicidade, 2001 - Odisseia no Espaço entra diretamente para um lote ímpar e muito especial. </li><li>Trata-se de um trabalho completamente dissonante de
um consumo cinematográfico mais comercial, do cinema espetáculo mais caraterístico
de Hollywood, sendo que nem por isso deixamos de ter um pedaço de trilha com verdadeiras proporções épicas e fantásticas. 2001 - Odisseia no Espaço é visceral, desafiador,
complexo e ao mesmo tempo simplista e por vezes até cru. É Sectorial, ordenado, incisivo e
exuberante, quer visualmente, quer intelectualmente. </li><li>Tanto haverá para dizer da obra magistral de Stanley Kubrick que me confesso não saber
organizado o suficiente para ordenar o grosso de toda a informação que absorvi e teorizar o
suficiente para, pelo menos, apresentar aqui uma interpretação que faça justiça à obra que acabei de ver. Não fugindo aos desígnios do seu criador, remeti-me
a uma singular visualização do filme – procurando atestar a idoneidade de
Kubrick quando nos diz que é apenas necessária<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>uma visualização deste trabalho para exercitar
cognitivamente nos níveis pretendidos. Dei-lhe razão.</li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b> O Primeiro
Nível – Nível Direto, Básico, Insinuante.</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
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<ol style="text-align: justify;">
<li>Stanley
Kubrick deu forma a uma obra que teria sido um retumbante fracasso caso não
colocasse o espectador a pensar, caso a dimensão da sua obra fosse compreendida na sua plenitude de forma fácil e ligeira. Pelo menos comigo, Stanley
triunfou – fez-me pensar, extasiado confesso, e desde logo deparei-me
confrontado com vários níveis intelectuais, expressivos, mas dissonantes na sua forma, conteúdo e profundidade. Elevei pelo menos quatro. Talvez o quarto nível seja o meu limite
dentro desta equação e outros seguramente terão ido um pouco mais além. </li>
<li>Sem que seja
de modo algum assumido no filme, existe sim uma frase e uma orientação no
argumento que nos remete para a existência de vida no Universo que não aquela
que temos presente no nosso planeta e, dentro de um infindável campo de
possibilidades, Kubrick introduz um menisco negro retangular várias vezes ao
longo da trilha, assumindo-se o mesmo como uma espécie de forma de vida
superior, alienígena, que por alguma razão irá procurar fomentar a evolução do
ser humano. Esta será talvez a interpretação mais básica e redundante: em
nenhum momento do filme o realizador assumiu a existência de uma outra forma de
vida, encarou todavia e cabalmente essa possibilidade, mas não existe
efetivamente, além do menisco, algum outro dado significativo que nos permita
aceitar esta teoria como a verdade e o mote presente por detrás das intenções
de Stanley. Por outro lado, se atentarmos na presente insinuação e a
distorcermos levemente, teremos que assumir a possibilidade de Kubrick se estar
a referir ao próprio ser humano – efetivamente passou a existir vida no
exterior, no espaço, transportada pelo próprio ser humano e talvez esta seja uma
das mensagens presentes quando o Homem se volta a deparar com o negro menisco,
agora na Lua, numa plena inversão cénica face à primeira cena em que o mesmo
desponta.</li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>O Segundo
Nível – Nível Complexo, Conceptual, Teológico.</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
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<ol style="text-align: justify;">
<li><span id="goog_1944413323"></span><span id="goog_1944413324"></span>Conceptualmente vanguardista, controverso, polémico. E mais, e
semelhantes, serão os adjetivos caracterizadores de 2001 a Odisseia no Espaço
neste patamar. A problemática teológica surge de forma inevitável! Sobretudo
quando, já próximos do fim somos confrontados com “A Criação de Adão”, o famoso
quadro renascentista de Miguel Ângelo onde Homem e Deus procuram contacto, com
os seus dedos indicadores esticados, um ao encontro do outro – o menisco poderá
aqui representar um esboço religioso, a representação da necessidade do Homem
acreditar e se reger por alguma coisa, mas não necessariamente (e ao contrário
do que muitos possam ter interiorizado) aqui presente a religião cristã ou
qualquer outra moldada e formulada pelo Homem e para o Homem.</li>
<li><span id="goog_1944413329"></span><span id="goog_1944413330"></span>Não acredito no defeso da teologia cristã presente nesta cena por
várias razões, sendo a primeira precisamente a admissão de Kubrick, irrevogável,
de que o Homem deriva do macaco. E isto é cabal no filme, sobretudo no seu
princípio onde somos desde logo confrontados com o título “The Dawn of Man”, o
qual é precedido cenicamente por um grupo de hominídeos. E, considerando que
nada no filme terá sido articulado ou escolhido ao acaso, considero que a
própria jornada a Júpiter, rei dos planetas e rei dos deuses romanos constitua
uma forma subtil de gerar uma harmonia entre as perspetivas antagonistas –
Kubrick volta a sugerir caminhos, mas coloca elementos insuficientes à sua
presunção e outros em número suficiente para desmistificar rapidamente uma
associação mais primária ou direta. Nada nesta obra parece surgir por acaso, o
que a torna altamente estimulante, mesmo por entre longos minutos de uma
narrativa, por vezes mais murcha, lânguida, exangue.</li>
<li>Temos portanto nesta segunda interpretação uma carga teológica bem centrada
na matriz argumentativa do filme. Mas porquê e qual afinal a orientação e
relevo disto mesmo? Se na primeira interpretação tínhamos uma entidade
alienígena a fomentar a evolução do homem, aqui teremos a evolutividade do
Homem isenta da interferência de uma raça superior, mas confrontado
conceptualmente com a vida enquanto princípio e fim: o Homem evolui, aperfeiçoa-se,
conquista espaço e conhecimento e organiza-se de forma a transitar
geracionalmente todos os resultados das suas vivências. Mas em que direção?
Qual o sentido da sua evolução? Até onde irá realmente o Homem evoluir?</li>
<li>Stanley Kubrick tece aqui um rasgo vanguardista de proporções antropológicas
épicas para o ano em que vivia: o Homem como criador de vida, o Homem como Deus
– HAL, o último grito tecnológico computorizado é criado pelo homem e
ultrapassa-o no processamento cerebral acrescentando ainda a sua nova
capacidade sensorial. “Eu sinto, eu sinto, medo, tenho medo” estas são as
palavras mais fulcrais quando o computador é desligado gradualmente por Dave. A
harmonia entre homem e máquina é quebrada numa clivagem regida pelo medo…o
computador com medo de ser desconectado antecipou-se e procurou assassinar
todos os tripulantes. Dave também com medo, antecipou-se e procurou desligar a
máquina e este ato é sublime, é perfeito, é conceptualmente pleno: o homem
criador recua e aborta a sua criação. Reconhece que foi pelo caminho errado,
que gerou vida e que essa mesma vida pode até certo ponto representar uma
ameaça evidente à sua, oferecendo-lhe um vislumbre da sua própria extinção. Todo o processo de criação é aqui
abortivo. Mas esta é também uma problemática que não tem enquadramento dentro
do cristianismo ou da religião humana: o Homem Deus.</li>
<li>Seguimos
rumo a Júpiter, onde a nave de Dave adquire num enquadramento psicadélico a
forma de um espermatozoide. Júpiter será o óvulo. A sequência visual que se
segue é magistral! Os <i>flash points</i> em que surge um Dave esmagado, confrontado
pelo conhecimento está algo de arrebatador. O Homem atinge finalmente
um nível de abertura ao conhecimento como nunca anteriormente lograra atingir,
mas a complexidade Universal é ainda demasiado elevada para aquilo que a
ignorância do Homem está preparada para encontrar. É demais. Mas é ao mesmo
tempo a continuação do caminho evolutivo. O Homem terá ido pelo caminho
aparentemente correto,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que o fará
transitar para um novo patamar. A aparição do bebé, ainda incubado mas de olhos
bem, bem abertos, cuja origem/destino será a terra, após o envelhecimento do homem, de Dave, mostra-nos o fim de uma linha mas também o possível início de
uma próxima.</li>
<li>O Homem
evolui mas debate-se existencialmente com lacunas, com falta de significação. O
Homem almeja o domínio total do conhecimento, mas por vezes esmagado e
impotente gera ilusões e mitos que preenchem o vazio que não domina. Preenchido
esse vazio, surge a ameaça de um Homem errante, estagnado e dogmático a definir
sectorialmente elementos que não domina com conceitos não condizentes. Mas
ainda assim, o Homem evolui. Evolui porque não é resignado, porque é territorial,
porque sabe que há mais por descobrir e que existem limites a transpor ou
simplesmente que certas dimensões de desconhecido poderão ameaçar a vida do
espaço que domina. Movido pelo medo, pela curiosidade ou pela necessidade o
Homem irá ser confrontado sistematicamente com processos que o irão
desdogmatizar à medida que novos domínios são conquistados e novas informações
entram em conflito com os espaços que foram anteriormente, indevidamente preenchidos.
Este segundo patamar, será talvez o mais complexo.</li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Terceiro
Nível – Nível Intermédio, Crítico, Contemporâneo-futurista.</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM_DvREzEZfdl-KqZ-NHKeUG_5cRFgJ5TzbesqjERMM4KGSXeP14J-4PLHcvtOA8KfKBi4jDJTRBh7zn9CEzeUr71H0qLhwkolgSl4ggIh1zE1z51H9_a5Hsa7ELxWmH7bm-Du2WtULDc/s1600/2001-a-space-odyssey.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM_DvREzEZfdl-KqZ-NHKeUG_5cRFgJ5TzbesqjERMM4KGSXeP14J-4PLHcvtOA8KfKBi4jDJTRBh7zn9CEzeUr71H0qLhwkolgSl4ggIh1zE1z51H9_a5Hsa7ELxWmH7bm-Du2WtULDc/s320/2001-a-space-odyssey.jpg" width="320" /></a></div>
<ol style="text-align: justify;">
<li>Considero o
terceiro nível intermédio porque, a meu ver, requererá menores trabalhos
cognitivos depois da linha de pensamento central estar montada. É de
salientar o esforço vanguardista desenvolvido por Clarke e Kubrick: a conquista
do espaço, a reformulação da dieta humana, a evolução das comunicações.
Assistimos a um verdadeiro Skype entre pai e filha em 1968. Todo o decor
oferece aqui e ali pormenores interessantes de como Kubrick antecipa (imagina)
as áreas de intervenção humana a médio prazo. É por outro lado verdade que a
genialidade dos dois mestres não lhes permitiu incidir devidamente aqui em
todos os elementos, escapando-lhes por exemplo a transformação visual, quer das
indumentárias quer dos penteados – quedaram-se ainda muito próximos da realidade de
então.</li>
<li>Ainda assim,
é patente todo um labor de análise e projeção cognitiva daquilo que poderia
vir a ser o Homem para Stanley Kubrick aproximadamente 30 anos depois – e se
existiu este empreendimento no esboçar do ser humano no futuro, terá existido
seguramente e também um sentido crítico face à realidade de então e o que
pensaria Kubrick ser o sentido tomado pelos seus homónimos àquela data. Reparem
que estamos no final da década de 60, sob a plenitude de uma guerra fria e num
contexto histórico que terá sonhado como nunca com a conquista do espaço –
Kubrick acentuou a disputa pelo espaço. A máquina de propaganda de então
deveria ser brutal, o espaço um dos grandes motes e, rodeado por toda esta
contextualização, envergando quanto a mim e de forma indiscutível um intelecto
e uma genialidade tão evidentes, e se Stanley Kubrick aproveitou para, num
golpe simplista efetuar na sua arte uma prova experimental e, no fundo, um
retrato acentuado da sua contemporaneidade? </li>
<li>Releva-se
aqui e para o efeito,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a simetria disposta
em 2001 Odisseia no Espaço: sobretudo no alinhamento de Júpiter com as suas
luas e eventualmente com os demais astros: temos sucessivos ângulos de 90º.
Temos também (e novamente) o menisco como o veículo primordial de mais uma
interpretação: o menisco apesar de ser um objeto não identificado e dissociado
de uma definição direta, reúne pelo menos um conjunto de características
efetivas: é negro e é retangular. Surge em quatro ocasiões distintas sendo
que, numa delas, surge de forma diferente – normativamente associado a uma
posição vertical, o menisco surge no alinhamento de Júpiter perfeitamente
inserido no conjunto simétrico disposto, mas na horizontal. É para mim um dos
momentos mais determinantes e que eventualmente poderão dar uma significação
mais objetiva ao misterioso objeto e terá bastado uma simples rotação: retangular,
anguloso, negro, na sua verdadeira disposição horizontal e associado a um
festival multicolor psicadélico subsequente, apenas interrompido por um Dave
que tudo observa e assimila, de olhos esbugalhados. </li>
<li>Estamos
diante de um ecrã de um televisor, presumivelmente moldado de uma forma um
pouco mais futurista. Mas é isso, tão e somente apenas isso. Veículo primordial
de propaganda, cada vez mais presente em todos os seios familiares, plenamente
difundido e como tal, alvo prioritário de toda e qualquer maquinaria de
propaganda que se queira vigente – estamos diante de uma meia premonição de
Kubrick sendo que o mesmo não deixou de possivelmente deixar aqui evidente um
certo sentido crítico face ao gradual apego da sociedade à televisão e a como
isto poderá transportar em si uma maior vulnerabilidade e exposição face a
emissores informativos indevidos e à inevitável formatação daí proveniente.</li>
<li>Neste caso,
todas as cenas em torno do menisco, quer com Dave, quer com os hominídeos, quer
na Lua retratarão visceralmente a reação da plateia face ao filme. A analogia,
diabolicamente simples, parece-me simplesmente suculenta.</li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Quarto Nível
– Nível Caótico, Reacionário, Provocatório.</b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCXfD73tqlqO3Za_xPRixPQniij4RQ7TaRvrJUvp38PQfhS-fav42EWrN9vtFOlSAKd800pWQiAx_M3sL28YDmFHtUq9LveFbbhcEf-mXaxDhv4H7Qz2oKt9Lo1mWFFY0jznmKSdbri5A/s1600/2001-A-Space-Odyssey-screenshot-1920x1080-1.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCXfD73tqlqO3Za_xPRixPQniij4RQ7TaRvrJUvp38PQfhS-fav42EWrN9vtFOlSAKd800pWQiAx_M3sL28YDmFHtUq9LveFbbhcEf-mXaxDhv4H7Qz2oKt9Lo1mWFFY0jznmKSdbri5A/s320/2001-A-Space-Odyssey-screenshot-1920x1080-1.jpg" width="320" /></a></div>
<ol style="text-align: justify;">
<li>2001 Odisseia no Espaço procura, quanto a mim, sintetizar o caminho evolutivo do
Homem. Stanley Kubrick é, cinematograficamente um verdadeiro Charles Darwin a
teorizar sobre a raça humana, desde o seu berço e talvez porventura até ao seu
túmulo. E tantos são os elementos dispostos ao longo do filme, desde a alegoria
da caverna de Platão ao quadro de Miguel Ângelo, à música de Strauss, à alusão da obra de Homero ou ainda a nave espacial que surge em forma de roda,
instrumento considerado a primeira invenção do Homem. Deparamo-nos sistematicamente
com uma imensa carga simbólica proveniente de diversos momentos históricos.</li>
<li>A fórmula
evolucional arquitetada por Kubrick começa por ser deslumbrante. O hominídeo é
desde logo descrito como territorial, o qual reclama o seu espaço, mas o qual
também não deixa de necessitar de subsistir em comunidade. O choque entre clãs
é delicioso, assim como a forma crua e nua como o hominídeo evolui: aprende a
dominar desde logo os princípios da arte da guerra, usando um simples osso como
instrumento de agressão, quer face aos congéneres que ainda não encaixaram a
novidade, quer face aos animais que agora passam a ser a sua presa. A sua
própria dieta é transformada. A viagem de Heywood à estação espacial
demonstra-nos como o homem evoluiu bastante mas continua a manter a sua
territorialidade. Face ao homólogo russo, Heywood não partilhou informação
confidencial pois naquela descoberta poderia residir alguma vantagem face ao
rival. Americanos, russos, o homem continua no fundo a subsistir em comunidade,
mudando os seus hábitos comportamentais e mudando também e obviamente a sua
escala.</li>
<li>O menisco
volta a aparecer quatro milhões de anos mais tarde, numa caverna, na Lua. Os quatro
milhões marcarão a caminhada do homem até ali desde a sua aurora e a inversão
formulada por Kubrick é assaz interessante: agora é o homem mais evoluído,
ainda sequioso pelo conhecimento a ir ao encontro do menisco que agora se
encontra no interior da caverna. O homem continua ainda assim, sem conseguir
definir grande parte do que acontece no Universo. Mas evoluiu tanto que quase
não se reconhece, quando olha para lá da cortina, para aquilo que era ao
início.</li>
<li>O caminho
evolucionário do homem passou, passa e passará por enfrentar o desconhecido, não
se resignando. Sistematicamente, quando confrontado com matéria que não domina,
o Homem sente-se ameaçado, mas curioso. Gera soluções/problemas (como a religião)
para criar diferentes respostas, realidades para aquilo que não domina, mas
ainda assim e lentamente, o Homem continua a evoluir.</li>
<li>Stanley
insere um retângulo negro desconhecido diante do Homem, o qual forçosamente
irá procurar desmistificá-lo, controlá-lo e defini-lo, quer como pertence de
uma outra forma de vida, quer como criação de uma entidade divina, mas nunca
aceitando que o menisco é aquele menisco, só porque sim. O menisco retangular
negro aparece quatro vezes no filme – sujeito a varias interpretações. Eu acho
que mais importante do que definir o objeto no filme é atentar no impacto que
este provoca e na reação que ele espoleta tanto no hominídeo como no homem. E
sim, o menisco poderá surgir ali e cenicamente só porque sim e jogando na
descontextualização, Kubrick lograria desde logo a confusão das massas ao mesmo
tempo que as empurraria numa ânsia cognitiva para determinar o que é realmente
o menisco, qual o seu impacto, qual a sua função no filme – e no mínimo, deverá
ser aceite que pelo menos, o menisco serviu magistralmente os propósitos do seu
criador. Foi o seu veículo, o seu pavio, mas na resenha evolutiva do Homem,
muito mais importante do que determinar a origem, função ou significado do
menisco, seria atentar na reação do ser humano face àquele mesmo menisco, face
à representação plena do desconhecido, de um conjunto de dados que o Homem não
domina: o Hominídeo sai da caverna e vislumbra, aterrado, uma novidade.
Assustado, manterá a distância e cederá à irracionalidade mas, a continuidade
presencial do desconhecido que o esmaga e, ao mesmo tempo que a inércia do
objeto que ainda não domina se mantém, o Homem terá tempo para se acalmar,
raciocinar, estudar e procurar dominar o espaço que não domina sendo a sua
maior e melhor ferramenta a curiosidade.</li>
<li>O Hominídeo
mesmo desconhecendo qualquer razão ou sentido para o menisco ali se encontrar irá
ceder à sua curiosidade e procurar conquistar o seu medo, irá querer compreender
o que é aquilo e esta foi, é e será indiscutivelmente a maior ponte para um
caminho evolutivo efetivo, contínuo, real, viável.</li>
<li>O menisco
poderá até ser a ponte evolutiva entre um estado caótico e a ordem, a
disciplina, a harmonia, o conhecimento, a evolução, mas penso genuinamente que
no último nível intelectual arquitetado por Kubrick, o seu maior objetivo foi
o de simplesmente colocar a audiência num estado introspetivo e filosófico,
manietando devidamente o seu instrumento e espelhando a sinergia entre os
eventos que vão decorrendo no filme e as reações da plateia perante a tela
retangular de que dispõe imediatamente adiante.</li>
</ol>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyprm0rZg6o9CoQEsB7DT3HZoXQhdzZCasRZiUh4UNWsybEq_C980fhcJdwo44Qpfv5VxxwQNc9yRNDoxdMfGF0DpxH5a4N94w8bC2hmmHMDFzpJWXqcZwSXbl5lUXAGGhuqU_ldeC65A/s1600/2001space037.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyprm0rZg6o9CoQEsB7DT3HZoXQhdzZCasRZiUh4UNWsybEq_C980fhcJdwo44Qpfv5VxxwQNc9yRNDoxdMfGF0DpxH5a4N94w8bC2hmmHMDFzpJWXqcZwSXbl5lUXAGGhuqU_ldeC65A/s320/2001space037.jpg" width="320" /></a></div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Reforço que para mim o
menisco poderá representar a ordem, a disciplina, a harmonia, a evolução. Tem
uma forma geométrica e é totalmente dissonante do mundo caótico em que primariamente
surge. O menisco poderá ser a representação da necessidade do Homem se
organizar, pensar. Acredito que o objeto aparece ali porque sim, não é
importante definir o como nem o porquê nem o que é. É sim importante vislumbrar
a postura do hominídeo que sai da caverna, assustado pelo desconhecido, pela
ameaça, pelo mundo que não domina e do qual desconhece qualquer razão ou
sentido, mas é também visível a sua curiosidade e coragem em querer compreender
o que é aquilo, o que é o desconhecido e será essa a ponte primária de todo o caminho evolutivo subsequente percorrido pela raça humana.</li>
<li>Muito haverá
para interpretar ou discutir, os campos de alimento cognitivo são tão vastos!
Kubrick terá logrado na plenitude atingir os objetivos a que se terá proposto:
2001 é verdadeiramente uma odisseia, à qual muitas respostas ficarão por fruir;
onde existem armadilhas intelectuais, onde coisas com aparente e demarcada
importância poderão não ser assim tão necessárias à nossa compreensão do filme
e em parte talvez tenha sido esse um dos objetivos perpetrados por Kubrick, o
qual obviamente enquanto senhor de uma realidade cognitiva, ao não dispô-la de
forma clara, assegurou sempre uma vantagem imensa sobre a sua plateia. Ainda assim, este é um daqueles filmes que oferece todos os elementos devidos, não se trata de uma daquelas obras pretensiosas que nos dispõem um final estranho, as quais parecem pretender parecer inteligentes, mas que na verdade pouco oferecem como estímulo intelectual. Nesta obra temos disposta toda uma panóplia de informação múltipla, a qual será direcionada pela audiência nos mais diversos sentidos. Reparem, todo o esforço de teorização acima elevado apenas adquiriu uma determinada forma e um determinado conteúdo porque eu já estaria primariamente vocacionado para um determinada orientação cognitiva. Outros serão divergentes do que aqui foi exposto e ainda assim serão igualmente válidos. Afinal, o importante será sempre o impacto que o filme provoca no intelecto do espectador, tal qual o impacto do menisco no hominídeo. </li>
<li>Os vários níveis intelectuais abordados serão na sua matriz autóctones. Poderão ser dissonantes nos seus vértices mais periféricos, mas atingido o momento, tenderão a condensar-se de forma a apresentar um vasto campo de possibilidades. Todas elas interligadas, apenas necessitando das devidas rotações - que decorrem quando estamos aptos a pensar fora da caixa.</li>
<li>Por fim (dificilmente o fim) deixo ainda uma nota referente a parte do título do filme: 2001. Lembram-se daquela famosa premonição apocalíptica de que a 2000 chegaríamos e de 2000 não passaríamos? O número um representará aqui o primeiro ano após uma transformação profunda, o marco de que o caminho evolutivo do Homem encontrou um entroncamento no qual a nossa espécie será dividida: caminhará numa estrada sem saída, ainda por algum tempo, o Homem mais associado à nossa atual condição e seguirá por uma outra estrada, ainda a nossa espécie, mas mais capaz, mais apta, mais desenvolvida. A um muito longo prazo, a primeira estrada terá um fim, uma extinção, uma desintegração enquanto que a segunda estrada prosseguirá num ciclo de continuidade que será futuramente interrompido por um novo entroncamento. Afinal, o que pensam que aconteceu quando surgiram no mundo os primeiros Homo Habilis, contemporâneos dos Australopitecos?</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglo82xmXgTM8XK_id8v_lwv04VUNJhG59D5_RRyxPuyJLaimXs4La7kYb6wBdmnLu6XS6OEnluBJXbDf0MPM0gJAOIm0lJ-92PLvAmz_8QEKMncuEDCyiPbfa6mwG9ervEUdIW5GYDOs4/s1600/2001-a-space-odyssey-original.jpeg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglo82xmXgTM8XK_id8v_lwv04VUNJhG59D5_RRyxPuyJLaimXs4La7kYb6wBdmnLu6XS6OEnluBJXbDf0MPM0gJAOIm0lJ-92PLvAmz_8QEKMncuEDCyiPbfa6mwG9ervEUdIW5GYDOs4/s320/2001-a-space-odyssey-original.jpeg" width="320" /></a></div>
<ol style="text-align: justify;">
<li>Os Australopitecos, quando surgiram os Homo Habilis, esfumaram-se misteriosamente como que por magia.</li>
<li>Os Australopitecos consideraram a nova classe de hominídeos mais bonita e resolveram-se por um suicídio coletivo.</li>
<li>Ou será que terão ambos continuado ainda por um longo tempo a coexistir neste nosso planeta, sendo que aos primeiros coube uma extinção natural e aos segundos uma continuidade face aos seus ancestrais?</li>
</ol>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-57119963331995086632015-02-23T01:58:00.003+00:002015-02-23T02:05:56.522+00:0087ª Edição dos Academy Awards de Hollywood (Ainda No Pelotão das Nomeações)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaK2do39g0qL1xYqvLVMpQO0sKvMkcB3RoF911RvLdz5kUjQZAzIshRV5r0tUEt6yeXpH5DzELkbkvb7y646o20cw_O9giLki3Z6gFOW1C9yEXmPQQ1NG736v7nagULg-03s7ttguIp4A/s1600/101.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaK2do39g0qL1xYqvLVMpQO0sKvMkcB3RoF911RvLdz5kUjQZAzIshRV5r0tUEt6yeXpH5DzELkbkvb7y646o20cw_O9giLki3Z6gFOW1C9yEXmPQQ1NG736v7nagULg-03s7ttguIp4A/s1600/101.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">Foxcatcher </span></span></b>(2014) - O Director foi Bennett Miller. Steve Carell; Channing Tatum e Mark Ruffalo na vanguarda performativa.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Baseado na história
verídica de Mark Schultz, medalhado de ouro em wrestling nos Jogos Olímpicos de
Los Angeles’84, o qual aparentemente e apesar das suas conquistas se apresenta
de algum modo esquecido pelo seu país evidenciando um estilo de vida quase
precário. É por isso alvo de fácil captação, por parte de um poderoso magnata
(John Du Pont) o qual resolve alterar a realidade de Mark e patrocioná-lo
condignamente para o Mundial e sequentemente para os Jogos Olímpicos de Seul. Além
da vertente monetária e de toda a logística facilitada, Mark assume esta
conjuntura como uma oportunidade de sair por ele próprio da sombra do
carismático irmão mais velho, Dave Schultz, também ele uma lenda do wrestling.
A narrativa explora as relações entre estes três homens, desembocando num
desfecho relativamente inesperado. John Du Pont assume-se como um
multimilionário peculiar, de conduta extravagante e mimada, que procura à
semelhança de Mark afastar-se da sombra da mãe, ao mesmo tempo pretendendo
também preencher a sala de troféus com valor seu – assume uma postura perante
Mark de aparente amizade mas cedo descobrimos que John Du Pont terá uma noção
muito limitada do conceito enunciado. </li>
<li>Ainda que o
mote principal seja o wrestling e a vida árdua de preparação dos atletas para a
alta competição, Foxcatcher acaba por ser um verdadeiro thriller psicológico,
delineando condutas peculiares, instáveis e potencialmente explosivas. A
correlação sonora com todo o campo performativo e narrativo é simplesmente
assertiva, simbiótica, imprescindível – todo o valor qualitativo deste trabalho
ganhou de resto toda uma outra dimensão com o uso devido da banda sonora,
presente nos momentos-chave mas sobretudo, ausente também em momentos
primordiais, contribuindo para a elevação de uma tensão cénica latente. O
próprio som global do filme por várias vezes entra em crescendo até implodir e
desvanecer, concedendo por segundos uma aura impressionante e abafadora.</li>
<li>Como
terceiro pináculo qualitativo, relevo a representação, quer de Steve Carell,
quer de Mark Ruffalo, que de Channing Tatum com demarcado destaque para Steve
Carell, o qual surge aqui num papel dramático, quase que atípico para uma
plateia habituada aos seus desempenhos mais votados ao humor. Carell surge aqui
irreconhecível, quer numa qualidade que lhe desconhecia quer mesmo físicamente,
tendo a caracterização do filme aproximado-o em forma aos pássaros tão amados
pela sua personagem. Para mim os momentos em que Carell se demora, retardando a
resposta num diálogo, são simplesmente apetecíveis. Ruffalo por seu lado entrou
bastante bem na personagem do irmão mais velho, tutor e preocupado com o irmão
mais novo, com códigos, valores mas também com uma família à qual desejará
proporcionar uma melhor qualidade de vida e penso que será por este caminho que
conseguiremos em muito perceber as rotações posicionais desta personagem. A
primeira cena de Ruffalo é de resto impressionante, superando tecnicamente
Channing Tatum e adquirindo uma índole absolutamente credível. Channing Tatum
surpreende também neste registo, exibindo uma expressão corporal com algum
detalhe, presente até na forma como Mark Schultz caminha mas exibindo também e
sobretudo um registo emocional que sem dúvida alguma lhe terá valido alguma
ascensão na consideração de muitos críticos de cinema. Concluo reforçando o
valor deste trabalho, justificando as suas cinco nomeações em contexto de
academia mas não posso também deixar de referir que também em Foxcatcher, está
patente uma aura neo-realista e anti-climática que parece perdurar em Hollywood
enquanto moda – o mesmo será dizer que também aqui existe uma recta final
frígida e um sentimento de estranheza quando atingimos o final do filme, aquele
sentimento que nos diz que faltou mais qualquer coisa, aquele sentimento que
nos diz que a arte no seu sétimo domínio é cada vez mais um produto técnico,
domesticado, supressor.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEYTAHsNSWVACE8SW9VjUs9ecdwGrIFcG228tKxALrITbGc_V53EczaVuWmwcryq23gBIM3V6azGldx3wmz5ZzL6agElLav-mIPVH6my3dNm_wrnDyXarLxB3L3OfP4Ke22_1fm3cNu18/s1600/100.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEYTAHsNSWVACE8SW9VjUs9ecdwGrIFcG228tKxALrITbGc_V53EczaVuWmwcryq23gBIM3V6azGldx3wmz5ZzL6agElLav-mIPVH6my3dNm_wrnDyXarLxB3L3OfP4Ke22_1fm3cNu18/s1600/100.jpg" height="320" width="205" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #674ea7;"><b><span style="font-size: x-large;">Interstellar </span></b></span>(2014) – Christopher Nolan, o director. Matthew McCounaghey; Anne Hathaway e Jessica Chastain ocuparam os lugares mais proeminentes.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Interstellar aborda
conceptualmente múltiplas temáticas, ameaçando complicar, confundir e
transcender os limites do razoável ou do recomendado mas, ao erigir uma ponte
entre ciência e fé adquire toda uma solidez que, ao longo da minha visualização
do filme, temi que quebrasse e desmoronasse. Sobretudo quando o conceito primário
defendido enquanto suporte de conexão entre ciência e fé, é tão simplesmente o
conceito de amor. Independentemente de cientificamente, a proposta contida
neste projecto, ser válida ou não a verdade é que em termos de argumento e para
meu espanto, acabou por ser uma aposta triunfante. Na matriz deste trabalho
penso então localizar-se o amor sem barreiras entre um pai e uma filha – e tão
simples mote, deixado a marinar no meio de um turbilhão de conjecturas
científicas, acabou por absorver dimensão e erradiar na sua conclusão uma
beleza emocional que a meu ver tem escapado num Hollywood cada vez mais
mergulhado em tendências ultra realistas e equitativamente frigídas.</li>
<li>Tecnicamente
verosímil e capaz, Interstellar consegue guiar-nos numa verdadeira aventura
onde a subsistência da humanidade se encontra em jogo: fá-lo procurando novos
mundos e aproveita para, perante um cenário caótico, evidenciar diversas
posturas individuais perante as problemáticas enunciadas sendo que a
intervenção de algumas destas figuras enriquecerá no devido momento o curso da
acção, tornando-a dinâmica mas com rasgos imprevisíveis altamente benéficos
para o resultado global do filme. Não quero com isto dizer que no que toca à
história Interstellar é um produto de louvor desmedido pois certo é que o mesmo
contém em si alguns pontos mais frágeis, sendo um deles a previsibilidade de
algumas articulações mais centrais à sua trama – mas a previsibilidade parcial
do enredo é a meu ver compensada com as intenções e intervenções menos óbvias
de algumas das suas personagens como pretendi exprimir na frase anterior. Acredito
piamente que os longos minutos do filme atinjam um desfecho positivo perante a
audiência, mais não seja pela ousadia remetida pelo guião, pela representação
de qualidade, pelas componentes técnicas e pelo curso de uma acção por vezes
fascinante, por uma banda sonora mais do que à altura e por todo um resultado
emocional verdadeiramente de salutar.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcYKCwD1ngR8gYBrYDIUrFfelRXPxBZhOciBKFNjzVKDMML7LqHkA7lFdhnLYSOmugW5Tny_DetWMLD9GlSYT2_SAN6Wi2EvCG7LCO9SzygIDkZ3zVqE-EHXNm3mpSFlsAg2nSC73Sy1c/s1600/102.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcYKCwD1ngR8gYBrYDIUrFfelRXPxBZhOciBKFNjzVKDMML7LqHkA7lFdhnLYSOmugW5Tny_DetWMLD9GlSYT2_SAN6Wi2EvCG7LCO9SzygIDkZ3zVqE-EHXNm3mpSFlsAg2nSC73Sy1c/s1600/102.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;"><b>Gone Girl</b></span></span> (2014) – Com o cunho de David Fincher, contou na representação com Ben Affleck e Rosamund Pike.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Que filmão! Desafiador,
dinâmico, perfeitamente capaz de arrepiar caminho e de inverter a marcha
narrativa em qualquer altura. Gone Girl brinca com os nossos processos
cognitivos, encaminha-nos numa direcção entregando-nos apenas um limitado
conjunto de dados e à medida que vai inserindo novos dados e novas perspectivas
adquire toda uma outra forma, aura, envolvência e fá-lo sem em momento algum se
tornar confuso – Gone Girl é repleto de peripécias e encadeamentos narrativos
que ainda assim se revestem de uma simplicidade medida na quantidade certa.</li>
<li>O argumento
é quanto a mim um verdadeiro pilar neste filme e merecedor de maiores honras do
que aquelas que tenho visto reunir até aqui. É verdade que a primeira metade da
película é muito melhor sucedida, o clímax e consequente desfecho do filme
deixou a mensagem de que por vezes o casamento aparentemente perfeito, à porta
fechada, pode-se tornar num verdadeiro pesadelo e que ambos os indivíduos
dentro desse compromisso devem estar preparados para o lado mais negro do
matrimónio devendo saber reinventar e redescobrir a sua relação de forma a que
a mesma continue de pé, devidamente nutrida. A partir do encerro participativo
de Neil Patrick Harris, o curso do filme tornou-se talvez anti-climático e
talvez fosse desejável encontrarmos nesta obra um outro desfecho mas ainda
assim, reafirmo a qualidade da história.</li>
<li>E se a história
é francamente positiva, deixem que vos diga que a representação é tão boa ou
melhor que o argumento! Rosamund Pike é claramente a âncora de todo o elenco, a
encarnar o papel de uma mulher manipuladora, astuta, cheia de manhas e
detentora de uma versatilidade expressiva adequada aos seus interesses do
momento. Ben Affleck assumiu uma tarefa mais linear, o papel do marido pacato e
infiel confrontado com o súbito desaparecimento da mulher…um desaparecimento
que tanto lhe é conveniente, como estranho, confuso ou perigoso. </li>
<li>Adorei ainda
o lado mais negro deste filme, apresentando numa situação drástica um humor
bastante subtil. Gone Girl é o típico filme que retrata um casamento que
principiou perfeito mas que quando agitado pela crise se revela altamente instável.
Gillian Flynn aperfeiçoou o molde em mote e a meu ver limitou-se depois a
hiperbolizar a resposta comportamental de cada um dos intervenientes face às
sucessivas e sistemáticas clivagens que vão sucedendo ao longo da relação. Um
verdadeiro “must see” e uma pena que apenas Rosamund Pike seja o único
representante deste filme nos Óscares deste ano.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9wgSO6kp0jQEPpU0cnBoRhmsxkuOnt7lkl5Js2OXYuGV0c7wbl0sny8WAvH4UTliFrxJiPhem9hqRCJ9WbmXDQApv9gQJjke25MgSooEvMODiuDm9yA2QZxeykD_seTfchjEG6nH3QPI/s1600/103.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9wgSO6kp0jQEPpU0cnBoRhmsxkuOnt7lkl5Js2OXYuGV0c7wbl0sny8WAvH4UTliFrxJiPhem9hqRCJ9WbmXDQApv9gQJjke25MgSooEvMODiuDm9yA2QZxeykD_seTfchjEG6nH3QPI/s1600/103.jpg" height="320" width="202" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7;"><b><span style="font-size: x-large;">Unbroken</span></b></span> (2014) – A cargo de Angelina Jolie. Eleva Jack O'Connell; Takamata Ishihara e Domnhall Gleeson como as suas estrelas.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Angelina Jolie dirigiu e
participou na adaptação do argumento, baseando-se no registo biográfico de um
corredor olímpico que foi feito cativo na Segunda Guerra Mundial, quando o seu
avião se despenhou. Este exacto homem morreu no mesmo 2014 que doou vida a
Unbroken.</li>
<li>A trama é
simples, descreve as várias situações de morte iminente atravessadas e
superadas por Louie Zamperini – é iniciada desde logo a rejeição juvenil por
Louie ser um imigrante de origem italiana; segue-se a sua batalha olímpica que
ladeia em flashback a sua presente vida militar, a bordo de um avião
bombardeiro. A lógica da narrativa só nos poderá dizer que tudo continuará a correr
mal e logo seguidamente o avião despenhar-se-à em alto mar. Louie uma vez mais
integra um pequeno grupo de sobreviventes que ficam à deriva no Oceano dezenas
de dias, ultrapassando e desafiando também aí qualquer possível recorde de
sobrevivência em semelhantes condições. Mas se pensam que a história fica por
aí, desenganem-se pois estes náufragos são entretanto “salvos” pelo inimigo,
que os captura e submete a condições absolutamente inumadas (e aposto que os
nossos amigos japoneses não terão ficado muito satisfeitos com o retrato que
lhes foi atribuído, sobretudo se observarmos a conduta sádica e diria mesmo
desprezível, de Watanabe). Todo o resto do filme contextualiza-se de resto num
campo de prisioneiros e na transição para um segundo campo, ainda pior que o
primeiro. Se realmente Louie Zamperini passou por todas estas situações,
redigidias e filmadas por Jolie, então este homem é genuínamente inquebrável.</li>
<li>Na narrativa
deste nosso “survivor” encontro aproximações manifestas a filmes que vão desde
The Life of Pi até outros mais antigos, como The Bridge on the River Kwai,
assemelhando-se a um monte de colagens sumarentas e facilmente captoras do
interesse e atenção subliminar da plateia. Mas, se tudo o que até aqui
enunciado é suficiente para agarrar algumas luzes da ribalta, não é de todo
suficiente para atingir uma plataforma mais gloriosa: o casting é estranho,
pouco carismático (salvaguardando talvez aqui Jack O’Connell) mas é sobretudo Takamasa
Ishihara, o nosso vilão da trama, o que mais estranho me pareceu – por alguma
razão não senti o actor alinhavado à essência da personagem mas pelo menos gabo
a Angelina Jolie o facto de não ter seguido qualquer tipo de cânones e escolher
para um papel tão terrível alguém com uma voz<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>mais pujante ou um aspecto mais feroz. Watanabe é no filme uma figura
ligeira, de ar pouco ameaçador, índole sádica, arrogante e voz frágil. </li>
<li>E se o gobal
da representação é quanto muito, mediana, Angelina Jolie evidencia ainda e
quanto a mim, alguma verdura por detrás da objectiva…os planos são lineares,
lentos, simples, captam aqui e ali alguma beleza cénica formulando por vezes um
trabalho de cinematografia bonito e bem intencionado mas não vai além o
suficiente para garantir uma solidez inquestionável. Mas Angelina Jolie ainda é
jovem neste campo e certo é que tem uma margem enorme de manobra para se
aperfeiçoar. E foi apenas a sua segunda longa-metragem, certo? Uma última e
dupla menção no campo sonoro: edição e mistura de som adequada à dimensão de um
filme de guerra mas uma banda sonora que prossegue filme fora pouco
contribuindo para sustentar a aura do filme, pelo contrário, achei-a mesmo
pouco compatível em algumas cenas, demasiado linear para umas, demasiado
elevada para algumas outras e ainda demasiado presente noutras.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJzChm_SvhG2NLzcaaWOSDMeEbqT3Z9KkMjX3D_rnNdQV5nQY5XUVjCKiHG1IZizvjCSsOj2LDzpIoKc2mX2YeFHOd4jExzCZIUGP1Krylt4U6O-_J3WzmnB1uORxCFCP844QE4KTA2-A/s1600/104.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJzChm_SvhG2NLzcaaWOSDMeEbqT3Z9KkMjX3D_rnNdQV5nQY5XUVjCKiHG1IZizvjCSsOj2LDzpIoKc2mX2YeFHOd4jExzCZIUGP1Krylt4U6O-_J3WzmnB1uORxCFCP844QE4KTA2-A/s1600/104.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;"><b>Mr. Turner</b></span></span> (2014) – Direcção de Mike Leigh. Conta os desempenhos de Timothy Spall; Paul Jesson e Dorothy Atkinson.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Votado à vida do magnífico
pintor William Turner, este Mr.Turner procura recriar um registo biográfico
interessante, com um acutiloso sentido de humor, bem servido ao modo inglês.
Arranca numa primeira hora altamente personalizada e bem orquestrada mas começa
logo após a decair na segunda metade da trilha – de um certo modo poético,
tendo em conta que é nesta segunda metade do filme que também assistimos à
decadência em vida do conhecido pintor. Talvez seja precisamente esta
correlação a marcar o compasso mas certo é que senti a narrativa a esbocejar e
construir qualquer coisa numa fase inicial e na fase final senti uma manifesta
perda de objectividade.</li>
<li>A pontuar a
nível elevado está a fotografia categórica do filme,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a qual oferece um contributo artístico
bastante adequado considerando-se a conjuntura temática e cénica desta obra. Na
sonoridade também pontos positivos para a banda-sonora, a qual por vezes me
pareceu entrar num registo bastante independente, assumindo o andamento da
narrativa e fazendo ao espectador notar a sua presença. Uma menção ainda para o
guarda-roupa e direcção artistica, a meu ver eficazes defensores do contexto
histórico que Mr.Turner procurou recriar.</li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: center;">
Preferencialmente:</div>
<ol style="text-align: center;">
<li>Gone Girl </li>
<li>Interstellar</li>
<li>Mr. Turner </li>
<li>Foxcatcher </li>
<li>Unbroken </li>
</ol>
<ul style="text-align: justify;">
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-58100063155072138262015-02-23T01:29:00.000+00:002015-02-23T01:29:28.479+00:0087ª Edição dos Academy Awards de Hollywood (A Predominância da Fantasia e do Mundo de Animação)<br />
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<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #0b5394;"><span style="font-size: x-large;"><b><span lang="EN-US">Captain America: The Winter Soldier</span></b></span></span><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> (2014) – Realização a cargo da dupla Anthony Russo e Joe Russo. Chris Evans; Scarlett Johansson e Samuel L. Jackson na representação.</span></div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">P</span><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"></span><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">rovavelmente um dos melhores filmes
fundamentados no mundo Marvel. </span>Por norma considero que falta sempre
qualquer coisa neste género de filmes, aquele género normativamente
superficial, desprovido de um enredo minimamente credível, com uma cena ou
outra de arregalar os olhos a nível de efeitos visuais e a usual carga de
pancadaria aqui e ali. Para ser honesto e, apesar de adorar o Universo Marvel,
todos os filmes haviam sido até à data, uma manifesta desilusão. Restava um
“okay, entreteve-me”. Este ano senti que as coisas mudaram, não só pelo Captain
America: The Winter Soldier mas também pelo Guardians of the Galaxy.</li>
<li>Captain
America tem finalmente um representante sólido ainda que sem profundidade no
que toca ao script, o habitual, mas ainda assim talvez por se centrar em torno
de um pequeno conjunto de personagens, a coisa resultou, verdadeiramente. Talvez
pelas próprias personagens não demonstrarem grandes poderes, talvez por ter
tudo uma abordagem tão física, talvez pelas sequências de acção terem
apresentado uma faceta equilibrada e talvez porque o cast tenha tido margem
para cativar a audiência e evidenciar algum carisma. Captain America: The
Winter Soldier conta com cenários formidáveis, efeitos especiais apelativos, um
figurino interessante e, na minha opinião, terá sido o melhor filme da Marvel
até aqui realizado. Pelo menos até à chegada de Guardians of the Galaxy, com o
qual curiosamente discutirá o Óscar de melhores efeitos visuais.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvjjmervElyrQ0r-50Ruusm-hnMWSqkCMV7U7D-Hdr9N1mZoLccwNDbcz7fjF8u5qqIOCxJ9IEix20d15-xADpwdA7ycKHJ5wcymYauGgVbjvwrW7mJ84UQEoVDt3nxfMkiZUMujy60ds/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvjjmervElyrQ0r-50Ruusm-hnMWSqkCMV7U7D-Hdr9N1mZoLccwNDbcz7fjF8u5qqIOCxJ9IEix20d15-xADpwdA7ycKHJ5wcymYauGgVbjvwrW7mJ84UQEoVDt3nxfMkiZUMujy60ds/s1600/2.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #0b5394;"><span style="font-size: x-large;"><b><span lang="EN-US">Hobbit and the Battle of the Five Armies</span></b></span></span><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"> (2014) – Orquestrou Peter Jackson. Ian McKellen; Martin Freeman; Richard Armitage; Orlando Bloom; Cate Blanchet e Hugo Weaving os actores de maior renome.</span></div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">A</span><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"></span><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">penas uma nomeação para os Óscares. </span>Este
colosso, teve apenas uma. Quanto a mim é de longe o “Hobbit” que melhor
consegue entreter a audiência, usando uma fórmula muito mais aproximada à
empregue em LOTR e sobretudo em The Return of the King! Este Batlle of the Five
Armies é intenso, aguerrido, vibrante, emotivo, visualmente fulgorante e com um
cast magnífico, ainda que sem espaço performativo para oferecer a muitos dos
seus actores mais sonantes, é certo.</li>
<li>BOTFA
conseguiu comigo o que nenhum dos seus dois antecessores conseguiu:
arrepiou-me, fez-me estremecer no assento, arregalou-me os olhos e acima de
tudo, fez-me voltar a sentir todo este maravilhoso Universo de Tolkien. E
palavras para quê? O som é simplesmente fantástico; o guarda-roupa e a direcção
artística com um bocejo arruínam grande parte da concorrência; a OST transporta
em si a qualidade do costume; os efeitos visuais e a caracterização são
magníficos e toda a filmagem supera as vicissitudes impostas pelas
contingências do costume para nos oferecer uma fina peça de arte. Passou-se uma
década desde a trilogia The Lord of the Rings é certo, e também é certo que na
esmagadora maioria das suas componentes quer técnicas quer performativas The
Hobbit perde qualidade e queda-se uns furos abaixo mas ainda assim, considero
que o trabalho entregue foi suficiente para arrancar muito maiores louvores.
Uma pena e a minha primeira desilusão em contexto de academia: Hobbit and the
Battle of the Five Armies irá apenas disputar um Óscar, na categoria de edição
de som e provavelmente e infelizmente irá também aí perder.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgo9jeUMMPLqkXw1YMMRv1mRpabil0OoKPipk9yUh8-EQuit9awBOhV8x-Ds1udma4df5JrQ4ihmHsBON_Y8iyQpkkL016_Glj6f_kbCU3EnDCzSn7NmmH0KzWWzZdsmfc_VvOpQhAXoQ/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgo9jeUMMPLqkXw1YMMRv1mRpabil0OoKPipk9yUh8-EQuit9awBOhV8x-Ds1udma4df5JrQ4ihmHsBON_Y8iyQpkkL016_Glj6f_kbCU3EnDCzSn7NmmH0KzWWzZdsmfc_VvOpQhAXoQ/s1600/3.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #0b5394;"><span style="font-size: x-large;"><b>Maleficent</b> </span></span>(2014) – Robert Stromberg realizou. Angelina Jolie; Ellie Fanning e Sharlto Copley assumiram a vanguarda do elenco.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Uma nova abordagem
despontou na indústria cinematográfica estadunidense e Maleficent parece
assumir-se como uma das obras precursoras. Não a única pois recordo-me a título
de exemplo de também este ano ter estreado Dracula Untold, precisamente com o
mesmo conceito. Conceito esse que aposta em histórias já bem conhecidas das
massas, repescando os vilões das mesmas e agora explorando todo um outro lado,
invertendo papéis e tomando estas figuras como anti-heroínas ao invés de vilãs.</li>
<li>A abordagem
é portanto interessante, parte de um princípio mas modifica de tal forma a
matriz que acaba por desaguar num resultado que pouco ou nada terá a ver com a
história original. O argumento será ainda assim poço raso, não obstante a
aposta conceptual. Os pontos fortes deste género incidirão como não poderia deixar
de ser nas componentes mais técnicas e aqui sobretudo, poderia relevar
primeiramente o guarda-roupa: voluptuoso, glorificando cada forma de Angelina
Jolie, a nossa protagonista Maléfica e até aqui a eterna rival da Bela
Adormecida. Os efeitos especiais e toda a envolvência dos cenários e
caracterização são outros elementos de força, gerando-se todo um meio
envolvente repleto de formas, texturas e cores vívidas. Bom filme de entretenimento
mas isento de um estatuto mais memorável.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4NXKO9dya_XGpogkFsW2dgCVyX_j3PXD9rNPADB-7x6Fcyfu6P8WDErt2E2qbdRxJNYbd9yCtva48OAqw91CCl-4QfJ27koVibZoojcIeRAAbZgQrhbJSWa9Ms6wYx69xz70Z-0r96yM/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4NXKO9dya_XGpogkFsW2dgCVyX_j3PXD9rNPADB-7x6Fcyfu6P8WDErt2E2qbdRxJNYbd9yCtva48OAqw91CCl-4QfJ27koVibZoojcIeRAAbZgQrhbJSWa9Ms6wYx69xz70Z-0r96yM/s1600/4.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #0b5394;"><span style="font-size: x-large;"><b>X-Men: Days of Future Past</b></span></span> (2014) – Realização de Bryan Singer. Patrick Stewart; Ian McKellen e Hugh Jackman os escolhidos para arrebatar hegemonia em tela.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Talvez
e à semelhança de outros trabalhos, um upgrade na Marvel e naquilo que vinha
sendo feito até então na saga conectada aos X-Men. Não me pareceu tão coeso
quanto Captain America ou Guardians of the Galaxy mas exibe um nível que não
andará longe destas duas referências. Acredito que, quando o leque de personagens
aumenta, decresce tempo e espaço para lhes conceder desenvolvimento, o que
inevitavelmente restringirá também o seu carisma. X-Men peca logo aí, introduz
muitas personagens sendo que a esmagadora maioria nem contará com 60 segundos
de atenção em toda a película, mesmo algumas das mais relevantes – para variar
o enredo revolverá em torno de Wolverine, o qual nem será para mim nem de perto
nem de longe a personagem mais interessante do tão conhecido grupo de mutantes.
Uma lástima o Scott, a Ororo ou a Jean terem tão pouca ou mediana dimensão
nestes trabalhos.</li>
<li>Quanto ao
resto, X-Men joga com efeitos visuais de ponta, constrói aqui e ali uma
sequência de acção fantástica e relembro-me a título de exemplo da cena
proporcionada por Peter ou já perto do fim, a cena que ultima a derradeira
resistência dos velhos e cansados mutantes num mundo caótico e sombrio que não
só não os consegue compreender como prepara a sua extinção sem misericórdia. O
entretenimento recomenda-se. E confesso que a abordagem ao passado, a centralização
repetitiva em Wolverine e a parca atenção conferida a quase todas as demais
personagens primordiais prometiam desde logo um novo desapontamento…mas
enganei-me. Outras personagens são relevadas e oferecem uma mais-valia à
película. O enredo segue linear, sem confundir mas sempre bem encadeado. De
resto toda a estrutura do filme pareceu-me bem arquitectada. Muito
possivelmente o melhor X-Men até à data e quem sabe se não uma boa rampa de
continuidade e progressão. </li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH8uVJrXhu5BCnkq6ZAzXffCH13LvnRIsZg-ncRh804SkAFwguwEUq-x6rdJ9E1ktAQY7-EbFxnxtFa_bQO4aBMr3Dej9-p1W8WL0857ycXafAPXZaVz21Z7wEjgp8fideKR43OjGOoWw/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH8uVJrXhu5BCnkq6ZAzXffCH13LvnRIsZg-ncRh804SkAFwguwEUq-x6rdJ9E1ktAQY7-EbFxnxtFa_bQO4aBMr3Dej9-p1W8WL0857ycXafAPXZaVz21Z7wEjgp8fideKR43OjGOoWw/s1600/5.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="color: #0b5394;"><span style="font-size: x-large;"><b>Into the Woods</b> </span></span>(2014) – Rob Marshall conduziu. Meryl Streep; Chris Pine e Anna Kendrick os comandantes do elenco.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Um musical bem
humorado que entrelaça vários contos infantis bem conhecidos. A ideia é
interessante e até parece funcionar na primeira hora de filme. Mas avança logo
após num crescendo atabalhoado até mais não restar senão um enredo
esquizofrénico, desarticulado e maçudo.</li>
<li>De sublinhar
que ainda assim este projecto agrupou nomes sonantes como Merryl Streep, Emily
Blunt ou Johnny Depp sendo que nenhum destoou do aguardado – Depp exibiu-se na
pele de um lobo excêntrico e concedeu a Into the Woods um dos seus momentos
mais descontraídos; Blunt calçou os sapatos de uma mulher de padeiro e a sua
representação moldou em muito a aura do filme; e por fim a titã Streep, bem em
qualquer papel, a usar o chapéu de uma bruxa amaldiçoada – de destacar a última
cena performativa desta senhora no filme, absolutamente fantástica. No entanto
não me parece que o seu desempenho aqui seja suficiente para transcender a
nomeação recebida e arrebatar mais uma estatueta dourada para si.</li>
<li>Globalmente,
Into the Woods andará para mim, e considerando a escala de 1 a 10, próximo de
um 6. Sectorialmente, ITW enverga um bom guarda-roupa, uma direcção artística
interessante, uma orquestração também ela muito boa e um leque de actores que
evidencia aqui e ali picos de qualidade. Por outro lado apresenta uma narrativa
conceptualmente original mas não a consegue validar, sobressaiem escolhas
estranhas e conflituosas não só com os guiões originais mas sobretudo nas suas
imediatas e internas articulações – o argumento não tem tempo, nem espaço, nem
motivos para justificar alguns dos desenlaces narrativos. Todo o andamento do
filme é de resto epiléptico…mas tratando-se de um musical e no fundo de um
trabalho de fantasia fundamentado numa interligação inventiva entre outras
fantasias, também não me parece que a margem de condenação seja assim tão
anafada.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAycU10ZeFBX0TFENumxB30EsimWBZXPfdxdv6GS0wwEcaF-nqCrTnrNS8-JDtnSrOvJ_wx1XWkNk5clatu3LL0bDRLSPBxfDbmAqlvyID9x1Xocm8x2CnBVA1nhbEWznwEU0rtDf4ErE/s1600/6.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAycU10ZeFBX0TFENumxB30EsimWBZXPfdxdv6GS0wwEcaF-nqCrTnrNS8-JDtnSrOvJ_wx1XWkNk5clatu3LL0bDRLSPBxfDbmAqlvyID9x1Xocm8x2CnBVA1nhbEWznwEU0rtDf4ErE/s1600/6.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: x-large;"><span style="color: #0b5394;"><b>Big Hero 6</b></span></span><span style="mso-bidi-font-weight: normal;"> (2014) </span>– Os realizadores a cargo desta obra são Don Hall e Chris Williams. Dão voz às figuras Ryan Potter; Scott Adsit e Jamie Chung.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Principia bem, tem uma
cena inicial que me arrancou uma gargalhada e, morre aí. Big Hero 6 é
francamente uma desilusão! A personagem mais completa e carismática é,
madrugadoramente chacinada, contribuindo para afundar este filme num misto
emotivo tão peculiar quanto estranho. Baymax seria a típica mascote inserida
num bem típico género de animação mas a sua seriedade robótica e as escolhas de
enquadramento na narrativa aniquilaram por completo qualquer trunfo que daí
pudesse advir. Para finalizar, regista-se uma aproximação à fórmula Power
Rangers que a meu ver, surtiu um efeito simplesmente aborrecido. Muita cor,
muito trabalho de animação que até foi bem feito mas Big Hero 6 desilude nas
frentes que realmente interessavam. Pobre trabalho de entretenimento infantil e
espero, não o ver sagrado pela academia como o melhor filme de animação do ano.
Espero.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZJJ_zJVyyo7XUuq4WCuRgn8o-4VLQqipP4U29Vbbi1BOBPQgOcv5HKtFHVfdORp1CO2zL0NMv22acARrkf06pnPcbzKMISzSGL-06uuzVOaxawFA4kVDMbOw505g5nvD_nla7gMZb9UQ/s1600/7.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZJJ_zJVyyo7XUuq4WCuRgn8o-4VLQqipP4U29Vbbi1BOBPQgOcv5HKtFHVfdORp1CO2zL0NMv22acARrkf06pnPcbzKMISzSGL-06uuzVOaxawFA4kVDMbOw505g5nvD_nla7gMZb9UQ/s1600/7.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-large;"><span style="color: #0b5394;"><b>How To Train Your Dragon 2</b></span></span> (2014) – Dean DeBlois conduziu. Personalizaram as figuras Jay Baruchel; Cate Blanchet e Gerard Butler.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Um dos
melhores atributos que um filme deste género pode conter e fazer valer, em
contexto de academia, é a capacidade de entreter – preferencialmente os
pequenos mas também os graúdos. How to Train Your Dragon consegue-o, com
bastante ligeireza e rasgos de humor capazes de nos arrancar aquela gargalhada
e incutir-nos aquela sensação de que o filme até valeu a pena. Se Tales of
Princess Kaguya perder neste galardão, que o perca para HTTYD2: interessante na
animação, apelativo na paleta de cores e detentor de formas e traços
peculiares, por vezes mesmo caricatos mas não menos carismáticos por isso. Todo
o ambiente nórdico é também uma mais-valia e todo o mundo formulado duela num
contraste entre um trato ora rude ora mais doce.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTh7FjjlVNz_Cskc4DX8NBHyog_fiOlBbENb90uDTPlMrzkCQq_BnlxZlOnlS5UuFv3Bkl1gdoLrODD82zLxiZB79ZQQL_NO6UeTzU7O9WYqUsQujQfvOIAc6CtdBO-w8OL36QblXK6-c/s1600/8.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTh7FjjlVNz_Cskc4DX8NBHyog_fiOlBbENb90uDTPlMrzkCQq_BnlxZlOnlS5UuFv3Bkl1gdoLrODD82zLxiZB79ZQQL_NO6UeTzU7O9WYqUsQujQfvOIAc6CtdBO-w8OL36QblXK6-c/s1600/8.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: x-large;"><span style="color: #0b5394;"><b>The Tale of the Princess Kaguya</b></span></span> (2013) – Do mestre Isao Takahata.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Comparar
a beleza e a profundidade de uma obra destas com obras estadunidenses,
normativamente consagradas pela academia, é quase como que um atendado a
qualquer feliz conjugação que envolva arte, valores ou inteligência. Isao
Takahata fê-lo, de novo, uma absoluta obra de arte! A abordagem é peculiar mas
genial, capaz de provocar estranheza nos primeiros instantes de trilha mas logo
se entranhará oferecendo-nos um raio de uma experiência cinematográfica de
excelência. Quer pelo traço, quer pela própria história. Tale of the Princess
Kaguya descreve a experiência de uma rapariga proveniente da Lua, ávida por
viver as pequenas coisas que no fundo tornam a vida tão importante, tão
intensa, vívida ou livre. Esta menina implanta-se num seio familiar
privilegiado para lhe oferecer as condições que esta almejava, em primeiro
lugar. Mas os seus pais adoptivos, talvez pelo contacto algo insólito com a sua
desconhecida proveniência, optaram por se agarrar a cânones e resolveram que
Kaguya lhes havia sido entregue para que fosse criada de forma condigna ao
ponto de se transformar numa princesa. Kaguya inicialmente humilde, livre e
feliz é gradualmente feita cativa, agrilhoada e moldada pelos valores da
sociedade, a qual a vão limitando e decepcionando cada vez mais. Confundem-na
os valores, a etiqueta, os próprios sentimentos, até ela se tornar
miseravelmente infeliz e renegar de tal modo este padrão de vida que acaba por
invocar o seu derradeiro e definitivo regresso à Lua. Kaguya evidencia ao longo
do filme vários estados de alma, desde as pequenas descobertas, à felicidade
contagiante, até à divisão atroz entre um pai satisfeito, babado e feliz e a
sua própria felicidade, aos dissabores e também desilusões que a vida também
transporta em si. O doce e o amargo fazem parte da vida, a qual tem a
ignorância no começo, a simplicidade e a sublimação mas que também tem no fim
uma morte, uma erudição e uma perspectiva diametralmente diferente da inicial –
Kaguya é capaz de tragicamente compreender onde e como e com quem conseguiria
ter vingado e atingido a plenitude da sua felicidade. Todo o argumento de resto
é acompanhado nesta essência por uma banda sonora ora bela, ora trágica, ora
esperançosa.</li>
<li>A paleta de
cores, o traço de cada desenho evidenciam um cunho inventivo, forte, fluído.
Várias são as cenas emissoras de um sentido artístico de elevado gabarito,
destacando-se como não poderia deixar de ser as cenas que vão ao encontro do
mundo mais onírico, o qual por norma adquire uma liberdade ainda mais
fulgurante para acentuar a latente originalidade dos seus autores. Em Princess
Kaguya tal volta a acontecer e relevo a cena em que a princesa, ameaçada por
uma possível exposição perante os homens ébrios mas convidados do pai na festa
que lhe consagrou o nome e, apercebendo-se também de que toda aquela vivência
corrente consistia de facto numa farsa que não desejava, resolve fugir,
rejeitando toda aquela conjuntura – a dinâmica do traço nesta cena é
simplesmente, espectacular. Inicialmente encontrava-me apreensivo pela aposta
gráfica, confesso, sendo que na tela parecia decorrer uma sucessão de desenhos
incompletos, rabiscos, esboços…mas a verdade é que todo o método de desenho
utilizado, após cinco minutos de filme, não me poderia parecer mais completo.</li>
<li>Confiro a
Tale of the Princess Kaguya nota máxima mas também estou ciente do contexto
competitivo que é a academia estadunidense, muitas vezes vinculada aos
trabalhos mais anglófonos, ou a interesses meramente comerciais, por vezes até
mesmo políticos. Por saber isto mesmo, não reconheço neste trabalho o estatuto
de favorito à recepção do galardão em mote. Com pesar.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-CKR9Pddy3BUyAKw8-4m7TgvjUvyEG7Oqhc0ywp0t_XEA0wp4xeymEcJXCyJw34Oy09mCxQRXhE9tUL1rnJrZU_JJcxWHpLPC7aHo00KPjXg87Te2gd8QCcw68CY7h_54lYpZatn0Cfo/s1600/9.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-CKR9Pddy3BUyAKw8-4m7TgvjUvyEG7Oqhc0ywp0t_XEA0wp4xeymEcJXCyJw34Oy09mCxQRXhE9tUL1rnJrZU_JJcxWHpLPC7aHo00KPjXg87Te2gd8QCcw68CY7h_54lYpZatn0Cfo/s1600/9.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: x-large;"><span style="color: #0b5394;"><b>Guardians of the Galaxy</b></span></span> (2014) – James Gunn, o director. Chris Pratt; Vin Diesel e Bradley Cooper na proa da representação.</div>
<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>A reforçar
uma postura com maior qualidade, a Marvel encontrou em 2014 um ano sumarento e
GOFG deu aqui um contributo precioso. Guardians of the Galaxy tece uma
abordagem francamente mais humorística e é a todos os níveis, diferente de
Captain America: the Winter Soldier. Trata-se de um trabalho mais leve, mais
descontraído, que centra a acção num elenco ligeiramente mais alargado mas que
ainda assim joga com a hierarquização desse mesmo elenco, donde consegue extrair
o sumo recomendado. A própria narrativa tem espaço para oferecer cenas
totalmente goofies, cenas de acção e de impacto visual e até mesmo de romance –
tudo sem aprofundar muito mas ainda assim, logrou-se um resultado final bem
balanceado. Para o Óscar de melhores efeitos visuais terei de alinhar ao lado
deste filme se apenas considerar o duelo com os outros dois representantes da
Marvel – é dinâmico, vibrante, inventivo, repleto de cor. Um verdadeiro
festival visual, ao qual a caracterização também ofertou fulgor.</li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: center;">
Preferencialmente:</div>
<ol style="text-align: center;">
<li>Hobbit and the Battle of the Five Armies </li>
<li>The Tale of the Princess Kaguya </li>
<li>Guardians of the Galaxy </li>
<li>Maleficent </li>
<li>Captain America: the Winter Soldier </li>
<li>X-Men Days of Future Past </li>
<li>How to Train Your Dragon 2 </li>
<li>Into the Woods </li>
<li>Big Hero 6 </li>
</ol>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-19627714747661083572015-02-23T00:34:00.000+00:002015-02-23T00:41:20.598+00:0087ª Edição dos Academy Awards de Hollywood (Os Oito Candidatos ao Título de Melhor Filme do Ano)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHbukNxw-p4_CGCi9BTGPsFnY83QpSVi5OLkvbMKKxbYzXOP-rtVzzcJ79AtqXt7ApZEjUBDj5RzVrNRpGJr7px4joJn_XfRv4VgPsEMN4N4doRWTvioIsQ1EHqYKR9Xaw6717AcQQFmk/s1600/american.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHbukNxw-p4_CGCi9BTGPsFnY83QpSVi5OLkvbMKKxbYzXOP-rtVzzcJ79AtqXt7ApZEjUBDj5RzVrNRpGJr7px4joJn_XfRv4VgPsEMN4N4doRWTvioIsQ1EHqYKR9Xaw6717AcQQFmk/s1600/american.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6aa84f;"><span style="background-color: white;"><b><span style="font-size: x-large;">American Sniper</span></b> </span></span>(2014) - Dirigido por Clint Eastwood, contando com Bradley Cooper e Sienna Miller nos papéis mais relevantes. </div>
<ul style="text-align: justify;">
<li> Árido. Filme de
cenários secos, envolvimentos comedidos e espartilhados. A narrativa, apesar de
nos oferecer um final verdadeiramente inesperado (pelo menos para os que não
leram o livro no qual o filme se baseia –eu não o li) contém em si uma essência
que vai muito de dentro para fora. Um filme de muitos tiros, com a perspectiva
do típico americano que vai causar a guerra em terras alheias mas que o faz
convencido de que está a proteger a sua pátria, a sua família e que, defende
todo um lado que é invariavelmente o bom.Confesso não conseguir discernir
devidamente em American Sniper a linha que separa um labor mais patriótico de
um labor bem mais nacionalista – atendendo à concepção do enredo e ao monte de
bandeiras estadunidenses hasteadas, apostaria mais no último campo, o qual
considero obviamente antagónico às minhas ideologias e digo mesmo postura,
enquanto cidadão global.</li>
<li>Sniper
foca-se ainda e talvez sobretudo na problemática que está inerente ao impacto
da guerra na psique de um indíviduo evidenciando-se aqui a vertente traumática
– esta mesma vertente é acentuada ao longo do filme, entrando em todo um
crescendo que acaba por afectar mesmo directamente todo o ambiente familiar do
protagonista. Acredito existir ainda uma menção ao background e educação de
Chris, justificando aí o argumento parte da conduta da personagem primordial do
filme.</li>
<li>Arepresentação cumpre funções, sem a meu ver atingir níveis de elevado gabarito.
Acredito que os desempenhos performativos sejam facilmente ofuscados por papéis
bem mais demandatórios como o exibido em Theory of Everything ou em Whiplash. Ainda assim elenco
interessante, com especial atenção à representação de Sienna.</li>
<li>Em suma um
filme de relativo interesse, tocando aqui e ali em motes nevrálgicos de um
passado bastante recente mas, quando em competição directa com outros filmes,
acaba por se quedar atrás do valor de outras obras suas adversárias. Isto,
obviamente, na minha mera opinião enquanto espectador.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj52mY8GnQljyweg5WHl8wu5olB-gF0ESlFq9Dv7H8rOXMRMu4gO9pGkYDT6NQL8CeYRg8pFYjd68TN8pl-VS4_TzmqIno1wNa8AcmBiPi45S5QiTF2HaCuScioWPOFNJJZTD7UaGZEq_c/s1600/bordman.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj52mY8GnQljyweg5WHl8wu5olB-gF0ESlFq9Dv7H8rOXMRMu4gO9pGkYDT6NQL8CeYRg8pFYjd68TN8pl-VS4_TzmqIno1wNa8AcmBiPi45S5QiTF2HaCuScioWPOFNJJZTD7UaGZEq_c/s1600/bordman.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6aa84f;"><span style="font-size: x-large;"><b>Birdman (or the Expected Virtue of Ignorance)</b></span></span> (2014) - Realizado por Alejandro G. Inárritu e elevando Michael Keaton, Zach Galifianakis e Edward Norton como as figuras mais proeminentes do cast.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Excêntrico mas dinâmico, Birdman
retrata a decadência de um actor que em tempos atingiu picos invejáveis de
popularidade mas que agora, no presente, procura desesperadamente voltar à
tona. Procura-o nas mais variadas formas, ainda que por vezes por via do acaso
– mas desde a crítica ao twitter e à própria mistura daquilo que é a realidade
com a representação, é sem dúvida interessante assistir à forma e substância
que a personagem vai adquirindo ao longo da trilha. E tantos são os lados mais
consistentes explorados…desde o egocentrismo do actor às lacunas na estrutura
familiar que daí poderá advir, à extrema necessidade de se sentir amado,
admirado, no fundo mimado pelas audiências, à revolta, ao desespero, à
rivalidade que é facilmente gerada com outros actores e ao próprio duelo
existencial que bem adentro se gera, questionando-se toda a qualidade de uma
carreira mas ao mesmo tempo auto-coroando-se a mesma num patamar quase divino. </li>
<li>Como já deu
para perceber, Birdman é um bom filme, gere bem o argumento e a construção das
suas personagens e faz-nos talvez mergulhar como muito poucos outros filmes, na
pele de um actor para lá de uma cortina fechada. Mas é a meu ver na realização
e em todo o trabalho de captação e edição de imagem que encontramos o grande
trunfo deste trabalho! Uma <i>camera</i> dinâmica, móvel, ágil, capaz de seguir no
encalço de cada trilho tomado ou recanto de um espaço; capaz de rodar sobre as
personagens, evidenciando-as sob múltiplas perspectivas não descurando os
devidos close ups. Todo o trabalho de filmagem está artísticamente bem
conseguido e aqui, novamente, a doar-se valor a 2014, um ano indubitavelmente
impressionante no que toca aos realizadores que se esmeraram em legar um cunho
bem mais expressivo nas suas obras.</li>
<li>Mas se
vários pilares estiveram imaculados, na minha opinião, aqui e ali fugiu algum
chão na representação. Sobretudo a Michael Keaton. Keaton foi uma escolha
eficaz para se alcançar neste trabalho a aura pretendida – uma carga leve, por
vezes humorística e evidenciando-se uma personagem que ela própria parece pender
por entre uma representação de qualidade e por entre uma outra, um pouco mais
medíocre. Atendendo a esta última linha talvez esteja então a ser duro com
Michael Keaton mas, uma vez mais, não consigo deixar de considerar o seu
desempenho no máximo eficaz, mediano, quiçá contextualizado ou assertivo. Por
outro lado, Keaton foi devidamente coadjuvado! Edward Norton por exemplo
protagonizou (numa cena em que contracenou com Keaton) um dos momentos de maior
qualidade no que toca ao elemento em mote e refiro-me à cena em que Norton
introduz a sua personagem no filme, arrancanco a Riggan o papel para a peça.</li>
<li>Em suma,
Birdman já arrecadou a par com The Grand Budapest Hotel o seu primeiro triunfo
em contexto de óscares: o filme com maior número de nomeações (9) e, vencendo
ou não na derradeira categoria, acredito que será um dos mais fortes candidatos
em jogo. É um filme de valor recomendável. Ainda uma menção para a banda
sonora, a qual marcou constantemente o andamento do filme na melhor forma
possível, contribuindo para formular uma aura bastante característica e, diria
mesmo, ímpar.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi56rTUG4qHmgGrf-CW7Qjy9K9i7Arq5yMFtNFP5KdDVQ3vz5jbwK2n2G6wSZeiSfZwmS0XDzlxE1duNm-EnGaLbj-lwS-f97634PY_k6aVRjdy_VmeNmjyY1zrjZE3boLAaXxbNh2kBFc/s1600/boyhood.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi56rTUG4qHmgGrf-CW7Qjy9K9i7Arq5yMFtNFP5KdDVQ3vz5jbwK2n2G6wSZeiSfZwmS0XDzlxE1duNm-EnGaLbj-lwS-f97634PY_k6aVRjdy_VmeNmjyY1zrjZE3boLAaXxbNh2kBFc/s1600/boyhood.jpg" height="320" width="226" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #6aa84f;"><span style="font-size: x-large;">BoyHood </span></span></b>(2014) - Richard Linklater orquestrou e Ellar Coltrane; Patricia Arquette; Lorelei Linklater e Ethan Hawke na proa do espaço performativo.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Absolutamente louvável na
abordagem! Um trabalho de tanta paciência para prolongar no tempo e deixar
devidamente as suas personagens entrarem em maturação. Daqui, o ponto de
contacto com o público estreita-se e a afinidade com o protagonista da história
cresce minuto a minuto. Boyhood narra a primeira fase da vida, aquela em que
nos vamos definindo, ainda que sob a dependência necessária dos nossos
progenitores. Mas tantas coisas acontecem ao longo da nossa infância e oferecem
o seu inegável contributo para que a nossa personalidade se molde e ganhe uma
forma de pura unicidade. O enredo absorve-nos na adolescência de Mason, o qual
atravessa momentos ora inovadores, ora conturbados, ora doces, ora amargos –
temos um pouco de tudo, desde o divórcio dos pais, a um novo irmão e a outros,
mais emprestados; temos um padrasto, depois outro, temos a vida dos nossos pais
que insiste em nem sempre dar certo e temos sobretudo o duro impacto das
escolhas dos nossos pais! Desde a mudança de casa, à consequente mudança de
amigos, de escola, no fundo do espaço que aprendemos a dominar. E acontece-nos
um restart, um zerar, um recomeço. As várias pessoas que vão desfilando ao
longo da nossa vida vão também elas influenciando, reforçando e aguçando os
nossos gostos e tendências, desde um simples jogo de computador, a um graffiti
ou por que não, uma rapariga qualquer que na escola nos resolveu pintar as
unhas. A vida é feita de momentos, de esperanças, algumas destas que se agarram
a promessas mas que no fundo, todas estas conjugações terão apenas um sentido e
um impacto específico<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>naquela que é a
nossa vida, a nossa existência. Na cena em que o pai de Mason se esquece de que
havia prometido o seu carro antigo ao filho, apreendemos a importância de um
momento passado, na perspectiva de um, na perspectiva de outro e como, mesmo
tratando-se de pai e filho em como existe um ambismo tão denso entre a
significação de um momento entre duas pessoas, por mais forte que seja o seu
elo. Curioso que o final do filme releva uma vez mais a força dos momentos e
termina com uma sinergia bastante interessante entre Mason e uma figura
feminina, disposta na sua vida naquele mesmo dia.</li>
<li>A
abordagem como já referi, é de louvar. Os actores envelhecem em tempo real e
somente este pequeno grande factor ofertou toda uma carga realista praticamente
sem precedentes. Um trunfo pensado, trabalhado e uma das grandes linhas de
força de Boyhood, compensando mesmo aqui e ali algumas representações mais
frágeis (não se estranhando este elemento tendo em conta a quantidade de
menores sob a objectiva) mas até isto tornou o filme bem mais natural e
genuíno. A colagem musical, contextualizando-se a narrativa muitas das vezes
pelos “hits” do momento é, quanto a mim, um outro ponto forte.</li>
<li>Mas existe
também um lado mais negro em Boyhood, o lado que coloca em dúvida o significado
de tanta coisa na nossa vida e não só na perspectiva dos que crescem mas também
naqueles que nos vão fazendo crescer. Boyhood demonstra como o papel de uma mãe
ou de um pai, mesmo considerando tudo o de bom que daí advem, também pode conter
tanto e tanto sacrifício: são as potencialidades das nossas opções que
decrescem, passam a existir limites, barreiras, não só monetárias mas também de
tempo, espaço e quiçá sociais (ou medindo-se apenas este social na relação de
uma mãe solteira com outro homem, até que ponto não existem aqui condicionantes
advindas da situação de parentalidade). Mas, talvez mais forte que tudo o que
mencionei…o impacto do vazio! Daquele momento derradeiro em que os filhos
abandonam o lar, em que seguem o seu caminho e constroem as suas vidas, longe.
O vazio deste momento é dilacerante, é triste, é cruel e é habilmente montado
em Boyhood sem grande enlevo dramático. </li>
<li>Em termos
cinematográficos, Boyhood é assertivo, genuíno, interessante. Mas não é
recomendável a todas as audiências! A narrativa evidencia a vida de uma
personagem, expõe a evolução da mesma por entre tantos pontos de quebra, de
conflito e novidade, conduz uma demonstração cronológica de um final de
infância e depois toda uma adolescência mas não é um filme de trilha pequena
nem de acção constante nem de uma história assente em artimanhas ou intrigas
que nos espevitem os sentidos. Para alguns poderá mesmo ser um longo pedaço de
monotonia. E é por isto que, agora que vi e reflecti, considero Boyhood um excelente
pedaço de arte… tão interessante, tão bom e tão meritório da nossa atenção mas
que ainda assim desfila por entre quase três horas tão aborrecidas quanto
dinâmicas. O contraste é no mínimo, curioso. </li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS_ULD8TgR9APcbeL3jBI3bhfKSKUqdJPw6oksg8AUdPhqv7qUoqCn53SmLCzP9uZ8oDKlOjVMxqoE8YXh-3lVMz3Aae_vdXKUX5PqnQq10gC7BTxfN4NhlQQJbKZlpIyC0e8CPQ7mZHg/s1600/budapest.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS_ULD8TgR9APcbeL3jBI3bhfKSKUqdJPw6oksg8AUdPhqv7qUoqCn53SmLCzP9uZ8oDKlOjVMxqoE8YXh-3lVMz3Aae_vdXKUX5PqnQq10gC7BTxfN4NhlQQJbKZlpIyC0e8CPQ7mZHg/s1600/budapest.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6aa84f;"><b><span style="font-size: x-large;">The Grand Budapest Hotel</span></b></span> (2014) - Conduzido por Wes Anderson e doaram rosto às personagens mais destacadas nomes como Ralph Fiennes; F. Murray Abraham; Mathieu Almaric; Adrien Brody; Willem Dafoe; Edward Norton; Jeff Goldblum; Jude Law; Owen Wilson ou Bill Murray.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Colorido.
Uma obra cheia de cor, de personagens, de cenários. Uma obra cheia de vida,
sustentada por uma decoração artística e todo um guarda-roupa<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>multicolor. As personagens são um autêntico
rol de nomes conhecidos, dotadas de pequenos papéis exceptuando-se a dupla
principal assente nas figuras de Gustave e de Zero, sendo que todo o célere
andamento da narrativa e a sistemática intervenção de tantas figuras
proeminentes surtiu o efeito de gerar uma obra replecta de dinâmica e,
atendendo à sua faceta humorística, este elemento terá contribuído de forma
inegavelmente assertiva para capturar o seu público e evitando desde logo que
este se quede aborrecido. </li>
<li>Geométrico.
Wes Anderson conduziu e seguramente, cunhou. E cunhou de forma artística sendo
óbvia uma montagem e toda uma captação e edição de imagem onde tudo tem
geometria, onde tudo tem uma forma e tem rectas e curvas que se interligam.
Existe uma simetria cénica evidente, todos os elementos dispostos encontram o
seu lugar premeditado, devidamente pensado e enquadrado. A objectiva da <i>camera
</i>procurará sempre o centro e mesmo quando pensamos que por fim, temos adiante
uma cena cujo ponto óptico rodou para a esquerda ou para a direita, a tela
avançará até nós colocando a nu os tais elementos que afinal se distinguem ali
bem ao centro. Não é frequente num filme o trabalho de edição e filmagem
sobrepor-se qualitativamente ou ombrear de forma tão crassa com outros
elementos normalmente mais expostos, mais visíveis à plateia, como o argumento
ou a representação. Wes Anderson fá-lo.</li>
<li>Desoprimido.
The Grand Budapest Hotel é leve, estabelece aproximações a contextos históricos
mas assume desde logo o seu rosto fictício e mais brincalhão. O enredo toma
como espaço uma Europa mais a leste; toma como contexto uma Segunda Guerra
Mundial, mais por colagem e por aproximação do que propriamente assumindo um
qualquer tipo de realidade histórica – ainda que não deixando de o ser também,
dado que facilmente somos remetidos em diversos momentos na simbologia de uma
Alemanha nazi; toma ainda como protagonistas um recepcionista de Hotel e o seu
mais directo ajudante movimentando-os depois por entre uma trama
verdadeiramente cluedo onde a velha matriarca é assassinada e relega atrás de
si uma fortuna e consequentemente um testamento mergulhado em controvérsia. O
humor deste trabalho é a meu ver mais retro, de forma deliberada,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>reiventando um humor mais clássico e ao mesmo
tempo extravagante praticado em alguns filmes, décadas atrás – é elegante no
seu trato, é fino, leve e estabelecendo uma aura comediante constante mas sem
grandes rasgos de explosão cómica: é um filme humorístico mas pouco efusivo.
Ainda assim conseguirá em três ou quatro momentos arrancar-nos a “tal”
gargalhada.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhihWU6fZIQydfLeYbGktRYWv9Jcc0RopaLC5xsKdp11lVziE8xl95gcjfRMlqz57oqq0QcOygfDtT46dCyGmZSN7USwthOQ2jpWBhHlSYasSNI8N8P0DyzYGFY5HQnwRzfc46fqvlHnxE/s1600/imitatiom.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhihWU6fZIQydfLeYbGktRYWv9Jcc0RopaLC5xsKdp11lVziE8xl95gcjfRMlqz57oqq0QcOygfDtT46dCyGmZSN7USwthOQ2jpWBhHlSYasSNI8N8P0DyzYGFY5HQnwRzfc46fqvlHnxE/s1600/imitatiom.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6aa84f;"><b><span style="font-size: x-large;">The Imitation Game</span></b></span> (2014) - Morten Tyldum realizou. Benedict Cumberbacht; Keira Knightley e Matthew Goode os nomes mais sonantes.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Um filme de redenção,
provavelmente a atestar as maravilhas e tragédias individuais escondidas ou
mesmo eliminadas por completo, do conhecimento geral. Se os Óscares deste ano
fossem um campeonato de futebol e The Imitation Game um clube,provavelmente
teria comigo as suas cores, enquanto adepto e mesmo sabendo de antemão que as
probabilidades jogariam aí, em campo desfavorável. E todos gostamos de
vencedores, ou daqueles que mais provavelmente o terão capacidade para o ser.
Certo? Eu não. The Imitation Game é um verdadeiro underdog, expõe a genialidade
de um indivíduo que em plena Segunda Guerra Mundial pode provavelmente ter
representado a diferença entre milhões e milhões de vidas e a diferença entre
tempo e tempo de acrescentado sofrimento. E tudo o que este homem era, todo o
seu ser, toda a sua expressividade e firmação na vida, todo ele, Turing, era
diferente. E como todos os diferentes, conheceu a dor dessa famigerada
condição, a condição de ser tão periférico aos cânones, condutas e formatações
sociais. E que ingrata condição! Isolado pelo seu trato atípico, marginalizado
pela sua inteligência; atormentado e condenado pela sociedade por assumir uma
orientação então imoral e, apagada da história toda a magnitude heróica do seu
contributo para uma guerra que absorveu e fez sangrar todo um globo. Este
homem, tão maltratado pelos seus pares, proporcionou talvez a muitos destes o
seu bem mais precioso: a vida, a vida daqueles que são estimados; encurtou no
espaço e no tempo (prestando inegável contributo) a devastação da beligerância
e ainda legou ao mundo princípios tecnológicos simplesmente, revolucionários. O
mesmo será dizer que facilitou campo em que a qualidade de vida erige raízes e
consegue florir. Como resistir a um enredo destes? The Imitation Game,
conquista-me por toda a sua disposição narrativa – sumarenta, evocativa,
pertinente, redentora.</li>
<li>Será uma
surpresa se todavia abarcar para si o maior galardão da academia. The Imitation
Game não apresenta a dimensão dramática de um Theory of Everything, também ele
biográfico; nem apresenta uma objectiva dinâmica, tenaz, incansável como Birdman,
sinérgica como Whiplash ou estético-geometrizada como The Grand Budapest Hotel;
também não agarra a curiosidade da plateia através de uma longa rodagem que nos
apresenta rostos e corpos que genuínamente vão envelhecendo ao longo de quase
década e meia como em Boyhood; e muito menos rivaliza a índole britânica de The
Imitation Game com o exuberante nacionalismo estadunidense defendido por
American Sniper (pelo menos para fins de academia, claro). Também na
representação esta obra parece quedar-se uns furos atrás do jogo de
representação habilmente explanado em Birdman, verdade seja dita, e cai também
neste campo e sem dúvida alguma para mim, atrás dos papelão de Eddie Redmayne. Não desconsiderando o desempenho de Cumberbacht, o
qual me pareceu francamente muito bom e mesmo um dos melhores do ano.</li>
<li>O que resta
então? Um filme talvez menos técnico, talvez menos forte aqui e ali, perdendo o
primeiro lugar e por vezes até mesmo o segundo lugar quando avaliadas as suas
peças separadamente… mas como um todo, The Imitation Game emana um princípio,
um meio e um fim, algo que me pareceu mais completo e sólido do que em qualquer
um dos seus contestantes. E quem sabe, talvez a surpresa surja, talvez a quem
menos se espere recaia a conquista do mérito e do tão desejado louvor.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt19VhVZF0xN8dLhHSEqK2QeJiZ-1t8BwSYWYwtHYMkpPW6OfSXybx8_CqUAxz5UvO3IpkCPr8lTGUNGxrI_KF-47bUWGme7uQSrXZfa5Hpu-5FxiF8xT_Bb9weUcgSyZ2XJAuAtlmNsE/s1600/selma.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt19VhVZF0xN8dLhHSEqK2QeJiZ-1t8BwSYWYwtHYMkpPW6OfSXybx8_CqUAxz5UvO3IpkCPr8lTGUNGxrI_KF-47bUWGme7uQSrXZfa5Hpu-5FxiF8xT_Bb9weUcgSyZ2XJAuAtlmNsE/s1600/selma.jpg" height="320" width="205" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6aa84f;"><b><span style="font-size: x-large;">Selma </span></b></span>(2014) - Realizado por Ava DuVernay e estrelando David Oyelowo; Tom Wilkinson; Carmen Ejogo, Tim Roth e Oprah Winfrey. </div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Talvez, atendendo às suas
únicas duas nomeações, se trate do maior improvável vencedor para o galardão
maior. Ainda assim senti neste Selma um produto cinematográfico sólido, um
filme coeso com princípio, meio e fim, ainda que sem grande fulgor climático. E
talvez mesmo aqui esteja a ser injusto, se considerar as duas, três, talvez
quatro cenas que exprimiram um ênfase dramático significativo – e confesso,
Selma conseguiu arrepiar.</li>
<li>A narrativa
foca-se apenas num momento específico da vida política e social estadunidense,
em muito marcada pela figura de Martin Luther King Jr., foca-se nas
articulações políticas, principalmente ao nível dos bastidores e defende
algumas situações com informação relevante durante muito tempo ocultada da
sociedade pelo seu estatuto de segredo de Estado. Existe uma ligeira exposição
familiar em torno de Martin e como não podia deixar de ser, o enredo
localiza-se em muito na influência e nos discursos deste homem na problemática
inerente à reivindicação da raça negra por uma maior igualdade social.</li>
<li>A temática é
apelativa e a narrativa contém em si o sumo necessário para vingar mas algo
pecou no seu descortínio, creio ter faltado algum fogo e algum desenvolvimento
sectorial dentro dos campos abordados e relevados. A juntar a isto, senti
também alguns momentos mortos no filme que pouco contribuíram para elevar a
qualidade global deste trabalho. Ainda assim, um bom filme e um tributo de
louvar a uma personalidade que no fundo sacrificou a própria vida por ideais
mais justos.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimMh8Vd_DiHDAYBDZNP3KqNdBi1FeGEY1Ar9BOoNpTIEkFk7uS5bOVpPw6N15ohbhvSal-hNyZXudDFx6u3g81w5Vk4qvKQ_9RFpRbAlgGpol-DJ6_MJF-FuuqiHRvuOOxM5EE1Nl3P4I/s1600/theory.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimMh8Vd_DiHDAYBDZNP3KqNdBi1FeGEY1Ar9BOoNpTIEkFk7uS5bOVpPw6N15ohbhvSal-hNyZXudDFx6u3g81w5Vk4qvKQ_9RFpRbAlgGpol-DJ6_MJF-FuuqiHRvuOOxM5EE1Nl3P4I/s1600/theory.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #6aa84f;"><b><span style="font-size: x-large;">The Theory of Everything </span></b></span>(2014) - O realizador deste trabalho foi James Marsh e os rostos mais influentes foram os de Eddie Redmayne e de Felicity Jones.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Este breve
pedaço de arte contém em si o tempo suficiente para nos erguer o espírito, para
nos fazer atravessar uma rota de ansiedade, de compaixão mas também de coragem,
resiliência, esperança. Trata-se sobretudo de uma autobiografia bonita, sobre
um homem sem par, dotado de uma inteligência fantástica e ao mesmo tempo
amaldiçoado por uma doença assustadora.</li>
<li>Insisto no
retrato mais bonito que este filme nos oferece, quer pela coragem de uma jovem
mulher, uma verdadeira heroína que será o inabalável pilar de todo um seio
familiar, quer pela coragem de um homem que insiste em viver e contrariar as
piores perspectivas. </li>
<li>A narrativa
de resto foca-se muito mais em torno da árdua vivência diária deste homem e da
sua família, formulando o seu ambiente familiar e relegando menos do seu sumo
para todas as matemáticas e teorias sobre o Universo e as suas origens e
trilhos – conterá ainda assim espaço para isto, como não poderia deixar de ser mas
para mim o espaço científico perde sempre alguma consistência ao longo do filme
saíndo sempre e invariavelmente com isto beneficiado, o espaço familiar.</li>
<li>A
representação está qualquer coisa de fantástica! Eddie entrega um
desempenho de mérito, encarcerando-nos por vezes na sua pele e transmitindo com
grande expressividade o sufoco que está inerente à sua condição tão debilitada.
Felicity por outro lado, mostra-nos uma mulher corajosa, cheia de força e amor
interior e também ela com grande mérito consegue enredar-nos na sua personagem,
ao ponto de sentirmos os mais ténues momentos em que ela quase parece quebrar.
Todas as lágrimas contidas aqui e ali, acabam depois por desabrochar, para nos
evidenciar a conclusão da uma etapa importante da sua vida ao lado de Stephen
Hawking.</li>
<li>A narrativa
e todo o panorama performativo remete-me imenso para o padrão utilizado há
pouco mais de uma década atrás em Uma Mente Brilhante. E quanto a mim, uma vez
mais uma fórmula que funcionou e captou os louvores da academia. Ainda assim,
este filme transporta em si algumas vulnerabilidades quando comparado ao
último, talvez sobretudo num plano mais técnico – acredito que tanto a
montagem como a realização se cotaram uns furos mais abaixo. Quero com isto
dizer que haveria a meu ver uma razoável margem para fazer de The Theory of
Everything uma obra ainda melhor.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU9r81aZNPPgAv72O5c4A3Tm3HPsHFAfCcBrDqU4kto9-hjo3ZMgFE6jFlpdh4_Vzmzz4J-xh5yxNw1CbhYCSVpskct4pxOWWNXlZbGCvgCJEtCZTEtwBjN_Smpcuv4QR03kT9o7OMOgI/s1600/Whiplash_poster.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU9r81aZNPPgAv72O5c4A3Tm3HPsHFAfCcBrDqU4kto9-hjo3ZMgFE6jFlpdh4_Vzmzz4J-xh5yxNw1CbhYCSVpskct4pxOWWNXlZbGCvgCJEtCZTEtwBjN_Smpcuv4QR03kT9o7OMOgI/s1600/Whiplash_poster.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="mso-spacerun: yes;"><span style="color: #6aa84f;"><b><span style="font-size: x-large;">Whiplash </span></b></span>(2014) -</span> Realizado por Damien Chazelle. Os actores nos papéis mais importantes são Miles Teller; J.K. Simmons e Paul Reiser.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Filme
extremamente intenso, coadjuvado à altura por toda uma instrumentalidade sonora
que concedeu irrepreensivel carisma a esta película! Whiplash e as suas
baquetas conseguem manusear devidamente toda uma linha emotiva com demarcada
eficácia: sentimos ansiedade, agitação, revolta, comoção, determinação entre
por demais estádios emocionais sendo que mesmo não se tratando de um filme de
terror ou de um thriller consegue colocar-nos sob momentos de manifesta tensão
e <i>suspense</i>. De relevar sobretudo os três grandes pontos fortes do filme: uma
montagem dinâmica e vibrante; uma banda sonora recheada de qualidade melódica,
emanando jazz por entre todos os seus poros e por fim um desempenho
performativo de se lhe tirar o chapéu!</li>
<li>Soberbo na
representação, sendo que tanto Miles Teller como Simmons vestem a pele de duas personagens
competitivas e antípodas mas ao mesmo tempo entrelaçadas por toda uma sinergia
cujo objectivo último será o de progredir, melhorar, transpor limites. E
somente se ultrapassam estes limites com muito empenho, muita luta, competitividade,
dissabores e perdas. Toda uma entrega corporal e espiritual que experienciará a
dor física, a dor emocional, o não reconhecimento familiar ou mesmo
profissional e até mesmo o sacríficio de uma relação amorosa, de um círculo de
amigos e de um ambiente familiar mais recheado e caloroso.</li>
<li>Não são
muitos os diálogos em Whiplash e ainda menos são as personagens com verdadeiro
relevo na trama, mas todos os elementos estão devidamente dispostos e
entregam-nos um bom filme, onde a objectividade e determinação são a matriz
narrativa inerente ao suor e dedicação de Andrew, um rapaz obstinado, focado em
ser um dos melhores bateristas do mundo. </li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: center;">
Preferencialmente, tarefa muito complicada entre o segundo e o sexto:</div>
<ol style="text-align: center;">
<li> The Imitation Game</li>
<li> The Theory of Everything</li>
<li> Whiplash</li>
<li> The Grand Budapest Hotel</li>
<li> Selma</li>
<li> Boyhood</li>
<li> Birdman (or the Virtue of Ignorance)</li>
<li>American Sniper </li>
</ol>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-3604324193916776242014-12-08T18:54:00.006+00:002014-12-08T18:56:54.393+00:00Filmes de Animação Japonesa - Ranking<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCVzWGBvLMRcJ86EFf9DEVEXwKIypWfLEsUPkmpYWGanFy1hhxtKjKoI00GaOB4scb4NcW7041Z2MAXnEb2qvEy0PWevAdokZLQmN7nSjU_DpQ_nzf8fZMAY86zEmc15jeq2JnA_osM4/s1600/01.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuCVzWGBvLMRcJ86EFf9DEVEXwKIypWfLEsUPkmpYWGanFy1hhxtKjKoI00GaOB4scb4NcW7041Z2MAXnEb2qvEy0PWevAdokZLQmN7nSjU_DpQ_nzf8fZMAY86zEmc15jeq2JnA_osM4/s1600/01.png" height="345" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><b>1 - Grave of the Fireflies - 1988</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
2 - Spirited Away - 2001</div>
<div style="text-align: center;">
3 - Millennium Actress - 2001</div>
<div style="text-align: center;">
4 - Neon Genesis Evangelion 1.0: You Are (Not) Alone - 2007</div>
<div style="text-align: center;">
5 - Princess Mononoke - 1997</div>
<div style="text-align: center;">
6 - Akira - 1988</div>
<div style="text-align: center;">
7 - Ghost in the Shell - 1995</div>
<div style="text-align: center;">
8 - Tokyo Godfathers - 2003</div>
<div style="text-align: center;">
9 - Howl's Moving Castle - 2004</div>
<div style="text-align: center;">
10 - Castle in the Sky - 1986</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR5pdzkRyaS3IcOhG6-ZX0Z05_Ajtcc4tHZQrT3WtPmMgC4v3yyYvBfCa6vM7f7kmal0bq5qxWbK75-s9owYdJX3F9KtwMpI1osdOyYUANX9_cAZ8HZAfiEZsaMhXfaN7_oW67uPQiQTQ/s1600/02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR5pdzkRyaS3IcOhG6-ZX0Z05_Ajtcc4tHZQrT3WtPmMgC4v3yyYvBfCa6vM7f7kmal0bq5qxWbK75-s9owYdJX3F9KtwMpI1osdOyYUANX9_cAZ8HZAfiEZsaMhXfaN7_oW67uPQiQTQ/s1600/02.jpg" height="360" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
11 - The Wind Rises - 2013</div>
<div style="text-align: center;">
12 - Hadashi no Gen - 1983</div>
<div style="text-align: center;">
13 - Tekkonkinkreet - 2006</div>
<div style="text-align: center;">
14 - Paprika - 2006</div>
<div style="text-align: center;">
15 - My Neighbour Totoro - 1988</div>
<div style="text-align: center;">
16 - Neon Genesis Evangelion 2.0: You Can (Not) Advance - 2009</div>
<div style="text-align: center;">
17 - Only Yesterday - 1991</div>
<div style="text-align: center;">
18 - Ponyo on the Cliff by the Sea - 2008</div>
<div style="text-align: center;">
19 - Nausicaa of the Valley of the Wind - 1984</div>
<div style="text-align: center;">
20 - Kiki's Delivery Service - 1989</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSiPIct_i0I6UZsiezwH1xyhAtmXEXuEcduYzGwlugpFLeCgXLo3hHaIuAW8MbZgogvQr6aSqQDHAtrcE90kO17SN1dCYW16MJc8EFKK34r-WFN_kLdz-hRE8zIQjGmEEB5BqX1ono7pE/s1600/03.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSiPIct_i0I6UZsiezwH1xyhAtmXEXuEcduYzGwlugpFLeCgXLo3hHaIuAW8MbZgogvQr6aSqQDHAtrcE90kO17SN1dCYW16MJc8EFKK34r-WFN_kLdz-hRE8zIQjGmEEB5BqX1ono7pE/s1600/03.png" height="369" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
21 - Whisper of the Heart - 1995</div>
<div style="text-align: center;">
22 - The Girl Who Leapt Through Time - 2006</div>
<div style="text-align: center;">
23 - Jin-Roh: the Wolf Brigade - 1999</div>
<div style="text-align: center;">
24 - Ghost in the Shell 2: Innocence - 2004</div>
<div style="text-align: center;">
25 - The Secret World of Arrietty - 2010</div>
<div style="text-align: center;">
26 - Porco Rosso - 1992</div>
<div style="text-align: center;">
27 - Neon Genesis Evangelion 3.0: You Can (Not) Redo - 2012</div>
<div style="text-align: center;">
28 - Perfect Blue - 1997</div>
<div style="text-align: center;">
29 - 5 Centimeters per Second - 2007</div>
<div>
<div style="text-align: center;">
30 - Ninja Scroll - 1993</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-78747249088629912652014-12-08T16:56:00.002+00:002014-12-08T16:56:27.962+00:00Filmes de Animação - Japão Rei a Oriente (Último Bloco)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiETrdCMcUc5dppRSTx-W17av6iAzCdX0hAVsHvLs4QWSvfDeWNt4klj_w2tckvuCHrPdXQI1nNQVv5Ej6YJKaRDepawBt28yf9uqB37VLTeZiccBrW90xa6uKVVqkh5aIlfAVZiA2zhrA/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiETrdCMcUc5dppRSTx-W17av6iAzCdX0hAVsHvLs4QWSvfDeWNt4klj_w2tckvuCHrPdXQI1nNQVv5Ej6YJKaRDepawBt28yf9uqB37VLTeZiccBrW90xa6uKVVqkh5aIlfAVZiA2zhrA/s1600/3.jpg" height="320" width="241" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: x-large;"><b>Tekkonkinkreet</b></span> (2006) - Dirigido por Michael Arias.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Artisticamente deslumbrante! Um traço fluído, dinâmico e audacioso. Transporta em si um mundo cheio de vida, de cor, tanta cor e por vezes tão vibrante que nos sentiremos diante de um espectáculo psicadélico. O traço das personagens é assumidamente oriental, assumindo a sua origem na plenitude - personagens essas que parecerão esteticamente pouco apelativas a um primeiro relance mas que acabarão a seu tempo por nos conquistar.</li>
<li style="text-align: justify;"> A narrativa circunscreve-se em torno de uma cidade imensa mas também frígida e corrupta e é neste contexto que introduz dois “gatos selvagens”, duas crianças que vivem nas ruas sendo que uma enverga a alcunha de “white” e a outra a alcunha de “black” - será este contraste a charneira de todo o enredo: a vida de uma criança de rua será naturalmente difícil e a cidade, representativa da sociedade, consegue ser bastante insensível e virar um verdadeiro inferno. Mas estes dois rapazes complementam-se e a sua amizade encontra um ponto de equilíbrio capaz de encontrar harmonia e de tornar possível uma vivência feliz dentro de uma conjuntura tão adversa. A partir do momento em que os rapazes são separados, a harmonia estilhaça-se e a narrativa faz-nos mergulhar na profundidade existencial destas duas personagens, fazendo-nos olhar bem adentro destas e observar o abismo que alastra e se prepara para as devorar. Do mesmo modo que o branco precisa do preto, o preto precisa do branco; a luz gera sombras e as sombras existem através da luz; para o conceito do "bem" existir e ser reconhecido terá sempre de existir também um "mal" a contrabalançar. A fusão dos dois gera uma espécie de harmonia suspensa.</li>
<li style="text-align: justify;">A narrativa é a meu ver sólida, profunda e oferece-nos linhas emocionais que vão por exemplo, desde a nostalgia à sensação de corrupção, ao drama ou à amizade. Trata-se de uma obra muito bem-vinda ao mundo da animação, exalando originalidade.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWYaDEU_cAgaF7LRkEbeBKBVZFG00mTJxZwNfwtLyg5cUiyGed04Ed_kdafBsMFRO3vQmsE9AL7XjVZr_jgeC_Ua8H2gFYEsmnViC4Fo06GXKLiyownYrWF2xjvKZL0d53AHma0CrDzu4/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWYaDEU_cAgaF7LRkEbeBKBVZFG00mTJxZwNfwtLyg5cUiyGed04Ed_kdafBsMFRO3vQmsE9AL7XjVZr_jgeC_Ua8H2gFYEsmnViC4Fo06GXKLiyownYrWF2xjvKZL0d53AHma0CrDzu4/s1600/5.jpg" height="320" width="227" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: x-large;"><b>Tokyo Godfathers</b></span> (2003) - Conduta sob a parceria de Satoshi Kon e de Shôgo Furuya.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Satoshi kon de novo a mostrar cartas e a contribuir num trabalho absolutamente revigorador, inventivo, com orientações humorísticas e dramáticas habilmente articuladas.</li>
<li style="text-align: justify;">O enredo principia com um conjunto de sem-abrigos: um homossexual que se veste como uma mulher, um homem atormentado por um passado de jogo e abandono de familiares e uma jovem menor que esfaqueou o próprio pai, no seguimento do desaparecimento do seu gato. Estes três indivíduos irão encontrar um bebé abandonado e a partir deste momento a narrativa mantém uma rota assumidamente aleatória, fundamentada em coincidências e acontecimentos totalmente inesperados.</li>
<li style="text-align: justify;"><b>Tokyo godafthers</b> é uma obra inteligente, capaz de nos remeter genuinamente num turbilhão de emoções onde o humor será o seu vórtice mais proeminente. Todo o demais conjunto de elementos e características encontra-se habilmente conduzido: um traço carismático; uma paleta de cores ajustada; uma banda-sonora contagiante e sobretudo personagens condignamente construídas, expressivas e também bem defendidas pelos actores que lhes deram alma e voz. Em <b>Tokyo Godafthers</b> a sorte e o azar disputam uma roleta russa de cortar a respiração – um verdadeiro <i>must see</i>.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrBECBH_YzJIAex77_KEpEo27Yqr8Nkdjov1Yb3Hfx_Dkh_U5AUIepzoO2E_fc1Jjwv2bUiO-8CHcAS91uNArfUt5wG2Nk1qhdsudXrOo6QdqsBU5nAhUCbXKTduvLd9SIJSWykkRrUFY/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrBECBH_YzJIAex77_KEpEo27Yqr8Nkdjov1Yb3Hfx_Dkh_U5AUIepzoO2E_fc1Jjwv2bUiO-8CHcAS91uNArfUt5wG2Nk1qhdsudXrOo6QdqsBU5nAhUCbXKTduvLd9SIJSWykkRrUFY/s1600/2.jpg" height="320" width="232" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: x-large;"><b>Only Yesterday</b></span> (1991) - Obra de Isao Takahata.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">A protagonista corta a sua rotina com a cidade por algum tempo, encetando uma aventura no campo e acaba por entrar em processo de reminiscência relativamente à sua infância. Poderíamos pensar à partida tratar-se de um filme aborrecido (uma personagem que decide viajar para o campo…uau!) Mas não! A construção da protagonista está, em todos os sentidos, irrepreensível! A carga realista da narrativa é impressionante! No fundo, Taeko próxima dos seus 30 anos, encontra-se estável: a sua vida parece encaminhada e esta parece estar preparada para receber a felicidade e a realização que lhe está reservada mas que por alguma razão não acontece – Taeko afasta-se então da cidade e então embrenhada no campo, recebe estímulos que a levam a recordar pequenos momentos na sua infância que aos olhos dos adultos são pouco relevantes mas que aos olhos de uma criança poderão ser tudo! A cena em que Taeko saboreia pela primeira vez um ananás (fruta exótica para o Japão desta altura) é absolutamente (e tal como o ananás) deliciosa! Curioso também que todos os adultos que vivenciaram aquela experiência consideraram aquela fruta pouco doce e uma assumida desilusão…Taeko enquanto criança era provavelmente a mais receptiva a uma novidade daquele género. </li>
<li style="text-align: justify;">Takahata faz-nos ver que a nossa essência, aquilo que realmente somos, permanece connosco nas várias fases da vida mas mostra-nos também a potencialidade das escolhas, das hipóteses com que nos deparamos na vida, nos caminhos e naquilo que a vida poderia para nós ser. Tudo isto, ladeando várias cenas onde vislumbramos a negação de possibilidades ou de sonhos não deixa de acompanhar uma latente nostalgia. A protagonista é ainda dotada de uma índole doce, o que reforçará o apelo a uma aproximação da audiência.</li>
<li style="text-align: justify;">Parece-me existir alguma critica à educação parental por vezes mais rígida: a potencialidade existencial da personagem foi sistematicamente limitada de forma negligente pelos seus pais. Curioso que a trilha começa com o seu núcleo familiar ávido por a encaminhar nas suas pretensões e é a independência da rapariga e a sua livre capacidade de escolha que lhe ditará um futuro mais risonho. Este percurso terá no entanto um desfecho ao qual ninguém deverá falhar.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6wTFizSECm_mPGGSAARBJW07hmIa7JBlsOln5B5xnjsq5D9FvxOPBpbFuomXU-SnLpeSbHbkcUvI3AH7_UwnMzcGIpq92v0tlcT4b6U-_6R9eeBf9OjMlTY8uyzRFFcL4weX4IbD_V8c/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6wTFizSECm_mPGGSAARBJW07hmIa7JBlsOln5B5xnjsq5D9FvxOPBpbFuomXU-SnLpeSbHbkcUvI3AH7_UwnMzcGIpq92v0tlcT4b6U-_6R9eeBf9OjMlTY8uyzRFFcL4weX4IbD_V8c/s1600/4.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: x-large;"><b>Hadashi no Gen</b></span> (1983) - Dirigido por Mori Masaki.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Tecnicamente mais frágil do que trabalhos mais recentes mas ainda assim um grande trabalho gráfico, com rasgos de um nível artístico absolutamente magníficos. A animação que retrata o Enola Gay e o bombardeamento de Hiroshima está simplesmente fantástico. Diria mesmo que uma das cenas de animação mais inventivas e ao mesmo tempo horripilantes que já pude experienciar no mundo da animação!</li>
<li style="text-align: justify;">A narrativa parece uma matriz ancestral de <b>Grave of Fireflies</b>, com uma história centrada numa criança em contexto de Segunda Guerra Mundial sendo que o seu duelo por sobreviver e as suas perdas familiares são capazes de nos agarrar com bastante facilidade.</li>
<li style="text-align: justify;">Não gostei no entanto a titulo mais pessoal de algum do trabalho desenvolvido pelos actores em si…sobretudo Gen, o qual me pareceu pouco credível em alguns cenários e muito, muito irritante noutros momentos sendo que a projecção e enlevo dramático de alguns momentos foram contrabalançados pelas “falas” de Gen. Ainda assim e por uma outra via, serviu pelo menos para desanuviar e não permitir uma condensação dramática de um nível mais próximo de nos lavar em lágrimas. Mesmo assim, para muitos será tarefa ingrata aguentá-las.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1eNwqtQOk__0zCr2V316G8x9LtugHG6mgQeVY3ECqEoDHLE-JBf2n8qIUAX4h35qNK7wr8HSbQ8y2cXnRerUn1ZE9o0dWhRmhYF9R9bgYUdvORF5wjuNx9BWYRP8E9aCg6yMQRXp_ntc/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1eNwqtQOk__0zCr2V316G8x9LtugHG6mgQeVY3ECqEoDHLE-JBf2n8qIUAX4h35qNK7wr8HSbQ8y2cXnRerUn1ZE9o0dWhRmhYF9R9bgYUdvORF5wjuNx9BWYRP8E9aCg6yMQRXp_ntc/s1600/1.jpg" height="320" width="226" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #134f5c; font-size: x-large;"><b>5 Centimeters per Second</b></span> (2007) - De Makoto Shinkai.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Uma película pequena, rondando apenas os 60 minutos e cujo enredo se parcela em 3 capítulos distintos ainda que com pontos de articulação. A história revolve sobretudo em torno de duas parelhas românticas e envolve conceitos nevrálgicos a uma formulação amorosa entre dois indivíduos: tempo, espaço, idades, personalidades, sonhos e sentimentos. E por entre estes elementos formula um jogo de separação entre as personagens, com vários níveis distintos.</li>
<li style="text-align: justify;">O primeiro capítulo principia com duas personagens na génese da sua adolescência e como tal sentem agora transformações profundas a acontecer. Não somente nos estudos e nas escolhas determinantes que agora são obrigados a tomar mas sobretudo nos sentimentos novos, misteriosos, intensos e correspondidos mesmo que à distância pela sua cara-metade. A exploração deste romance finaliza com um derradeiro assumir deste sentimento mas também com uma maturidade notória onde percebem que existirá sempre uma distância pelo meio e demais barreiras que tornarão aquele envolvimento limitado ou mesmo finito a dada altura nas suas vidas.</li>
<li style="text-align: justify;">O segundo capítulo apresenta-nos uma outra parelha, também repleta de escolhas adiante mas neste segundo caso os sentimentos não são correspondidos na sua plenitude, existindo uma consciência disto mesmo ainda que a percepção desta realidade seja insuficiente a Sumida para superar o sofrimento que daí advirá. O terceiro capítulo avança no espaço e no tempo e gera pontos de articulação entre os dois primeiros capítulos revelando como as personagens protagonistas avançaram com os seus projectos, com as suas vidas mas aproveita para deslindar o véu ao sofrimento e frustração que poderosos sentimentos como o amor podem acarretar, demonstrando também o impacto de um primeiro grande amor. Uma obra que contém uma narrativa pragmática, madura, com um desenvolvimento rápido e apresentando personagens e percursos excelentes na captação da atenção por parte do público.</li>
</ul>
</div>
</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-2709480356817466452014-11-28T02:17:00.000+00:002014-11-28T02:17:06.410+00:00Filmes de Animação: Japão Rei a Oriente (5º bloco)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCBWLtjzJtwyCFlifVjsSnOhLZYtA-inCE39ZuFMYVZ5NbY6lv_rKs3HQICkCZEQ0tROIJ3-S4-WxJPv4scFyczUUNqc-ixcg2WVHXfjErZZaIARRP_1UqFjk6wysZoxCeMtDaZqttgyk/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCBWLtjzJtwyCFlifVjsSnOhLZYtA-inCE39ZuFMYVZ5NbY6lv_rKs3HQICkCZEQ0tROIJ3-S4-WxJPv4scFyczUUNqc-ixcg2WVHXfjErZZaIARRP_1UqFjk6wysZoxCeMtDaZqttgyk/s1600/4.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-size: x-large;"><b>Akira</b></span> (1988) - Realizado por Katsuhiro Otomo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<ul>
<li><span style="text-align: justify;">O nome desta película desde há algum tempo que atingia a minha percepção cognitiva, sendo que o fez desde logo com um modo um tanto ou quanto firme - atendendo ao contacto periférico e pouco estreitado, a verdade é que Akira sempre soou (de forma inconsciente) a qualidade! </span></li>
<li><span style="text-align: justify;">À medida que fui tomando contacto com este trabalho de culto fui-me apercebendo de que a sua dimensão era realmente muito superior à qual havia imaginado - e ainda bem que assim foi. </span><span style="text-align: justify;">As componentes técnicas estão bem cotadas, com uma animação de luxo e superior a projectos seus contemporâneos. A própria história tem uma profundidade invulgar onde são combinados variados elementos - imagino o próprio Freud a assistir deliciado aos variados rasgos oníricos e às demais abordagens ao inconsciente da mente humana. </span></li>
<li><span style="text-align: justify;">Akira é ainda um dos animes com maior sucesso fora da esfera Miyazaki. Talvez</span><span style="text-align: justify;"> </span><a href="http://animolico.blogspot.pt/2011/12/grave-of-fireflies.html" style="text-align: justify;">Grave of the Fireflies</a><span style="text-align: justify;"> </span><span style="text-align: justify;">seja um dos poucos casos no anime (tal como Akira) a marcar presença no top dos melhores filmes de sempre da Empire sem o cunho do grande mestre. E, à semelhança de outros grandes trabalhos também Akira terá servido de inspiração à concepção de outras obras - talvez os mais cépticos não acreditem mas a verdade é que encontro em</span><span style="text-align: justify;"> </span><a href="http://animolico.blogspot.pt/2010/08/elfen-lied.html" style="text-align: justify;">Elfen Lied</a><span style="text-align: justify;">, em</span><span style="text-align: justify;"> </span><b style="text-align: justify;">Jin-Roh</b><span style="text-align: justify;"> </span><span style="text-align: justify;">ou até mesmo em</span><span style="text-align: justify;"> </span><a href="http://animolico.blogspot.pt/2011/01/gantz.html" style="text-align: justify;">Gantz </a><span style="text-align: justify;">detalhes que muito provavelmente terão encontrado em Akira a sua génese.</span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv_pG6nkQ7Q4G8JFwxQ0CaHO3UYFnewSL3uyBEmqRGZkGy1oPh7Juk-iM3Htdf5Sl-FeduJkRp8AfbPYoHMQqkWWW-KpVhQPAN_oqoMWDqgdbmX0aJJjqaSUl27Y4F72u5T8mI9lk4bOY/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv_pG6nkQ7Q4G8JFwxQ0CaHO3UYFnewSL3uyBEmqRGZkGy1oPh7Juk-iM3Htdf5Sl-FeduJkRp8AfbPYoHMQqkWWW-KpVhQPAN_oqoMWDqgdbmX0aJJjqaSUl27Y4F72u5T8mI9lk4bOY/s1600/2.jpg" height="320" width="253" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-size: x-large;"><b>Ghost in the Shell </b></span>(1995) - Dirigido por Mamoru Oshii.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>É talvez em termos internacionais o grande baluarte nipónico na afirmação do anime, enquanto aposta cinematográfica além-fronteiras. Que o digam os irmãos Wachowski que nele recolheram primordiais contributos para a concepção da sua obra-prima. O próprio <em>jogo </em>inicial com os tais "números verdes" remeter-vos-á de imediato para Matrix. Em termos de galardões, Ghost in the Shell transcende em muito o Animation Kobe (que venceu em 1996), encontrando outros cenários privilegiados como o próprio Fantasporto onde atingiu a nomeação para melhor filme e onde venceu mesmo a categoria de Menção Especial. Em 2010, na Empire magazine's, Ghost saíu cotada em 92º lugar na lista que divulgava os 100 melhores filmes de Cinema do Mundo.</li>
<li>A acção decorre no futuro, em pleno ano de 2029 onde existe a capacidade tecnológica de promover a manipulação de pessoas entrando directamente na sua psique. A abordagem envolve em muito uma questão existencial que influencia determinantemente o curso das principais personagens, sobretudo a Major Motoko e o seu principal antagonista, o Mestre das Marionetas. O Mestre é na verdade um Hacker que rouba informações ao Governo, sendo um especialista em computorização. A Major, ao serviço da secção 9 (forças de segurança) detém um corpo tão modificado geneticamente que quase não é mais humana, restando um mar de dúvidas do seu "eu" inicial. Ao lado de Bateau e Togusa esta agente iniciará a procura de uma verdade que em última instância, poderá encontrar um perturbador elo com o seu antípoda na charneira de uma trama que levará as próprias autoridades do Ministério a um obscuro envolvimento. Com o enunciado, a narrativa é simplesmente genial, quer em mote quer no seu processo de estruturação.</li>
<li>A dinâmica de acção no anime é muito boa, fluída e rápida mas enaltecida com os lentos rasgos necessários ao aprofundamento de um estado mais mental na trama. As transições entre os dois vectores está magistralmente configurada. O grafismo enverga um traço assertivo e eficaz na lógica da animação e consegue fundir na perfeição os cenários mais acinzentados com os efeitos sonoros e a trilha sonora que são demarcadamente mais soturnos.</li>
</ul>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjha1s2gaT7tQIzeWF-a6eaYVeJQWPRljkc1KBN0CCdXbtgVIifoBa-kgDXhqf-uboEA_ZTATZ23AiJuUobO24DDmIJEsOXzKBQwRhUc5ie0zknYfVyC967HjWUEiHho4xpRayAVs4DaKg/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjha1s2gaT7tQIzeWF-a6eaYVeJQWPRljkc1KBN0CCdXbtgVIifoBa-kgDXhqf-uboEA_ZTATZ23AiJuUobO24DDmIJEsOXzKBQwRhUc5ie0zknYfVyC967HjWUEiHho4xpRayAVs4DaKg/s1600/3.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div>
<span style="color: #741b47; font-size: x-large;"><b>Ghost in the Shell 2: Innocence</b></span> (2004) - Orquestrado por Mamoru Oshii.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<ul>
<li><span style="text-indent: -18pt;">Graficamente procurou oferecer-nos uma
exuberância tecnológica palpável, claramente comprovando a evolução da animação na quase década de intervalo entre o primeiro Ghost in the Shell.</span></li>
<li><span style="text-indent: -18pt;">Enverga uma narrativa mais filosófica, mais profunda e também
bem mais complicada de absorver. O curso</span><span style="text-indent: -18pt;"> da acção é bem mais quebradiço e
desinteressante quando comparado com o primeiro trabalho; menor carisma nas
próprias personagens, sendo que existe a sensação constante de que fomos deixados
com as “sobras” do primeiro labor. A constante ausência da Major e a sua deslocação de protagonista para a periferia teve a meu ver um
impacto bastante negativo.</span></li>
</ul>
</div>
<div style="text-indent: -24px;">
J</div>
</div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo3; text-indent: -18.0pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz-whGsUswPwJ4xIBooJFn1uIRaMCfzua12Eh6ZnmUYe_2KMylpgxJ1rTDLX_TiDdyzYetoEI4C6ANMOpKeEpLQ-duLQ37RvPjxOHC4eCj3_HDRlzxi20xaPgrBYanP8gw-owjry4fypM/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz-whGsUswPwJ4xIBooJFn1uIRaMCfzua12Eh6ZnmUYe_2KMylpgxJ1rTDLX_TiDdyzYetoEI4C6ANMOpKeEpLQ-duLQ37RvPjxOHC4eCj3_HDRlzxi20xaPgrBYanP8gw-owjry4fypM/s1600/5.jpg" height="320" width="225" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><span style="color: #741b47; font-size: x-large;"><b>Jin-Roh: The Wolf Brigade</b></span> (1999) - Hiroyuki Okiura dirigiu, Mamoru Oshii redigiu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Numa
sociedade mergulhada num turbilhão político surgem facções revolucionárias que
através do terrorismo procuram destabilizar o governo e as forças policiais.
Uma elite militar intervém no conflito. É neste contexto que floresce a narrativa
deste trabalho e a qual toma como epicentro uma constante analogia à história
do capuchinho vermelho: os homens desta elite actuam em matilha mas são lobos
solitários, dotados de uma personalidade fria e conturbada por experiências
agressivas. Um deles encontrar-se-à no centro de uma trama política que o
pretende usar como bode expiatório para novas transformações internas dentro
das várias organizações policiais – mas este lobo é guarnecido pelos lobos
companheiros e a contenda encontrará um ponto de equilíbrio. Emocionalmente no
entanto, este lobo acaba por se envolver com o capuchinho vermelho, forçando-o a
esbarrar com dois possíveis caminhos: o de assassinar este capuchinho vermelho
e continuar um lobo ou prosseguir caminho enquanto um Homem. Mas uma besta,
mesmo sonhando e vivendo como um homem, nunca deixará de ser uma besta...</span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">A
narrativa está portanto bem formulada, encontra um cenário gélido, turbulento e
emana as devidas linhas emotivas, atingindo um clímax emotivo bastante
interessante. A paleta de cores e o traço parecem-me apropriados ao quadro
retratado e a sonoridade escolhida é um elemento notavelmente bem alinhavado ao decurso
da acção.</span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Contém
cenas com alguma violência assinalável e certamente o alvo deste labor foge a
um público mais infantil. Recomendo.</span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify; text-indent: -24px;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify; text-indent: -24px;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo2; text-indent: -18.0pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlnXqKk0u5cFh2QVSMzIrdCymLcxftn3sS8JoqXs7nLgD026HkiEr7lvpJf1Gb0h3vuQUoXZtKtMfeDyO3NgMoIF4_3aszum1nI94tzDg0VIJhvJdzlyfY1g52tF3Rjl7-slKU67hcSfE/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlnXqKk0u5cFh2QVSMzIrdCymLcxftn3sS8JoqXs7nLgD026HkiEr7lvpJf1Gb0h3vuQUoXZtKtMfeDyO3NgMoIF4_3aszum1nI94tzDg0VIJhvJdzlyfY1g52tF3Rjl7-slKU67hcSfE/s1600/1.jpg" height="320" width="224" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-size: x-large;"><b>The Wind Rises</b></span> (2013) - Cunhado por Hayao Miyazaki.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Um belo hino aos sonhos, à liberdade e ao destino, entoado por entre um meio envolvente sempre dotado de uma beleza estonteante.</li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Narrativa
extremamente madura, gerindo eximiamente bem romance e drama. Trabalho menos
infantil. Leva o seu tempo a conquistar-nos com uma primeira metade de trilha mais
lenta mas depois embala e agarra-nos até ao fim. Contexto histórico apelativo
revelando o grande terramoto de 1923; o flagelo da tuberculose; a pobreza de
uma nação que sonhava sobrepor-se aos grandes colossos mundiais;</span><span style="text-indent: -18pt;"> </span><span style="text-indent: -18pt;">a grande depressão e por fim a segunda guerra
mundial. O vento é talvez um dos melhores elementos que pode ser associado aos sonhos: efémero, rápido, difuso, mas expansivo, volátil, intenso, suave,
agressivo ou apaixonado. Jiro sonhava com a beleza de um avião, com a
capacidade de voar, ou pelo menos de pilotar um avião. A sua visão esteve desde
a infância longe da definição desejada para o efeito mas Jiro não perdeu o trilho, o seu objectivo - </span><span style="text-indent: -18pt;">focou-se na engenharia e procurou construir um avião
bonito e capaz. No seu percurso encontra e desenvolve um amor incondicional por
Naoko, a qual, tal como um avião se revela ser um sonho amaldiçoado: estava o avião de Jiro condenado à guerra do mesmo modo que estava a sua esposa
condenada a morrer. No fim, restam os sonhos e pelo menos o regozijo de que
naquele período de tempo, Jiro aproveitou o melhor que foi capaz a sua vivência
neste mundo.</span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Os elementos
do costume em Miyazaki: o vento a representar a natureza; a aviação e construção do engenho
de novo como a mecânica central à semelhança do que encontramos em Porco Rosso; ligação à Europa muito bem concretizada, defendida por sonoridades que nos remetem inequivocamente
em cada uma das suas origens.</span></li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-63100935214830613492014-11-22T21:25:00.000+00:002014-11-22T21:25:08.648+00:00Filmes de Animação: Japão Rei a Oriente (4º bloco)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiLxzBNnWnx2Mo4O2FP7uRHiPxwNNN4wfWXMTbn8RtF0ohBlvI1XAKYUKSL0exmGbaekDwjG9r8T2rA75zMKoc6paYzZg6AvI4-LG2m0wbbNR3TcX41CDLN2QuuUMzGScuJXFi_S1QwIw/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiLxzBNnWnx2Mo4O2FP7uRHiPxwNNN4wfWXMTbn8RtF0ohBlvI1XAKYUKSL0exmGbaekDwjG9r8T2rA75zMKoc6paYzZg6AvI4-LG2m0wbbNR3TcX41CDLN2QuuUMzGScuJXFi_S1QwIw/s1600/1.jpg" height="320" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #38761d; font-size: x-large;"><b>Princess Mononoke</b></span> (1997) - Dirigido por Hayao Miyazaki.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Até à estreia de Titanic, Mononoke-Hime terá constituído o maior sucesso de bilheteira na história do cinema no Japão. E não bastasse isto, rezam por esta obra os próprios anais da crítica mundial considerando Princess Mononoke como o melhor anime da década, ombreando precisamente com Evangelion. <i>Com razão</i>.</li>
<li style="text-align: justify;">Temos em cima da mesa o mesmo conjunto de elementos dispostos, tantas e tantas outras vezes nas obras do velho mestre sendo que reconheço em Mononoke uma aproximação talvez mais evidente a Nausicaa of the Valley of the Wind: na clivagem entre o próprio ser humano por dominar algo e atingindo a sua querela a mãe natureza, a qual em última instância poderá deter os instrumentos para ela própria ameaçar a existência do Homem. De resto a narrativa parece assentar nos moldes da obra supra mencionada, melhorando o grafismo e transitando a paleta de cores do elemento vento para o elemento terra.</li>
<li style="text-align: justify;">Na narrativa surge em segundo plano um outro elemento nunca posto de lado por Miyazaki: a engrenagem industrial assumindo aqui a forma de um confronto entre a pólvora disparada e o metal empunhado. Miyazaki escolheu um contexto propício ao bosquejar de diversas facções - desde as mais míticas, indo de encontro às próprias crenças culturais, aos fenómenos um pouco mais fantasiosos mas nunca descurando nestes uma vertente histórica onde recorre a metáforas e a demais personificações, conseguindo convenientemente elevar e testar vários cenários de guerra estruturalmente dotados de uma irrepreensível sobriedade. Miyazaki descreve a chegada de um novo tipo de postura militar, assente num poder de fogo e num estilo de combate à distância que se opõe com demarcada eficácia ao tradicional confronto directo, destronando arco, lança, espada e derivados. Algo que constitui naturalmente uma ameaça aos típicos sistemas de combate manobrados pela infantaria ou pela cavalaria. Atente-se para o efeito na milícia de Iron town que facilmente consegue resistir a exércitos em número muito superior, desde que contando com o seu engenho revolucionário assente numa fortificação elevada. A concepção dos novos materiais incidindo mesmo na simulação dos seus métodos produtivos são uma mais-valia ao trabalho narrativo. Está também demarcado um sistema político que terá obviamente impacto na própria trama não fosse o imperador também homem: note-se que o seu séquito confrontado com a emergência de um novo poderio, terá como instinto primário o ataque a esse poder (potencial ameaça) e posse do mesmo.</li>
<li style="text-align: justify;">Não se caia no erro de, com tudo isto, se imaginar uma película austera, realista, metódica e desprovida de fantasia pois certo é que dela muito se recebe em Princess Mononoke - não fosse esta o baluarte adequado ao envergar de um papel metafórico tanto em significado como em utilidade no cerne de toda a trama. Toda a maquinação beligerante de Miyazaki é de resto disposta de forma bastante subtil, focando-se sim na inocência e envolvimento dos dois principais intervenientes.</li>
<li style="text-align: justify;">Em fase de conclusão, imagine-se então uma industrialização crescente que vai devorando e enfraquecendo o espaço florestal que, ameaçado encontrará forma de manobrar uma épica resistência à insensibilidade humana. Temos exércitos personificados dotados de uma lógica de combate bem arquitectada e poder-se-à mesmo observar o quanto toda esta problemática parecerá próxima de uma verdadeira resistência zulu à invasão da velha senhora inglesa. Aos que estejam mais por dentro de alguns dados históricos referentes aos descobrimentos europeus, poderão esses atentar nos idênticos métodos de implantação perpetuados pelos primeiros, beneficiando e explorando no terreno as rivalidades entre as próprias tribos e senhores locais de forma a adquirirem vantagem. Ao redigir isto, estou claramente a invocar a investida do imperador contra Lady Eboshi, utilizando contra esta os antigos poderes locais ameaçados. Que melhor forma de enfraquecer um inimigo do que incitá-lo a um dispêndio de forças com um outro inimigo? Princess Mononoke reflecte magistralmente, entre outros aspectos, a chegada do Homem a um sítio que não domina e a sua agressividade na implantação que passa a promover.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2AH7r7E_yySNf5YxtQ1NdyPmU56_UY3wgin_qA5urGi_ro2SpjXaJ6iyQ8SxP2ACTE8tl18Zw2QlbdBhGZtmON2ecL_3ddAYXL-nyGLOiUQuqHsOSoSLgpUFCYUteaLr50SgvrsNVBNI/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2AH7r7E_yySNf5YxtQ1NdyPmU56_UY3wgin_qA5urGi_ro2SpjXaJ6iyQ8SxP2ACTE8tl18Zw2QlbdBhGZtmON2ecL_3ddAYXL-nyGLOiUQuqHsOSoSLgpUFCYUteaLr50SgvrsNVBNI/s1600/3.jpg" height="320" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #38761d; font-size: x-large;"><b>Castle in the Sky</b></span> (1986) - Mais uma obra do grande mestre nipónico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>De novo a mãe-natureza surge como problemática central e de novo também surge o bicho homem no encalço por poderes e riquezas que não conhece ou domina. Anexemos a isto a habitual parelha juvenil apresentada por Miyazaki e temos definido o padrão narrativo que nos alheará do mundo ao longo das próximas duas horas.</li>
<li>Surgem também os habituais elementos vinculados ao labor do homem: neste caso sendo-nos introduzida uma vila mineira graficamente estruturada <i>como esperado</i> de forma inventiva, e fusionando fantasia e realismo com grande perícia.</li>
<li>Miyazaki aproveitou para privilegiar os primordiais elementos da natureza: vento, terra e água. O fogo a meu ver, encontra-se também ele presente na maior parte das obras de Hayao mas enquanto elemento dominado pelas ambições e acções do ser humano. </li>
<li>Em suma, o enredo foca-se em torno de um castelo flutuante há muito perdido, transformado numa verdadeira caça ao tesouro por vários partidos, eleva em paralelo um envolvimento ternurento entre a parelha protagonista e por fim, através do contraste entre a beleza fulgurante da natureza com o estado caótico gerado pelo Homem formula-se uma derradeira ruína de redenção, sublinhando-se os votos de renovação da relação do ser humano com o meio ambiente que tanto lhe é necessário. </li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg43KwsdpyRB024dYFHCH4gNTbvwpvaK2pNXAQLCYJByrUEhULT91BEY5HkNKxmhnZ8UzKV7yAtre-AXCb94smPO_kHqdC16MxM2mYMu5P_iGdE-1crJdW8bb_FXXohiYnMQZe98Z03IFs/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg43KwsdpyRB024dYFHCH4gNTbvwpvaK2pNXAQLCYJByrUEhULT91BEY5HkNKxmhnZ8UzKV7yAtre-AXCb94smPO_kHqdC16MxM2mYMu5P_iGdE-1crJdW8bb_FXXohiYnMQZe98Z03IFs/s1600/2.jpg" height="320" width="234" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #38761d; font-size: x-large;"><b>Howl’s Moving Castle</b></span> (2004) - Nasce às mãos de Hayao Miyazaki.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">A magia do velho mestre continua presente. Não tão somente pela qualidade inegável da obra em mote mas num sentido mais figurativo, enquanto elemento que é nevrálgico ao desenrolar dos acontecimentos montados pela trama. A magia é portanto elemento relevado e acarinhado, como já antes havia sido, sendo Kiki's Delivery Service um bom exemplo disto mesmo.</li>
<li style="text-align: justify;">Continuamos a vislumbrar criaturas inventivas, um traço continuamente criativo, cores e cenários deslumbrantes e a meu ver, um conjunto gráfico que revela manifestos sinais de um homem que continua a superar-se e a evoluir, trabalho após trabalho.</li>
<li style="text-align: justify;">Não obstante, Howl's Moving Castle queda-se apesar de tudo, atrás de Spirited Away: é brilhante no campo gráfico, exibe uma narrativa enigmática e conseguirá a seu tempo arrebatar-nos mas é também uma obra mais austera, tem uma paleta mais sombria e uma fluidez narrativa que ainda assim não atinge os níveis do seu antecessor. Contudo, coloco Howl's num patamar muito próximo. <i>Mesmo muito</i>. </li>
<li style="text-align: justify;">Encontramos as tradicionais mensagens subtilmente impregnadas na trama, sorvemos uma acção empolgante, rendemo-nos ao traço e essência das personagens dispostas e esperamos pelo melhor dos desenlaces. Hayao não deixou de relevar engrenagens, maquinarias e elementos assumindo-se a meu ver o fogo, como elemento primordial desta sua obra.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC5ty5tGgggao_fpWWZMay4adu0cQ2xMQiHur9t1KD0lXIJClybQKmSy2kEE6APflwP7NGth2FnWe794zL32zZkmyIMxG2ErmYI0UWKvFdFYr3aJcafX5mktQ2GtFzgLimaGIRQn2_-aw/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC5ty5tGgggao_fpWWZMay4adu0cQ2xMQiHur9t1KD0lXIJClybQKmSy2kEE6APflwP7NGth2FnWe794zL32zZkmyIMxG2ErmYI0UWKvFdFYr3aJcafX5mktQ2GtFzgLimaGIRQn2_-aw/s1600/5.jpg" height="320" width="223" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #38761d; font-size: x-large;"><b>Nausicaa of the Valley of the Wind</b></span> (1984) - De Hayao Miyazaki.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Mais um excelente exemplo da mais fina mestria conduzida pelo titã do anime, Hayao Miyazaki. A originalidade da narrativa é aqui intensa, verde e matriz de muito do que se faria a seguir. Castle of Cagliostro antecede Nausicaa em termos de filmografia mas é a todos os níveis uma obra bastante diferente. É Nausicaa of the Valley of the Wind que arquitecta o padrão aplicado sistematicamente em trabalhos posteriores, tendo em Mononoke-Hime o mais substancial exemplo disto mesmo.</li>
<li style="text-align: justify;">A mesma abordagem ambientalista, as preocupações e mensagens sublimares; a postura possessiva e negligente do ser humano, as repercussões da sua conduta nefasta; a parelha juvenil, romântica mas inocente enquanto o vértice de uma esperança: a esperança de que a humanidade pode ser rejuvenescida e reencaminhada na direcção correcta. Tudo isto pode ser aqui encontrado. Foi a meu ver a primeira grande obra de Hayao e de lá para cá nunca deixou de pertencer ao pelotão qualitativo da sua carreira. </li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9gFQ_5A6fm_KriBYtKAvK1qpOKfAdO6iP0lGAvVqggLfqG1HizdHBbucE2mOwxbNvWcncngPPBAFqf4qgB2pUAMZM2oKec6VoLSG5JwYoWirfW31bG2Ol5iw-wHMvmS3KnJOUD0R5qdY/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9gFQ_5A6fm_KriBYtKAvK1qpOKfAdO6iP0lGAvVqggLfqG1HizdHBbucE2mOwxbNvWcncngPPBAFqf4qgB2pUAMZM2oKec6VoLSG5JwYoWirfW31bG2Ol5iw-wHMvmS3KnJOUD0R5qdY/s1600/4.jpg" height="320" width="225" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #38761d; font-size: x-large;"><b>Porco Rosso</b></span> (1992) - Mais um, de Hayao Miyazaki.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Porco Rosso contextualiza-se numa Itália fascista e sobretudo numa Europa entre guerras. Escolhe como personagem principal um porco aviador, o qual adquiriu esta forma através de um feitiço. A narrativa não explica o porquê nem como mas introduz aqui e ali informação que nos leva a trabalhar mentalmente no que poderá ter decorrido e levando-nos a crer que a sua transição para porco estará relacionada com a sua incapacidade de resolver determinadas problemáticas pessoais, as quais desembocam numa consequente descrença na humanidade e mesmo no seu país (a própria saída de Marco da força aérea parece indicar-nos a sua incompatibilidade com o regime que ganha então força).</li>
<li style="text-align: justify;">O filme encontra positivamente, através da música e dos cenários, a beleza do Mediterrâneo e do Adriático e transmitindo-nos também e da melhor forma uma aura que assenta bem no período histórico abordado. </li>
<li style="text-align: justify;">Agrupa alguns dos elementos característicos das obras do velho mestre japonês, desta vez centrados na aviação e na construção do engenho pilotado por Porco Rosso. Em termos de narrativa acredito faltar-lhe a força de outras obras: apresenta rivalidades, duelos e <i>nuances </i>políticas, românticas e militares, introduz a figura juvenil feminina e destemida do costume mas a linha narrativa parece-me por vezes fria independentemente da fluidez da acção e da profundidade existencial das personagens. Também me parece um trabalho descontraído, assumidamente infantil e como tal coloca-nos desde logo em descompressão e mais alheios a possíveis picos de tensão. </li>
<li style="text-align: justify;">Não será nem de perto nem de longe a mais carismática obra de Hayao mas ainda assim tem uma aura à sua imagem, nostálgica, com alguma profundidade e uma animação que consegue em uma ou duas cenas fazer desfilar um sentido artístico mais aguçado. Falta-lhe algo é certo mas ainda assim, um bom trabalho.</li>
</ul>
</div>
</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-91563349721295527062014-11-22T00:13:00.000+00:002014-11-22T00:13:20.225+00:00Filmes de Animação - Japão Rei a Oriente (3º Bloco)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvVBZFS5ndMIiR-erRTAUDbJ5rVbPNSA8SUvJot-AsXtms7H6c1FeO9Cu6kkhTWrQ3M0xYLNHzzqfteSGC77msGVPjXAWn-XgAw6cAX9aZhTOwNb64K_PvvDlw9jBGuxXZxbzdLFqQTzg/s1600/1.bmp" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvVBZFS5ndMIiR-erRTAUDbJ5rVbPNSA8SUvJot-AsXtms7H6c1FeO9Cu6kkhTWrQ3M0xYLNHzzqfteSGC77msGVPjXAWn-XgAw6cAX9aZhTOwNb64K_PvvDlw9jBGuxXZxbzdLFqQTzg/s1600/1.bmp" height="320" width="227" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000; font-size: x-large;"><b>Grave of the Fireflies</b></span> (1988) - Dirigido por Isao Takahata. </div>
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<ul>
<li><span style="text-align: justify;">Um dos melhores filmes de animação de sempre. </span><span style="text-align: justify;">Não retiro uma palavra que seja ao que acabei de afirmar - estamos perante uma obra cinematográfica bem arquitectada, defendida por um fundo verídico e elevada pela mestria de quem conseguiu, a cada tracejado, a cada palavra, transmitir para a plateia um turbilhão emocional de uma envergadura enorme!</span></li>
<li><a href="http://www.imdb.com/title/tt0095327/" style="text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #990000;">Grave of the Fireflies</span></b></a><span style="text-align: justify;"> </span><span style="text-align: justify;">incide no cenário caótico que é o Japão em plena Segunda Guerra Mundial mas não o faz de forma superficial, ou seja, o argumento vai ao encontro sobretudo das pessoas, das emoções, da realidade nua e crua revelando a perspectiva da Guerra de quem a sente e acima de tudo os efeitos nefastos da guerra na vida destas pessoas. </span><span style="text-align: justify;">A forma como destrói e corrói, a forma como as transforma (exemplifico com a tia de Seita e de Setsuko, a qual sofre diversas mutações - a postura inicial desta mulher é a de acolher os sobrinhos e assim os mantém enquanto estes têm alguns bens e enquanto o destino do pai destes ainda é incerto. A partir do momento em que as dificuldades em tempo de guerra apertam e também decrescem as esperanças quanto ao sucesso no confronto, a sua personalidade muda radicalmente entrando num crescendo de incompatibilidade com a presença das duas crianças na sua casa). </span><span style="text-align: justify;">O carácter humano acaba assim por estar bem delineado, pelo menos na forma como em situações menos pacíficas ou mesmo de sobrevivência se acaba por converter em algo tão insensível. Seita e Setsuko chegam ao ponto de roubarem para comer e mesmo assim, quando apanhados, o perdão ou auxílio não é algo que possa facilmente ser vislumbrado. Pior, em determinados momentos Isao dá-nos a entender que as pessoas que vivem nas imediações do abrigo de guerra que acolhe Seita e Setsuko estão a par da situação precária das crianças e, mesmo assim, ninguém os visita, ninguém aparentemente se parece preocupar.</span></li>
<li><span style="text-align: justify;">Em termos de argumento, </span><b style="text-align: justify;"><u>Grave of the Fireflies</u></b><span style="text-align: justify;"> (GF) é um verdadeiro terror emotivo como já atrás referi. Envolve-nos num cenário tortuoso e lentamente inverte a engrenagem de sensações começando a consumir o nosso âmago para, já perto do fim, nos arrebatar com uma dura realidade que se aproxima, que compreendemos que vai acontecer e que nada pode ser feito para a travar - como uma imensurável barreira que nos projecta num estado depressivo - ainda assim, </span><b style="text-align: justify;"><u>GF</u></b><span style="text-align: justify;"> é suficientemente gentil para nos limpar a alma num pranto de redenção.</span></li>
<li><span style="text-align: justify;">Esta fina peça cinematográfica tem sim, este poder estrondoso... o de tornar cada um de nós, um Ser humano melhor. E</span><span style="text-align: justify;"> fá-lo precisamente esbofeteando as nossas capacidades cognitivas, obrigando-as a assimilar na perfeição o conceito de injustiça. </span><span style="text-align: justify;">Em suma, Isao Takahata pegou em duas crianças meigas, infantis e inocentes e colocou-as no epicentro trágico de uma realidade sôfrega e violenta. Metaforicamente poderia mesmo ser dito que Isao efectuou o sacrifício de dois cordeirinhos, cujo sangue derramado serviu o propósito de pacificar os demónios interiores que os homens adentro contêm.</span></li>
<li><span style="text-align: justify;">Não pensem no entanto que Seita e Setsuko são perfeitos. E é isso que ainda torna mais verosímil toda a trama - ambos estão plenamente humanizados sendo que as suas opções nem sempre são as mais correctas. </span></li>
<li><span style="text-align: justify;">Em fase de conclusão, aproveito para debater o título que dá mote a este filme. </span><u style="text-align: justify;"><b>Grave of the Fireflies</b> </u><span style="text-align: justify;">acaba por ser (pelo menos) uma tríplice metafórica: </span><span style="text-align: justify;">O termo Fireflies acaba por estar associado aos bombardeamentos efectuados pelos pilotos Kamikaze; é</span><span style="text-align: justify;"> também uma alusão aos pirilampos em si, bem como à duração existencial dos mesmos. Denote-se que os pirilampos são um elemento constante no abrigo das crianças, constituindo um entretenimento/companhia nocturna. São ainda enterrados por Setsuko; é</span><span style="text-align: justify;"> ainda (e quanto a mim sobretudo) uma alusão à existência das próprias crianças (neste caso Seita e Setsuko).</span></li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<b style="color: #e06666; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><i>Why must fireflies die so young?</i></b></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #e06666; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><b><i><br /></i></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #e06666; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><b><i><br /></i></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #e06666; font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><b><i><br /></i></b></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7njXeRn8P4rcClt0-A7ovUjyuAGSvW4znebJvbb6-mfxbPtwAx9b72I1nnfcGsElXWBCUeEIWbmFjpa1AYsK8JRjEVHAl16xeGVRtKCZhyphenhyphen6k7Tokm-OBe0V2bLlSaYhiNMQgXgmqNLiM/s1600/DVD_R1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7njXeRn8P4rcClt0-A7ovUjyuAGSvW4znebJvbb6-mfxbPtwAx9b72I1nnfcGsElXWBCUeEIWbmFjpa1AYsK8JRjEVHAl16xeGVRtKCZhyphenhyphen6k7Tokm-OBe0V2bLlSaYhiNMQgXgmqNLiM/s1600/DVD_R1.jpg" height="320" width="217" /></a></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000; font-size: x-large;"><b>Millennium Actress</b></span> (2001) - Dirigido por Satoshi Kon. </div>
<br />
<ul>
<li><span style="text-align: justify;">Excelente! E com esta palavra encaminharia todos os demais curiosos para a visualização de uma tela em todas as frentes meritória. </span><span style="text-align: justify;">Ao assistir Millennium Actress encontrei um argumento genialmente articulado... assente numa matriz que vai de encontro ao romance mas que sabe extravasar essa barreira e exigir novos mundos. Uma rapariga que se apaixona por um anarquista e que corre atrás do amor espontâneo e incondicional, optando pela carreira de actriz, profissão ideal na época para a transmissão de uma mensagem - "Eu estou aqui e ainda e sempre, à tua espera" - sendo que nesta carreira encontra também os meios para perseguir um sonho, os instrumentos que a transformam numa estrela no mundo do cinema: um movimento circular de simples cariz mas inegavelmente eficaz em termos de texto.</span></li>
<li><span style="text-align: justify;">Não enalteço esta obra quanto ao traço apresentado (não é dos mais atractivos) mas faço sim a distinção de como o realizador optou por uma montagem brilhante assente em opções cénicas inventivas e correlacionando-as directamente com uma história que entra em crescendo nos dados narrados presencialmente pela protagonista (já idosa e pela visão e imaginação dos entrevistadores) estabelecendo-se uma sequência de cenas encadeadas que vão desde o presente aos papeis efectuados por Chiyoko, ao passado da protagonista e como este se articula com a sua forma de representar e (não descurando a cereja no topo do bolo) com a forma como são inseridas verdadeiras referências à realidade política no Japão, às divisões internas, aos dados da vida civil e mesmo às próprias guerras em escala mundial, em determinados segmentos históricos.</span></li>
<li><span style="text-align: justify;">A personalidade das personagens (sobretudo a de Chiyoko) encontra-se particularmente bem delineada e toda uma panóplia de simbologia ganha ainda destaque ao longo do trabalho de Satochi Kon: temos a flor de Lótus que representa a pureza de um sentimento ou a chave que estabelece a ponte para um amanhã melhor - esperança - onde nem para além da morte deixará de ser perseguido um objectivo. Em última instância, acabaremos por compreender como o próprio homem que Chiyoko amava constituía apenas mais um dos símbolos dispostos.</span></li>
<li style="text-align: justify;">Em suma, Millennium Actress emana uma melodia formulada pela perfeita simbiose de drama, emoção, juventude, crescimento, sonho e amor, sobretudo amor - garantindo escavar até ao fundo de nós próprios e de lá drenar os sentimentos mais genuínos que adentro carregamos.</li>
</ul>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN2QlkAv2RWBrFYpXMpI-7mf4mq7rimz7CLMmxTNOHOnjUpk54lceIbx33b4i09UM8yMa23yM23LagzxrFJKfiFroJnt30CQqjW9KAPPI3on5MshCKbQPa7T07Wv2_aS-y7ngjdXORxEo/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN2QlkAv2RWBrFYpXMpI-7mf4mq7rimz7CLMmxTNOHOnjUpk54lceIbx33b4i09UM8yMa23yM23LagzxrFJKfiFroJnt30CQqjW9KAPPI3on5MshCKbQPa7T07Wv2_aS-y7ngjdXORxEo/s1600/4.jpg" height="320" width="226" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><b><span style="color: #660000; font-size: x-large;">Perfect Blue</span></b> (1997) - Também realizado por Satoshi Kon.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Um
thriller psicológico bastante interessante do autor de <b>Paprika </b>ou de <b>Millennium Actress</b>. Bastante avançado para 1997, retrata uma problemática que hoje em dia
prolifera bastante pela Internet: o roubo de uma identidade, aproveitando para
aprofundar este problema com questões de distúrbios de personalidade. </span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">O enredo
é interessante e está bem manuseado mantendo no mistério culpados e vítimas.
Num outro vértice da narrativa encontramos a problemática inerente à figura
pública e à forma como esta é capaz de atraiçoar as suas próprias paixões de
forma a se manter à t</span><span style="text-indent: -18pt;">ona naquele que é um mercado tão competitivo, muitas das
vezes com um impacto psicológico obviamente negativo. A figura pública acaba
por se ver refém do seu estatuto, da sua condição social enveredando o seu
percurso profissional por uma rota inicialmente desinteressante para essa
pessoa.</span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Em termos
de traço não posso dizer que sou um grande fã de Satochi mas são vários os
elementos e dinâmicas que vão surgindo e adicionando algum interesse àquela que
é uma paleta primariamente mais votada a uma gama pouco aguerrida.</span></li>
</ul>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSIPO91X2fb9xE0QtAP5cakOx9YMGyKYlVtfbPB9Nf1uO_xu3p5kzbmRDSAW0jyItJKlHavVAXMmzKfCcg8YrxS6qib1LHqj0LZUz0QzaIiBUIztklIfD89rcxfGfrDIXtuKR-9PmawaA/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSIPO91X2fb9xE0QtAP5cakOx9YMGyKYlVtfbPB9Nf1uO_xu3p5kzbmRDSAW0jyItJKlHavVAXMmzKfCcg8YrxS6qib1LHqj0LZUz0QzaIiBUIztklIfD89rcxfGfrDIXtuKR-9PmawaA/s1600/2.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><span style="color: #660000; font-size: x-large;"><b>The Girl Who Leapt Through Time</b></span> (2006) - Dirigido por Mamoru Hosoda.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">De certeza absoluta que aqui está um
trabalho capaz de arrancar emoções fortes ao sector mais feminino. A narrativa segue a história de uma rapariga capaz de recuar no tempo e transformar as suas
acções, sendo que estas terão por sua vez um impacto directo na vida daqueles
que lhe estão próximos. A adicionar a isto toda uma carga romântica que envolve
grande parte do tempo da película mas que é conduzida de forma sedosa, não
recorrendo a elevado dramatismo mesmo que detendo ao seu dispor os instrumentos
que lho permitiriam fazê-lo.</li>
<li style="text-align: justify;">O traço e a paleta de cores acabam por não
corresponder em igual nível a todo o conjunto narrativo/interpretativo.
Acredito que um outro trato poderia transformar este projecto num produto
verdadeiramente inesquecível.</li>
<li style="text-align: justify;">A mensagem principal do filme sobressai
também e adequa-se que nem uma luva aos adolescentes e a todos aqueles que
procuram ainda por uma definição pessoal: o tempo não espera por ninguém, há
que encarar as situações de frente sendo honestos connosco mesmos e correr,
correr muito! Mas não de situações que nos provocam desconforto. Correr rumo
àquilo que queremos e consideramos melhor.</li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieGm1tE74YNRLYoqF1H2qKGcqPIVtgylk47TmHLS2AZwJfnV2HltvCoBJHBvm4vBb546MuVNlScyL9CIlQ6ZKGsUAmYEkmC1ney4Vn5reUSQjJTQ56_bq6DR9CZ0pmUSrt8HEKPWi8_PY/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieGm1tE74YNRLYoqF1H2qKGcqPIVtgylk47TmHLS2AZwJfnV2HltvCoBJHBvm4vBb546MuVNlScyL9CIlQ6ZKGsUAmYEkmC1ney4Vn5reUSQjJTQ56_bq6DR9CZ0pmUSrt8HEKPWi8_PY/s1600/3.jpg" height="320" width="227" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><span style="color: #660000; font-size: x-large;"><b>Whisper of the Heart</b></span> (1995) - Realizado por Yoshifumi Kondo e escrito por Hayao Miyazaki.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Um
romance que narra o<i> perfect match</i> entre dois adolescentes mas que também nos
ensina que o destino e o amor e a química se podem ir construindo e polindo. </span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">O enredo articula-se de forma simples: Seiji apercebendo-se da estima de Shizuku pela leitura inscreve o seu nome no
maior número de livros possíveis de forma a fazer-se misteriosamente notar. Por outro lado,
apercebendo-se dos sonhos e da determinação de Seiji, Shizuku</span><span style="text-indent: -18pt;"> </span><span style="text-indent: -18pt;">empenha-se em encontrar o seu próprio
caminho. A própria música do filme reforça todo o ambiente formulado concedendo maior força à mensagem subjacente na história e agarrando à sua melodia a alma de toda a película.</span></li>
<li style="text-align: justify;"><span style="text-indent: -18pt;">Whisper of the Heart é um daqueles trabalhos que nos dá
alento, que nos tira um daqueles pesos chatos de cima e se por um lado reforça
em nós aquele desejo de sermos correspondidos, também estimula que façamos as
nossas acções acontecer.</span></li>
</ul>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-25147773148362874432014-03-20T02:46:00.003+00:002014-03-20T02:46:37.386+00:00Filmes de Animação - Japão Rei a Oriente (2º Bloco)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha63ltMxxsSZV-9_y4TdzmzhrXih1tDxq831ebXOpHa2ZZ_irzo0jFKL3jyJX0H8kfJgzp2wHc8_yYA-D1yVrV10L3k1xUz6-c-DkfkAOCJ6Q9Atv00B4-LLtLheLHB_BwrpXbZP7ajps/s1600/apagar+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha63ltMxxsSZV-9_y4TdzmzhrXih1tDxq831ebXOpHa2ZZ_irzo0jFKL3jyJX0H8kfJgzp2wHc8_yYA-D1yVrV10L3k1xUz6-c-DkfkAOCJ6Q9Atv00B4-LLtLheLHB_BwrpXbZP7ajps/s1600/apagar+2.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">Spirited Away</span> (2001) - Dirigido por Hayao Miyazaki e vencedor do Óscar de melhor filme para animação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">A mudança inquieta-nos sempre o espírito, agita o nosso mundo e a nossa imaginação, aguça as nossas expectativas e força também um trago de nostalgia face ao sítio que tomamos por origem. <b>Spirited Away</b>, bem à semelhança de outros trabalhos de Miyazaki utiliza esta matriz na narrativa contando-nos a história de Chihiro, uma criança que sente que a mudança de casa transformará incontornavelmente a sua vida. Este sentimento leva-a primariamente a uma rejeição perante a nova realidade. Miyazaki é exímio na sua arte, na criação das personagens mas é igualmente mágico na forma como conta a sua história e como escolhe as suas palavras – nós não temos de ter medo de esquecer as coisas, pois estas sendo importantes ficarão sempre guardadas dentro de nós. Só temos portanto de olhar em frente, seguir o nosso rumo sem olhar para a frente com medo e sem olhar para trás com tristeza.Temos aqui em mãos uma verdadeira viagem do espírito, repleta de elementos oníricos. </li>
<li style="text-align: justify;">Surgem-nos adiante temas centrais nas obras do grande mestre nipónico como a adaptação a um espaço estranho; a preocupação com os nossos pais; a questão de, mais do que uma simples integração, passar realmente a pertencer a um determinado local e aprendendo também aí a amar mãe-natureza, de lançarmos à terra novas raízes e sobretudo deixando o nosso Eu ser livre o suficiente para se dar a estes objectivos, a deixar-se crescer com estas experiências mas não perdendo a identidade neste processo. As referências de Miyazaki a estes aspectos são elementos primordiais – para seguirmos o nosso rumo, aquilo que queremos, nunca podemos esquecer o nosso nome (quem realmente somos). </li>
<li style="text-align: justify;">A construção das personagens é simplesmente deliciosa! Não só as centrais mas também aquelas mais periféricas como os simples vultos que se encontram no comboio em que Chihiro viaja – personagens sem rosto, de cor negra e aparência deprimida, no fundo desconhecidos, estranhos que por vezes nos acompanham de tão perto mas que por magia parecem não fazer parte da nossa realidade, alheados e talvez até manietados por responsabilidades, preocupações e rotinas como que se Miyazaki nos quisesse também alertar para este perigo, quando mesmo em movimento estas pessoas podem perder aos poucos a sua liberdade e em última instância a sua identidade – e como podem ser estas pessoas felizes?
Encontramos também ao nível das personagens espíritos e deuses e personificações humanas da própria mãe-natureza, pela qual Miyazaki nutre um amor incondicional – surge também aqui a habitual crítica à negligência do Homem e à sua poluição. O grande mestre aproveita portanto para brincar a seu belo prazer com as personagens, dando-lhes incontáveis formas e cores e invertendo papéis (dando a forma de um rapaz a um rio e dando forma de espíritos a humanos). </li>
<li style="text-align: justify;">A narrativa e o rápido curso da acção estão aqui, para mim melhor construídas do que em <b>My Neighbour Totoro</b> ou em <b>Ponyo</b>. Não posso falar de um público-alvo pois os filmes de Miyazaki focam-se sempre nos menos graúdos e escalam depois para todas as idades mas posso dizer que Spirited Away alcança (sem complicar) uma outra densidade textual que é mais linear nas duas obras supra mencionadas. Para mim uma mais-valia que se une magistralmente a uma paleta adorável e colorida que assenta num traço e em formas igualmente ternurentas não esquecendo como todos os demais elementos são habilmente construídos e conduzidos até ao tradicional “the end” onde somos abraçados pela música do filme, uma daquelas que reforçam as linhas de força do trabalho que vimos, deixando-nos a alma despida mas limpa. </li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhC5gvM8whbgAHWBr9nT-lMMfamGyUFxxL-MRB43OBozMEXzKkf_7KmunflQdBZQR2t51iqVRiiry24PW-IByk_29DX3xxXX8eBtBgF-lirzePTPId7R69XQAyyPkas9GkmPntfFbIE9o/s1600/apagar+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhC5gvM8whbgAHWBr9nT-lMMfamGyUFxxL-MRB43OBozMEXzKkf_7KmunflQdBZQR2t51iqVRiiry24PW-IByk_29DX3xxXX8eBtBgF-lirzePTPId7R69XQAyyPkas9GkmPntfFbIE9o/s1600/apagar+3.jpg" height="320" width="215" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">My Neighbour Totoro</span> (1988) - Dirigido por Hayao Miyazaki.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<ul>
<li style="text-align: justify;">Talvez um dos, senão mesmo o trabalho mais "fofinho" do grande mestre de animação japonesa! <b>My Neighbour Totoro </b>evidencia claramente um cunho mais meigo elevando personagens de carácter ternurento - sendo Totoro o expoente máximo desta conduta. Os próprios elos entre personagens formulam um circuito de afecto, desde a preocupação e zelo da velha vizinha à paixoneta de Kanta, à relação entre as duas irmãs e num outro nível à relação destas com os seus pais (para não denunciar já a própria relação de Totoro com as irmãs e destas com a natureza).</li>
<li style="text-align: justify;">Todo este ambiente tranquilo e de bem-estar entre familiares e entre desconhecidos não cede portanto espaço na narrativa a intrusões que possam impor uma outra conduta. Não temos em <b>My Neighbour Totoro</b> vilões ou intrigas, personagens genuinamente carrancudas ou qualquer outro tipo de vibração mais negativa - tudo isto é desinteressante para o trabalho em mote. A narrativa acaba por girar em torno das temáticas habituais em Miyazaki mas este desenvolve tudo num plano muito positivo relevando certos mistérios e dando forma a seres mais estranhos mas nunca arquitectando um mau estar perante estes - as irmãs conquistam o desconhecido e embrenham-se na mãe-natureza através de contactos e de pequenas descobertas absolutamente inocentes. Ladeia este campo central a preocupação constante das miúdas pela saúde da mãe e em como isto as afecta mas de novo, sem que se enfatize uma toada mais dramática.</li>
<li style="text-align: justify;">As temáticas do costume suportam todo o teor narrativo, sendo estas já nossas conhecidas de outros trabalhos de Hayao Miyazaki: um novo lar, como isto gera uma mudança radical na vida de duas crianças e como as submete numa adaptação a uma nova realidade; a problemática familiar, neste caso o bem-estar da progenitora das personagens centrais da história e de novo e acima de tudo toda aquela artéria vinculada à natureza, a qual é manifestada em Miyazaki através de elementos mágicos, enfatizando o carácter maravilhoso da mãe-natureza e transmitindo a mensagem de como é importante protegê-la, não esquecendo que esta tem também o poder de nos proteger. </li>
<li style="text-align: justify;">De percurso mais linear, não dispondo um argumento de maior profundidade, <b>MNT</b> é um trabalho simples mas aconchegador. É também visualmente caloroso, campo que encontra no sonoro um notável siamês. </li>
</ul>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCpviBOPLcMT6vhVb9y4fHciFayqD3phL70RqBaBHtknfGV0oCuxv0YN_2mpwtoNXgjZN8bHJ0jgbDNJI9n8YCtJLtJWv8ZZskRlSul0irjvDb-DRTJEIwOCRC8hDzW1HjEaqHkkA6AWo/s1600/apagar+4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCpviBOPLcMT6vhVb9y4fHciFayqD3phL70RqBaBHtknfGV0oCuxv0YN_2mpwtoNXgjZN8bHJ0jgbDNJI9n8YCtJLtJWv8ZZskRlSul0irjvDb-DRTJEIwOCRC8hDzW1HjEaqHkkA6AWo/s1600/apagar+4.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">Ponyo on the Cliff by the Sea</span> (2008) - Realização de Hayao Miyazaki.</div>
<br />
<ul>
<li style="text-align: justify;">A temática central mantém-se mas adquire um estádio distinto desta vez: apesar do grande mestre elevar de novo como mote a aproximação à mãe-natureza fá-lo desta vez numa abordagem marítima o que por seu turno possibilitou toda uma nova aplicação multicolor de arregalar os olhos: os cenários são coloridos, vivos, envolventes e dinâmicos. <b>Ponyo </b>é visualmente fantástico, exuberante em forma e cor ascendendo neste campo talvez como um dos maiores baluartes de Hayao Miyazaki.</li>
<li style="text-align: justify;">Surge de novo a emancipação em jogo mas de forma diferente formulando-se sob tracejado inocente um compromisso, uma relação inocente mas resoluta onde os indivíduos se emancipam face aos seus pais e ao tecido familiar transacto. Acaba por ser também uma viagem e muitos são os elementos e conceitos inseridos em Ponyo, repescados de outros trabalhos: o próprio túnel que principia a viagem onírica de Chihiro encontra-se deliberadamente presente. A narrativa de resto é linear, ainda que dispondo inteligentemente pormenores do quotidiano providenciados pelo habitat enunciado, neste caso o de uma povoação costeira surgindo à tona detalhes de avultado interesse como a capacidade dos pescadores de algumas embarcações comunicarem entre si ou com a plataforma terrestre através da luz. Encontra-se também presente a habitual mensagem/crítica face à negligência do homem e mesmo violência e desrespeito face à natureza e meio envolventes.</li>
<li style="text-align: justify;">Continuamos a encontrar aquela vertente “fofinha”e aquele travo a inocência de outros trabalhos como <b>My Neighbour Totoro</b> mas em termos de andamento da narrativa temos uma dinâmica que se quedará para mim ligeiramente atrás de trabalhos predecessores (mesmo considerando metáforas e a cena fantástica já perto do final onde o realizador nos confronta com a morte e nos demonstra como a fantasia consegue ser maravilhosamente transcendente mesmo na interpretação de um conceito tão taciturno). Falo ao nível da narrativa: excêntrica, tutelada pelo olhar de uma criança e talvez por isso mesmo mais linear e falo também ao nível da construção de personagens, às quais escapa a dimensão de uma Chihiro ou de um Totoro. Relativamente à dinâmica da animação essa sim está sublime, cheia de movimento, ritmo e cor sobretudo quando a tela foca a acção no mar.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcrwqGeNd_9YXvA8COhD0sbye0muYrMxkZlBgXpZ53TzJNagwHMx11cuVBFTA_M6xBYBkG0rnN_R5EsDdFyKrX5C4AA23BWjUU2u0I7PxAAzvHPi5gPXvRxXR-ya02OoFJV3G2VoWolWE/s1600/guardar+5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcrwqGeNd_9YXvA8COhD0sbye0muYrMxkZlBgXpZ53TzJNagwHMx11cuVBFTA_M6xBYBkG0rnN_R5EsDdFyKrX5C4AA23BWjUU2u0I7PxAAzvHPi5gPXvRxXR-ya02OoFJV3G2VoWolWE/s1600/guardar+5.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">Kiki's Delivery Service </span>(1989) - Direcção de Hayao Miyazaki. </div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Kiki é uma jovem feiticeira de 13 anos, ainda em aprendizagem. Como é comum na sua aldeia, as jovens aspirantes de bruxaria passam por um ritual bastante específico - terão de viver sozinhas durante 1 ano, bem longe da sua aldeia de origem - sendo que é precisamente este o mote e a base de mais uma eficaz história do mestre Miyazaki. Começamos com uma nova viagem.</li>
<li style="text-align: justify;">É nítido o ligeiro afastamento de <b>Kiki's Delivery Service</b> face a outros trabalhos: sobretudo no que toca à dimensão da fantasia! Esta está indubitavelmente presente uma vez mais mas encobre-se num manto bem mais realista, fugindo também em cor e traço à excentricidade de outros projectos arquitectados pelo mestre nipónico.</li>
<li style="text-align: justify;">A aposta incidiu num projecto simplista, ainda que repleto de nobres e ternos sentimentos. E a mensagem acaba por isso mesmo, por se tornar bem mais directa do que as mensagens presentes em alguns outros exemplares de Miyazaki: acredito que este filme retrate sobretudo a independência, a confiança nas nossas capacidades enquanto passamos por um processo de crescimento e de amadurecimento - quer numa vassoura ou com asas, trata-se de quando realmente começamos a voar. E de novo surge em cena a problemática constante que é a mudança e a adaptação (neste caso a uma nova cidade), iniciando Kiki a construção de uma nova realidade, uma nova vida em que vai transpondo todo um novo conjunto de adversidades mas onde vai adquirindo também importantes experiências: desde a emancipação á primeira atracção; às novas amizades; à integração e ao próprio labor que lhe garante no fundo a aplicação do seu dom de forma a assegurar a sua sustentabilidade económica.</li>
<li style="text-align: justify;">O vencedor do Anime Grand Prix de 1989 e, também vencedor da categoria de filme mais popular da academia de cinema japonesa do mesmo ano demonstra uma indole fofinha, humilde, esforçada, um verdadeiro trabalho educacional onde assistimos ao desfilar de acordes divertidos; a personagens de índole meiga, capazes de nos reclamar facilmente o coração; a uma paleta de cores contagiante (ainda que mais sóbria do que o habitual em Hayao) e toda uma narrativa simples mas ainda assim magnética, a qual constrói toda uma aventura que queremos acompanhar até ao fim.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJEuAmIeKshSosk_OXDGQ7OiV196-1BMCkqd24acSoK-KaNaEeysV6CsQRTUoPxLHTt1cbfD11VpfJ0D4i8dRslk6ps8SBa3Qw0xXk98XwlE7k_DNJ72vw4tP5SejwYAouSH82mYbrX7g/s1600/apagar+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJEuAmIeKshSosk_OXDGQ7OiV196-1BMCkqd24acSoK-KaNaEeysV6CsQRTUoPxLHTt1cbfD11VpfJ0D4i8dRslk6ps8SBa3Qw0xXk98XwlE7k_DNJ72vw4tP5SejwYAouSH82mYbrX7g/s1600/apagar+1.jpg" height="320" width="216" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">The Secret World of Arrietty</span> (2010) - Direcção a cargo de Hiromasa Yonebayashi com argumento a cargo de Hayao Miyazaki e de Keiko Niwa.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Com os níveis conceptuais do grande mestre na narrativa, <b>Arrietty </b>exala desde logo aquele selo com garantia a qualidade. No plano artístico Hiromasa erige no entanto um ambiente diferente do de Miyazaki, menos exuberante na abordagem ao traço, à forma fantástica ou mesmo ao surreal - o desenho é pois mais sóbrio, mais votado ao real ainda que no plano narrativo continuemos a desfrutar de inúmeros elementos capazes de nos arrancar do preto e branco que é a realidade. A investida dos <i>borrowers </i>à cozinha dos humanos, onde o seu avanço por aquele espaço acaba por ser naturalmente lento devido à sua pequena dimensão é uma das cenas mais aliciantes e inventivas de todo o filme.</li>
<li style="text-align: justify;">A história é doce, com uma carga humanista forte e montando todo um meio envolvente bastante bonito. Existe também uma carga dramática interessante, bem manietada através do elo que se gera entre Arrietty e Shõ, sobretudo devido à condição debilitada deste último.</li>
<li style="text-align: justify;">Todo o trabalho segue de resto uma linha singular de fantasia mas de índole simples, não complicando nem articulando demarcadas metáforas. Queda-se atrás de qualquer um dos quatro trabalhos acima discutidos mas não deixa de ser por isso um verdadeiro "must see" e um trabalho de excelência no mundo do anime.</li>
</ul>
</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-34874441713860530652013-12-27T01:18:00.002+00:002013-12-27T01:18:22.154+00:00Filmes de Animação - Japão Rei a Oriente<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW2GGjgoRIaGRaNU0uUXkFpkMMMZyQ-0RahKE86TT-KXNdcQHgbRXGeIvp8ee6o05nVgnUwhyphenhyphenSNT9W0vNrisuNP1U3fklF75wnjePJPJE825ds5NmZRtkMxeVWIl7-x0VqMRHaYijgKR8/s1600/eva+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW2GGjgoRIaGRaNU0uUXkFpkMMMZyQ-0RahKE86TT-KXNdcQHgbRXGeIvp8ee6o05nVgnUwhyphenhyphenSNT9W0vNrisuNP1U3fklF75wnjePJPJE825ds5NmZRtkMxeVWIl7-x0VqMRHaYijgKR8/s1600/eva+1.jpg" height="320" width="214" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Evangelion: 1.0 You Are (Not) Alone</span></span> (2007) - Conduzido por Masayuki; por Kazuya Tsurumaki e por Hideaki Anno.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nomeado pela academia japonesa para melhor filme do ano.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>A reformulação de um dos trabalhos mais grandiosos na história do anime, senão mesmo o maior. Mantém o argumento a estrutura original, recuperando a crise existencial de Shinji num contexto de mundo apocalíptico. O argumento privilegia desde logo a crise de um jovem que se vê sujeito a uma responsabilidade imensa, sem saber bem ao certo como - sujeito também a uma exposição à dor atroz, por intermédio da sua sincronização com o <i>cyborg </i>EVA 01. Privilegia-se ainda o florescer sexual latente de um indivíduo, o seu seio familiar deficitário e a sua procura por uma aproximação paternal, por um reconhecimento de afecto do mesmo.</li>
<li>A profundidade do argumento é obviamente manifesta e manietada de forma inteligente, ao longo de toda a série. <b>1.0</b> limita-se a condensar de forma fiel os primeiros episódios do trabalho original, concebido na década de 90. Continuamos portanto a sorver problemáticas existenciais relativas à índole de um indivíduo que não consegue atingir um índice de sincronização social consistente e, depois à escala global, todo um conjunto de elementos religiosos (através de formas ou nomes) que suscitam pontos de controvérsia verdadeiramente deliciosos.</li>
<li>É no campo técnico que surgem upgrades nítidos no que toca ao desenho sobretudo relativamente aos angels que surgem agora mais complexos, mais dinâmicos e também mais atraentes (se for possível aplicar-lhes semelhante adjectivo). Ainda assim o desenho original não perde aqui a sua essência, na medida em que <b>1.0</b> apenas procurou a via do melhoramento e não da modificação como acontecerá mais tarde. E ganhou por isso. </li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgopwdWjBRz7zsl4CVDlE9x7BPe3qNM93Zga9uiqrBSSf0i13UqEX69I5euaOvVFUt281di1mLWuB_yRdDKSFDxiI9D6Iiqyd-gL-5Z43-A1KEjaMB84B1fMqaCKvvrUQj2Uw47hLgW2S8/s1600/eva+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgopwdWjBRz7zsl4CVDlE9x7BPe3qNM93Zga9uiqrBSSf0i13UqEX69I5euaOvVFUt281di1mLWuB_yRdDKSFDxiI9D6Iiqyd-gL-5Z43-A1KEjaMB84B1fMqaCKvvrUQj2Uw47hLgW2S8/s1600/eva+2.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Evangelion: 2.0 You Can (Not) Advance</span></span> (2009) - De novo com os mesmos maestros: Masayuki; Kazuya Tsurumaki e Hideaki Anno na supervisão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nomeado para melhor filme de animação do ano em âmbito de academia japonesa.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>À semelhança do trabalho anterior, continuamos a sentir a falta do genérico que tanto nos marcou e que tanto carisma doou á obra original. Ainda assim o sonoro apresenta uma carga épica assaz interessante e até mesmo mais desenvolta que em <b>1.0</b>.</li>
<li>É em génese uma obra que procura estabelecer uma ponte entre duas realidades: tenta por um lado abarcar o seguimento do enredo presente em <b>Evangelion 1.0</b>, doando-lhe algum conteúdo da série original mas acrescentando-lhe por um intermédio de uma segunda via, novas personagens e com isto formulando-se o seguimento de um novo caminho dissonante do enredo original.</li>
<li>A acção decorre dinâmica, todo o campo técnico é de resto bastante vibrante e entusiástico! Muito ao género de <b>Code Geass</b> ou <b>Gundam </b>diria, sendo que a aproximação a estes géneros não é necessariamente negativa mas também não deixa de provocar um sintoma de estranheza no público: a essência de Evangelion pode estar a transformar-se. Na minha opinião, não necessitava daquilo que me parece uma tentativa de renovação, de colagem a contemporâneos de sucesso na procura por oferecer agora, um trabalho verdadeiramente independente.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKv27Y5Vj_J3k2aBJCAuIrTedlihIkNFJ4tc6JUGU3cFCU9TZ6rSngY2wvC2K8KmtQIKG_l_fDwbOiV5Z0NFbhl5bppcX3PjHOqW5vV7DvEXf2fZ4lh1Nw-7kpRLCVX-jEkmEndxaJNv0/s1600/eva+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKv27Y5Vj_J3k2aBJCAuIrTedlihIkNFJ4tc6JUGU3cFCU9TZ6rSngY2wvC2K8KmtQIKG_l_fDwbOiV5Z0NFbhl5bppcX3PjHOqW5vV7DvEXf2fZ4lh1Nw-7kpRLCVX-jEkmEndxaJNv0/s1600/eva+3.jpg" height="320" width="225" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo</span></span> (2012) - Mahiro Maeda apresenta-se como a novidade da orquestração, acompanhando os repetentes Hideaki Anno; Masayuki e Kazuya Tsurumaki.</div>
<div style="text-align: justify;">
Repetiu também sem sucesso a nomeação para a categoria de melhor filme de animação japonesa do ano.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Obra já totalmente divergente das séries anteriores, em quase todos os sectores. <b>Evangelion </b>cai a pique em essência: personagens, tempo e espaço, no próprio desenho e pior, no argumento que até aqui se mantivera impecável!</li>
<li>As personagens novas não resultam, por um simples facto: Evangelion sempre foi um trabalho que apesar de se centrar no egocentrismo de Shinji sempre abriu espaço para desenvolver as personagens coadjuvantes, espaço esse possibilitado pela dimensão do trabalho original que em dimensão cinematográfica não encontra obviamente o necessário paralelismo - assumia-se como uma necessidade imperativa o desenvolvimento das novas personagens, algo que acabou por ser totalmente descurado por um argumento perdulário que nunca se soube definir, ora perdendo-se por entre a crise existencial de Shinji, por entre um tempo e espaço que formulam uma nova realidade completamente estranha à plateia; por um mundo completamente caótico e longe dos vislumbres anteriores de subsistência.</li>
<li>O argumento apresenta uma índole enigmática, novos elementos de conduta, oferece algumas respostas ao desbarato mas falha no desenvolvimento das novas questões. Apresenta <b>3.0</b> pontos de vulnerabilidade textuais nunca anteriormente descortinados - uma novidade infeliz face à matriz que lhe deu forma.</li>
<li>O próprio desenho surge estranho, desvirtuando cores que nos habituaram mas desvirtuando sobretudo o traço de personagens centrais. Continua no entanto presente uma dinâmica de acção apelativa e um sonoro de igual nível. A história é sem dúvida o maior elemento de decepção - <b>3.0</b> não é ainda assim um trabalho mau...simplesmente não soube fazer justiça aos seus antecessores que nos habituaram a uma qualidade de excelência. Temos em suma a crise existencial de Shinji, que não procura responder a porquês anteriores (como o porquê de assumir determinada responsabilidade) mas que procura desfazer erros anteriores e cuja responsabilidade enverga dimensão suficiente para naufragar a própria humanidade enquanto raça.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRUc9og8cHNVViWSnL_oCe4_71uoBGKnNKWVOCT_TdWFVQJ5RSWYIJRvbQQu5otfLYzPSpiGB3ALAbXaePbD6veligEGQbLULVJ_ZDg4XXhCaI02MctRoUSRh7rN6JDNpZ9sZxVKht4Yo/s1600/paprika.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRUc9og8cHNVViWSnL_oCe4_71uoBGKnNKWVOCT_TdWFVQJ5RSWYIJRvbQQu5otfLYzPSpiGB3ALAbXaePbD6veligEGQbLULVJ_ZDg4XXhCaI02MctRoUSRh7rN6JDNpZ9sZxVKht4Yo/s1600/paprika.jpg" height="320" width="235" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Paprika </span></span>(2006) - Obra de Satochi Kon.</div>
<div style="text-align: justify;">
Arrecadou troféus e nomeações por entre vários certames de renome, como o Festival de Cinema de Veneza ou, até mesmo, no certame português Fantasporto.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Poderia começar por elevar diversos elementos de interesse manifesto mas acabo por optar pela banda sonora - absolutamente fantástica! Susumu Hirasawa esteve simplesmente impecável na concepção da OST, a qual soube desdobrar-se por entre acordes de suspense, por entre apelos enigmáticos referentes à psique humana, ou simplesmente por entre a acção frenética que a fantasia por vezes contém.</li>
<li><b>Paprika </b>como já dei a entender, pontua em variados eixos - um dos mais proeminentes claramente o literário: um argumento enigmático, profundo capaz de colocar as nossas emoções em suspenso mas também e talvez acima de tudo, psicológico. <b>Paprika </b>incide na conquista da ciência relativamente ao último reduto do Homem: a sua imaginação, o seu inconsciente, os seus sonhos! O domínio científico gerará por seu turno reacções de diversos foros doutrinários, instalando-se primeiramente uma ameaça que aparenta punir os cientistas que conquistaram este reduto humano e escalando depois rapidamente para uma ameaça à escala global.</li>
<li>O desenho não será dos mais sumptuosos que muitos terão a oportunidade de visualizar, mas não deixa de envergar uma paleta que consegue bons contrastes e um traço que apesar de tudo cumpre os serviços mínimos.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYOnTpP2y19YjTnQ-8gGfB6z5j7uxLdHQ6k2RGkT8D3X6po4Rr71PNkeDObNxoexa7XuE4gJQfy_9JbWlIvrabVIAnc9MU-wwiOuI4yqCm8NY1L6HJNbfKiibkLmpWqBwiB0a_qe7xhIY/s1600/ninja.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYOnTpP2y19YjTnQ-8gGfB6z5j7uxLdHQ6k2RGkT8D3X6po4Rr71PNkeDObNxoexa7XuE4gJQfy_9JbWlIvrabVIAnc9MU-wwiOuI4yqCm8NY1L6HJNbfKiibkLmpWqBwiB0a_qe7xhIY/s1600/ninja.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Ninja Scroll</span></span> (1993) - Yoshiaki Kawajiri ao lado de Kevin Seymour conduzem a orquestração.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Deste bloco claramente o mais díspar em género, dado que tanto <b>Evangelion </b>como <b>Paprika </b>se assumem claramente como abordagens bem mais psicológicas. O género assume-se então enquanto acção/aventura, bem ao género daquilo que o início dos anos 90 então oferecia. É pois perceptível a localização desta obra num outro tempo e é-lhe por isso devida uma contextualização mais condigna.</li>
<li>Surgem facilmente nesta altura animes como <b>Sailor Moon</b>, <b>Dragon Ball</b> ou até mesmo <b>Street Fighter</b> sendo que a animação privilegiava sobretudo sequência de acções, heróis místicos e vilões altamente demonizados. O padrão de <b>Ninja Scroll</b> não foge muito à época, dispondo de um herói com aquela típica face do rapaz que se "está nas tintas" para tudo e para todos mas que no devido momento não se recusa a enfrentar oito monstros enigmáticos, dotados de habilidades únicas -<b> Ninja Scroll </b>atinge aqui um pilar de apelo imediato.</li>
<li>Algumas boas sequências de acção presentes sobretudo no início do filme, sendo o embate de Jubei com Tessai o de maior relevo, também duração. Após a queda do primeiro dos oito monstros a acção deixa de ter tempo para desenvolver personagens, denotando-se algum desapontamento quando em cena os restantes combates. Não deixa Ninja Scroll de ser para a época um trabalho compreensivelmente carismático.</li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-72940178210402638672013-12-13T18:49:00.003+00:002013-12-13T18:51:47.459+00:00TV Series - Hail to the King GOT!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxMvLx68RTVWI5UJdC-E8ThlhdLVwVx5g0tuWPsfj_4fLt_xXEROwSfmQ111SGOv5BksWA1ExKqzFJOrXAWZO1-mZvNDK6JLOWgx-hnLQ-FwkItCZXWVcGI2N7OcW6v3kIX08X3shA4fg/s1600/gto+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxMvLx68RTVWI5UJdC-E8ThlhdLVwVx5g0tuWPsfj_4fLt_xXEROwSfmQ111SGOv5BksWA1ExKqzFJOrXAWZO1-mZvNDK6JLOWgx-hnLQ-FwkItCZXWVcGI2N7OcW6v3kIX08X3shA4fg/s1600/gto+3.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">Game of Thrones</span></span> (2011-2013, 3 temporadas) - Reconhece nos principais papéis Peter Dinklage; Lena Headey; Maisie Williams; Emilia Clarke e Kit Harington.</div>
<div style="text-align: justify;">
Conquistou 1 Globo de Ouro.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Tantas vezes
por aí se ouve dizer que os últimos são sempre os primeiros. Bem, neste caso
foi. A última série que visualizei este ano espetou muito provavelmente 10-0 a
qualquer série antecessora. Munida de uma dimensão artística e técnica de
elevado gabarito: conta com efeitos sonoros que em muito contribuíram para
adornar o ambiente cénico pretendido; conta com uma fotografia sublime, capaz
de repescar e contrastar as cores do deserto com o branco rigoroso do Norte;
conta com uma direcção artística impressionante, matriarca de conjuntos arquitetónicos
imponentes, belos e únicos; conta também com efeitos especiais de ponta; uma
caracterização e sobretudo um guarda-roupa magnífico que capaz é de se
desdobrar em múltiplas indumentárias altamente personalizadas; conta ainda com
uma banda sonora envolvente e também ela bastante aprimorada. Já deu para perceber até aqui que estamos diante um trabalho de nível excepcional.</li>
<li>Na representação não poderíamos esperar melhor: a quantidade e a qualidade
caminham aqui de mãos dadas – muitos actores carismáticos, capazes de nos
arrebatar pelas melhores (ou piores) razões! <b>GOT </b>constrói efectivamente muitas
personagens, estima-as, aproxima-nos das suas histórias e quando as tomamos por
família... devora-as obrigando-nos impotentes a assimilar todo um processo que se
revela bastante amargo. </li>
<li>A história
é perfeita na aglomeração de elementos de interesse, cruzando-os e expondo-os
nos devidos momentos, elevando ainda um grau de complexidade apelativa e ao
mesmo tempo inteligível. Dispõe personagens e reinos num tabuleiro de xadrez,
enuncia passados e descortina as articulações devidas para a seguir centrar
atenções nos vários dignatários de cada espaço, aprofundando personagens e
oferecendo como resultado todo um ambiente performativo contagiante e uma acção em constante transformação/rotação.</li>
<li>Ao fim de
3 temporadas, <b>GOT </b>mantém-se irredutível no que toca a qualidade – esta mantém-se,
sem enrolar para fins comerciais pois tanto tem o mundo de <b>GOT </b>para oferecer
que parar e estacionar seria simplesmente um acto criminal. Com conteúdo e
margem para mais trabalhos, <b>Game of Thrones</b> assume-se como um trabalho de excelência que
temporada após temporada assegura à sua audiência uma linearidade qualitativa
de louvar. Capaz de inserir novas personagens, novos espaços e novos actores
<b>GOT </b>renova-se sistematicamente mesmo desenvolvendo o enredo a uma velocidade
vertiginosa e gradualmente ÉPICA. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1m2MpfFqpFYil2IFch9574D7HwDEFrL3kmrHN4aPXyyq3CDz0bxbaafHUdJfOjv0pCXdHui0ch0tUr2w7RySIGw5e5dYvxVeDGR0PUgrC8I9ZEAfLgw17xlIVpNoTw0eSf3pZ8ojIzhQ/s1600/gooot.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1m2MpfFqpFYil2IFch9574D7HwDEFrL3kmrHN4aPXyyq3CDz0bxbaafHUdJfOjv0pCXdHui0ch0tUr2w7RySIGw5e5dYvxVeDGR0PUgrC8I9ZEAfLgw17xlIVpNoTw0eSf3pZ8ojIzhQ/s1600/gooot.jpg" height="221" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQyvjFBW4YE7XH4kea9yX089E9-SOTe1q8szFVsxnA8I0G1rM-HfVhG8HWu3AUgtQl41S4ZiIoAFOAHXdkzFEwxu-m1JgQXd-UXbsgRWfSA_dR4fR6UGuJo9RbBXhuQKNWLpC6uQqf6Zg/s1600/gooooot.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQyvjFBW4YE7XH4kea9yX089E9-SOTe1q8szFVsxnA8I0G1rM-HfVhG8HWu3AUgtQl41S4ZiIoAFOAHXdkzFEwxu-m1JgQXd-UXbsgRWfSA_dR4fR6UGuJo9RbBXhuQKNWLpC6uQqf6Zg/s1600/gooooot.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK1Ges8-QR7WjXDUwQDnDAK33YjB1zoebWxrRo-UJr4y5jvjE_3YgPzVUv9mfdWUtJZNZy6lgIEQwKEiPGymYQGD0x8QNzW72W1xrPsiJwuNnvv-_-t07mwGpF3PqJnFjKLUUWDqsRmjA/s1600/goooot.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK1Ges8-QR7WjXDUwQDnDAK33YjB1zoebWxrRo-UJr4y5jvjE_3YgPzVUv9mfdWUtJZNZy6lgIEQwKEiPGymYQGD0x8QNzW72W1xrPsiJwuNnvv-_-t07mwGpF3PqJnFjKLUUWDqsRmjA/s1600/goooot.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Game of Thrones</span> - <span style="color: #674ea7;"><b><span style="font-size: x-large;">10</span></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_1307984406"></span><span id="goog_1307984407"></span><span id="goog_1307984408"></span><span id="goog_1307984409"></span></span></li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-30482562090522968042013-12-12T20:17:00.001+00:002013-12-12T20:17:50.452+00:00Tv Series - Walking Dead<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiJPEay5A7SmZxxU7UHNG5U6qdA9RZlfzd3WZEQWmlLbojDotCwP9WMhiMokf4ENjUQ-RjODrv2mRiyOSdjzbTtgHBazQh7zkGTf5q0B3tSwOxpBFIr3z6BvJ9Q0WD8-OjoJX720QI9vo/s1600/wd.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiJPEay5A7SmZxxU7UHNG5U6qdA9RZlfzd3WZEQWmlLbojDotCwP9WMhiMokf4ENjUQ-RjODrv2mRiyOSdjzbTtgHBazQh7zkGTf5q0B3tSwOxpBFIr3z6BvJ9Q0WD8-OjoJX720QI9vo/s1600/wd.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">Walking Dead</span></span> (2010-2013, 3 temporadas) - Criado pelo conceituado Frank Darabont. Escolheu como principais rostos Andrew Lincoln; Jon Bernthal e Sarah Wayne Callies.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Tudo o que
mexe com a mística da morte despoleta a curiosidade de muitos, sobretudo o possível regresso
do Homem para lá desse estado tido como definitivo. Quer enquanto vampiros, quer enquanto
zombies ou fantasmas, esta é uma temática que se bem explorada conquista a plateia. Foi por
isto mesmo que parti para <b>Walking Dead</b> com a segurança de que iria ser
absorvido para uma aventura daquelas. O resultado? Estava certo, <b>WD </b>cumpriu e
até convenceu... mas não tanto assim.</li>
<li>A primeira
<i>season</i>, projeto ainda piloto, estreia com 6 episódios enigmáticos, de andamento
rápido e com o enredo suficiente para arrecadar audiências. Seguem-lhe no
entanto duas outras temporadas, dobradas em número de episódios – muitos terão
ficado extasiados com isto, eu nem tanto. É que <b>WD </b>perdeu dinamismo, começou aqui
e ali a enrolar, estagnou nos espaços cénicos e por vezes ofereceu mesmo ao
espectador episódios maçudos e com défices manifestos de acção. De temporada
para temporada, <b>WD </b>perdeu fulgor.</li>
<li>Não
obstante, <b>WD </b>continua ainda assim a ser uma série aliciante, repleta de suspense
e com uma dimensão técnica e artística bastante forte: joga bem a fotografia e
obviamente as aqui imprescindíveis, caracterização e direcção artística.</li>
<li>O sucesso
de <b>Walking Dead</b> ombreou em 2013 com, por exemplo,<b> Game of Thrones</b> e muitas
comparações foram efectuadas (não no que toca ao conteúdo) mas relativamente ao
trato dado à construção de personagens e à forma como estas tão prematuramente
morrem – <b>WD </b>e <b>GOT </b>seguem semelhante padrão de actuação mas com direcções
diametralmente opostas: <b>Game of Thrones </b>desvenda personagens deliciosas,
compele a plateia a gostar destas antes de as aniquilar…já <b>WD</b> compele a
audiência a odiar as suas personagens antes de (ou até) lhes colocar um ponto
final. Todavia e, quanto a mim, é impossível estabelecer uma comparação entre
as personagens de <b>Walking Dead</b>, entre os actores que lhes dão expressão e entre
os homónimos que dão forma às personagens de <b>GOT </b>– o fosso é dantesco! A
diferença de capacidade e de carisma é substancial, perdendo <b>WD </b>claramente
nesse campo.</li>
<li>Não deixou
por isso <b>Walking Dead</b> de ser a minha segundo escolha, entre o grupo de seis
eleitas. O ambiente é envolvente, tem os condimentos necessários ao género e no
cômputo geral é um trabalho de qualidade. Por fim, o enredo é ainda uma incógnita, pois
muito há para explorar (contar) embora os criadores da série venham a seguir
claramente um caminho que não vai ao encontro de explanações, enveredando
apenas por uma luta pela sobrevivência num Mundo cujo contexto se tornou assim,
porque sim. Não deixa esta abordagem de ser uma aposta segura e
fácil. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></li>
</ul>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYzEsrs7wO6u124QG8gOp6P183klez1uM_6WF0nX1AjQ_CBfMWj23SpqiwuTDCK2xgVmekRQuCU-huJjLVgu8FdI-M9G0k2P9MFKaEQqJ-uzNjbaTc3G9M4LlKWIX7R25QRpXDPgzZ4DM/s1600/wd+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYzEsrs7wO6u124QG8gOp6P183klez1uM_6WF0nX1AjQ_CBfMWj23SpqiwuTDCK2xgVmekRQuCU-huJjLVgu8FdI-M9G0k2P9MFKaEQqJ-uzNjbaTc3G9M4LlKWIX7R25QRpXDPgzZ4DM/s320/wd+2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Walking Dead</span> - <span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;"><b>8</b></span></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-87790457744835696242013-12-12T14:12:00.003+00:002013-12-12T14:12:52.007+00:00TV Series - Revenge e Glee<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNTsGcnJHVeWOPHkxHwHwKxNEu4Rd0fhre4JQ1nEOd2GWbwAfwGMpiCdNKrLw6a8jtBQ-76Z312eieJZwyhm-WHEIin1pY-KDHPl6-fOTkcK8AuCwZfsdY9O84DNfINeR-RuyHxq6BfGg/s1600/revenge.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNTsGcnJHVeWOPHkxHwHwKxNEu4Rd0fhre4JQ1nEOd2GWbwAfwGMpiCdNKrLw6a8jtBQ-76Z312eieJZwyhm-WHEIin1pY-KDHPl6-fOTkcK8AuCwZfsdY9O84DNfINeR-RuyHxq6BfGg/s1600/revenge.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">Revenge </span></span>(2011-2013, 3 temporadas) - Conta com Madeleine Stowe; Emily VanCamp e Gabriel Mann enquanto actores principais.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li><b>Revenge </b>foi
uma das maiores surpresas de 2013: a sua visualização surge quase como por mero
acaso e assumia-se então como uma total incógnita. Centra atenções numa heroína - bela, inteligente e poderosa - cujo máximo intento é o de obter vingança contra uma das mais influentes famílias dos Estados Unidos. Considerando estes elementos, compreendemos desde logo que <b>Revenge </b>privilegia o género feminino enquanto público-alvo. </li>
<li>O argumento é um dos grandes pilares de todo este trabalho: bem manejado, repleto de intrigas e trilhos imprevisíveis que aguçam o paladar óptico da plateia.</li>
<li>É talvez das seis séries visualizadas este ano a que mais aposta no campo humano em detrimento do técnico, campo que suporta o trabalho global a partir da periferia sem oferecer recursos com demarcada exuberância.</li>
<li>À semelhança do argumento, é o campo da representação que se assume como um dos elementos primordiais, proporcionando um desfile de actores cujos desempenhos são bastante interessantes. </li>
<li>De índole intensa, misteriosa e dinâmica <b>Revenge </b>perde no entanto valorização nestes condimentos de temporada em temporada - é já notável como a terceira temporada é incapaz de evitar uma latente dispersão e enrolamento do conteúdo disposto.</li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEy0OXWV6FNHm0p-6SYY4Ue8oJVkkhgfD88hARlzo1pWG8ffXUoXyUSPYCUD2ZPqodZzN0oRejAlpr5tN_zTMJ7Cw27Pc4HzraYjsEpGnMDITcXijjcJYZpMGwFat9Yei_aEfLdQJsL-4/s1600/gleeee.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEy0OXWV6FNHm0p-6SYY4Ue8oJVkkhgfD88hARlzo1pWG8ffXUoXyUSPYCUD2ZPqodZzN0oRejAlpr5tN_zTMJ7Cw27Pc4HzraYjsEpGnMDITcXijjcJYZpMGwFat9Yei_aEfLdQJsL-4/s1600/gleeee.jpg" /></a></div>
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">Glee </span></span>(2009-2013, 4 temporadas) - Lea Michele; Jane Lynch e Matthew Morrison nos principais papéis.<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li>Das seis
séries este ano visualizadas esta era a única que assumia continuidade face ao ano
anterior e como tal já não apresentava surpresas. Cabia-lhe a tarefa de apresentar novidades e pontos de renovado interesse mas de facto toda
a estrutura apresentou mais do mesmo, ainda que considerando a cisão provocada pelos
estudantes emancipados face ao seu colégio transato. O enredo dispõe então dois
caminhos repletos de pontos convergentes: um segue no encalço de Rachel Berry em
Nova Iorque e no seu esforço por singrar no meio artístico; o outro mantém como
centro de foco o clube Glee e repete o percurso deste rumo aos <i>Sectionals
</i>e <i>Nationals</i>.</li>
<li><b>Glee </b>enquanto
produto artístico oferece <i>covers </i>verdadeiramente interessantes no âmbito
musical, caminhando de mãos dadas boas interpretações com coreografias
dinâmicas e elementos cénicos adequados. Um<i> must see</i> neste campo, I'll give you that.</li>
<li>No entanto
perde profundidade em todos os demais campos, encontrando-se o seu maior ponto
de vulnerabilidade no argumento (o qual já cruzou e rodou todas as personagens).
Sendo um trabalho que toma como público-alvo os mais jovens, centra
constantemente várias temáticas em problemas que podem assolar o meio juvenil
mas nem neste elemento estrutural consigo encontrar a profundidade devida.</li>
</ul>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwRK0EmhtnBDVDDKl7GYuJIuHPsiojwT3joCklPQbhGeiCVqHeldhOz4mEeZ3dmxDBCMMTghdbArCTq-9EELT_68Rs2lmDvXRE38hSPGeKJQHL2JbNVRw8n6EuUBZyiH5YcKpf7ZpX2o/s1600/revenge+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRwRK0EmhtnBDVDDKl7GYuJIuHPsiojwT3joCklPQbhGeiCVqHeldhOz4mEeZ3dmxDBCMMTghdbArCTq-9EELT_68Rs2lmDvXRE38hSPGeKJQHL2JbNVRw8n6EuUBZyiH5YcKpf7ZpX2o/s320/revenge+2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Revenge </span>- <span style="color: #674ea7;"><b><span style="font-size: x-large;">7</span></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_WiMMi8SjR8klLSzkH_iv_2eTnJLUuKFwWGJD72SyQk9XbCEVqi2P7X0cNyuTE72Sd-wwNIlKX8hyF8J0L6Lo9SA0PFy3l1WgbH3q6WXFu_jcCbwRbCwRWStZ0_c74m7ydHF_4WjYh8/s1600/glee3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji_WiMMi8SjR8klLSzkH_iv_2eTnJLUuKFwWGJD72SyQk9XbCEVqi2P7X0cNyuTE72Sd-wwNIlKX8hyF8J0L6Lo9SA0PFy3l1WgbH3q6WXFu_jcCbwRbCwRWStZ0_c74m7ydHF_4WjYh8/s320/glee3.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Glee </span>- <span style="font-size: x-large;"><span style="color: #674ea7;"><b>6</b></span></span></td></tr>
</tbody></table>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-12489933588647587662013-12-12T00:20:00.001+00:002013-12-12T00:30:48.633+00:00TV Series - Vampire Diaries Vs True Blood<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAfY_zNHZ8G1i2f13tjU_fGFzNXiqVipldK6sQFgD55zN67ydKO0i3iIJ6mXC7V23v-A9s3Tp0WDT-55oL4HZInEb60xnQb8xhHKKb-uFR_E03Mehl6LShEDR7bbm8tzjlQvf60bOTrcI/s1600/VD.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAfY_zNHZ8G1i2f13tjU_fGFzNXiqVipldK6sQFgD55zN67ydKO0i3iIJ6mXC7V23v-A9s3Tp0WDT-55oL4HZInEb60xnQb8xhHKKb-uFR_E03Mehl6LShEDR7bbm8tzjlQvf60bOTrcI/s320/VD.jpg" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">Vampire Diaries</span></span> (2009-2013, 4 temporadas) - Nina Dobrev; Paul Wesley e Ian Somerhalder em destaque no <i>cast</i>.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Principiei a
minha maratona de séries este ano com <b>Vampire Diaries</b>, assumindo o meu apreço
pela mística vampírica. Encontrei desde o primeiro episódio um trabalho sem a
dádiva da originalidade, uma obra que se limitava a seguir uma moda que
assegurava desde logo, audiências. A colagem a <b>Twilight </b>é em todos os sentidos
estruturais, óbvia. Elena Gilbert é uma autêntica Bella Swan e todo o enredo segue
a problemática de uma jovem cobiçada por dois homens – substitui-se o lobo por
um outro vampiro e promove-se um trabalho de cosmética mas o eixo estrutural
não se altera.</li>
<li>Ainda assim e, para minha surpresa, a primeira temporada de <b>VD</b> é absolutamente
arrebatadora: intensa, carismática revolvendo em torno de figuras apelativas e
cujas interações estão bem articuladas. Os actores ainda que sem desempenhos
manifestamente interessantes apresentam carisma e isso é suficiente para
conceder à serie a solidez desejada.</li>
<li>A aposta envereda por um ambiente direcionado para os <i>teenagers </i>sendo esse o público
preferencial e faz justiça à mística vampírica quando entra em cena o campo
sonoro – as OSTs encaixam nos estereótipos depressivos muitas das vezes
associados aos jovens adeptos deste género de ficção.</li>
<li>Emprega efeitos técnicos e sonoros que cumprem os serviços mínimos mas nenhum dos seus
demais campos cinematográficos constituintes apresenta traços exuberantes. Incide,
quanto a mim, a aposta de <b>VD</b> no seu <i>cast </i>e numa aproximação estrutural ao
sucesso comercial que foi <b>Twilight</b>.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI-VJvj3xfm6qOZGBohg8zy26DVlOkpgz-lk8XtMJAnADOJfs-A8aNi70huBGkNBZoR4oTqPmYJeMfExiSJ023xZWMYwLT0RnI_UTia9M_hA4sdBJxkUR8HepTykgCGX3I6cOFemzze0g/s1600/TB.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI-VJvj3xfm6qOZGBohg8zy26DVlOkpgz-lk8XtMJAnADOJfs-A8aNi70huBGkNBZoR4oTqPmYJeMfExiSJ023xZWMYwLT0RnI_UTia9M_hA4sdBJxkUR8HepTykgCGX3I6cOFemzze0g/s1600/TB.jpg" /></a></div>
<span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;">True Blood</span></span> (2008-2013, 6 temporadas) - Anna Paquin; Stephen Moyer e Sam Trammell centrando o foco do campo performativo.<br />
<ul style="text-align: justify;">
<li><b>True Blood</b> surgiu no presente ano de 2013 como a quinta e penúltima série em visualização.
A curiosidade era elevada após concluída a quarta temporada de <b>Vampire Diaries</b>
e seis era o número de temporadas que me aguardava <b>True Blood</b>.</li>
<li>À semelhança de <b>VD</b>, <b>TB</b> procurou beber da moda em curso, utilizando de igual modo
a matriz empregue em <b>Twilight </b>mas com diferenças pertinentes: é audaz
na abordagem, promovendo um contexto distinto, quer ao nível da
contextualização social dos vampiros quer ao nível da formulação de personagens
– as quais são muito personalizadas e afastadas da corrente estereotipada
empregue noutros trabalhos (o que não invalida a associação à temática disposta
de todo um outro conjunto de estereótipos – ainda assim, bem mais humanos.) Os
próprios actores são mais graúdos e menos cingidos aos padrões de juventude e
de beleza.</li>
<li>Partiilha como já disse, a matriz das outras duas obras supramencionadas: uma mulher que
por alguma razão tem mel e é capaz de colocar todas as demais imponentes
criaturas aos seus pés. O conceito apela portanto, a um público mais feminino o
que não será dissonante de <b>Twilight </b>ou de <b>Vampire Diaries</b>. Promove-se no entanto
um contacto com a carne bem mais efectivo, assumindo <b>TB</b> uma carga erótica
acrescida e rodando a sua protagonista (Sookie Stackhouse) por vários pénis – o que
lhe poderá também aqui dar um estatuto completamente distinto.</li>
<li>No campo
técnico <b>TB</b> apresenta um poder de fogo que na minha óptica se superiorizou ao
apresentado pelo seu homónimo <b>VD</b>. Na representação a sua supremacia não se viu
no entanto consumada, mesmo com uma Anna Paquin claramente num outro patamar
que não acessível ao triângulo principal disposto por <b>VD</b>: Bill e Eric são
defendidos claramente uns quantos furos abaixo, vulnerabilizando o <i>cast</i>. Por
outro lado, se no campo performativo <b>VD</b> não apresenta nada de interessante, a
solidez carismática de alguns dos seus actores é suficiente para relegar a
qualidade de Anna Paquin num segundo plano, dadas as insuficiências dos seus
coadjuvantes. </li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Em termos
estruturais, tanto <b>VD </b>como <b>TB </b>têm prós e contras curiosamente bastante
distintos: cada temporada de <b>TB </b>utiliza o mesmo padrão, uma primeira metade de
<i>season </i>com um andamento rápido e repleto de elementos que conseguem renovar a
série, sendo esta uma constante em qualquer uma das suas seis temporadas –
todavia os últimos episódios de cada uma destas temporadas perdem fulgor, o
clímax é atingido demasiado cedo e todo o Norte parece fugir ao enredo que se
vê perdido por entre uma bússola que magnetizada se revela inoperável. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Já <b>Vampire
Diaries</b> tem um início fulgurante mas perde dimensão de temporada em temporada,
enrolando cada vez mais sendo que a quarta temporada surge claramente em
quebra: dá-se uma descondensação gradual do conteúdo visando prolongar apenas o
valor comercial do trabalho – a inexistência de elementos suficientemente
capazes de renovar a série só se podem traduzir numa baixa qualitativa óbvia.
Ainda assim, no que toca à estruturação de cada temporada em si, poder-se-á
dizer que estas são homogéneas, apresentando os pontos climáticos nos devidos
momentos e não se atingindo um <i>season finale </i>completamente atabalhoado.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvn7J4dXzSWooK2JhuvGp61ZYZx-dAPNwg5C2suT8rMYgm0tP9Ls_S234hszHgQ4q0P5HR_7nQKxKA3BqeUE1Jn24SPKXEzy2xR3bg1lP537nNjpIcigeGWDhpueD0RMTlCsPrM5Xa_-8/s1600/VD1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvn7J4dXzSWooK2JhuvGp61ZYZx-dAPNwg5C2suT8rMYgm0tP9Ls_S234hszHgQ4q0P5HR_7nQKxKA3BqeUE1Jn24SPKXEzy2xR3bg1lP537nNjpIcigeGWDhpueD0RMTlCsPrM5Xa_-8/s1600/VD1.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">Vampire Diaries</span></b> -<b><span style="color: #674ea7;"><span style="font-size: x-large;"> 7</span></span></b> </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioqLUuB7r92cyD-8kB273Vi2SgvatsMKuT9k88ol06mteCbZGTLzuQROeQ2coNTiD8uhB_-6vzHc_xmyXzKVzMnOKHer62V3jcDTCHdgx64U0RfjgPSBE-9lTo_nJ2K0N-QsPu65h3L3Y/s1600/TB1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioqLUuB7r92cyD-8kB273Vi2SgvatsMKuT9k88ol06mteCbZGTLzuQROeQ2coNTiD8uhB_-6vzHc_xmyXzKVzMnOKHer62V3jcDTCHdgx64U0RfjgPSBE-9lTo_nJ2K0N-QsPu65h3L3Y/s320/TB1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">True Blood</span></b> - <span style="color: #674ea7;"><b><span style="font-size: x-large;">7</span></b></span></td></tr>
</tbody></table>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-20458631550411393252013-11-05T21:11:00.003+00:002013-11-06T00:18:22.858+00:00Cinema Europeu - Ranking<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><b>RANKING ACTUAL</b> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcM_TdZpG5ihUw8iEpSgHuUJ6L-TWbJ3aJr1c58aigonIEpEj_a4tjGSi7fuCRdN3ImUVKJV7PmqOU87UqbJgzDPqjmhh_lgtkRhZk8T2uObbkGSyymFgcSbZg__YFy6mF7QmMMutc_fo/s1600/aaaaaaaa+A.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="441" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcM_TdZpG5ihUw8iEpSgHuUJ6L-TWbJ3aJr1c58aigonIEpEj_a4tjGSi7fuCRdN3ImUVKJV7PmqOU87UqbJgzDPqjmhh_lgtkRhZk8T2uObbkGSyymFgcSbZg__YFy6mF7QmMMutc_fo/s640/aaaaaaaa+A.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span style="color: #990000;"><span style="font-size: large;"><span lang="EN-US">01- Cinema Paradiso (1988)</span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">02- The Good, the Bad & The Ugly (1966)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">03- Once Upon a Time in America (1984)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">04- Le Fabuleux Déstin d'Amelie (2001)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">05- Once Upon a Time in the West (1968)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">06- The Pianist (2002)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">07- Dogville (2003)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">08- La Vita è Bella (1997)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">09- El Laberinto del Fauno (2006)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">10- Volver (2006)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ5xnb9rQeAOFxa3mKcpdnDb_0k7ITCmp9OeQ1S8oePJts9335vz_EULbB5PoIVlmjZaBRjyaHpAD-x-d4X0WS7yM6PMFdTEBubQw74wRSFXd3OL7AEMy7F1iQKB5aIHIRmXG5gRaMNk8/s1600/aaaaaaaaaaa+B.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ5xnb9rQeAOFxa3mKcpdnDb_0k7ITCmp9OeQ1S8oePJts9335vz_EULbB5PoIVlmjZaBRjyaHpAD-x-d4X0WS7yM6PMFdTEBubQw74wRSFXd3OL7AEMy7F1iQKB5aIHIRmXG5gRaMNk8/s640/aaaaaaaaaaa+B.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">11- No Man's Land (2001)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">12- Black Book (2006)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">13- M (1931)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">14- Amarcord (1973)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">15- Zorba, the Greek (1964)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">16- Todo Sobre Mi Madre (1999)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">17- Viridiana (1961)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">18- Maléna (2000)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">19- Trois Couleurs: Rouge (1994)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">20- Trois Couleurs: Blanc (1994)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSpx8tl-MOb7zo17AzTUQEFN9Gnok5L0Erwuf3Np_Am48Ajli5Bq1amRBZI-oA7di8WyTCMg7w4nWp8jw0eqNCK6rrBpNll8P3cBUHSqAu-2HnapfUPvE5PWV5y1LEyDjNTccaIqgsSts/s1600/aaaaaaaaaaaaaaa+C.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSpx8tl-MOb7zo17AzTUQEFN9Gnok5L0Erwuf3Np_Am48Ajli5Bq1amRBZI-oA7di8WyTCMg7w4nWp8jw0eqNCK6rrBpNll8P3cBUHSqAu-2HnapfUPvE5PWV5y1LEyDjNTccaIqgsSts/s640/aaaaaaaaaaaaaaa+C.png" width="640" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">21- The Shop on the Main Street (1965)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">22- Léon (1994)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">23- Mar Adentro (2004)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">24- Moscow Does Not Believe in Tears (1980)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">25- A Trip to the Moon (1902)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">26- La Dolce Vita (1960)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">27- Trois Couleurs: Bleu (1993)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">28- Downfall (2004)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">29- Run Lola Run (1998)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">30- Metropolis (1927)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Q557iFmszSeGzr38xj6y89Qw5RLslP4qu0mOGZ1BQBYpcYWzf46NKb1IedqB9anvnWYHvl8hgzYz1U0rl7sI0-tStR6PXKzIT8soA4do8mMewnptqMzqLx3f3UCrUb2I_inbQ0E_3Tk/s1600/aaaaaaaaaaaaa+D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Q557iFmszSeGzr38xj6y89Qw5RLslP4qu0mOGZ1BQBYpcYWzf46NKb1IedqB9anvnWYHvl8hgzYz1U0rl7sI0-tStR6PXKzIT8soA4do8mMewnptqMzqLx3f3UCrUb2I_inbQ0E_3Tk/s640/aaaaaaaaaaaaa+D.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">31- The Seventh Seal (1957)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">32- Hable Con Ella (2002)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">33- For a Few More Dollars (1965)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">34- The Lives of Others (2006)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">35- Mr. Nobody (2009)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">36- 4 Months, 3 Weeks, 2 Days (2007)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">37- La Régle du Jeu (1939)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">38- Irréversible (2002)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">39- Dersu Uzala (1975)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">40- Closely Watched Trains (1966)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy9Kbl23DTo2c7W1dy8H_TdkC_dDfI7_5EH4f5UX2M9IFhRQiPgzRG5O1TcPS3AIfiMR19K17ZWZbwC-FqUHM6ryTfMuC_xZzrliZsOvigLg4F9CcOOEeCZSc0m8kKTBN6tA0KRkKdbu8/s1600/aaaaaaaaaaaa+E.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy9Kbl23DTo2c7W1dy8H_TdkC_dDfI7_5EH4f5UX2M9IFhRQiPgzRG5O1TcPS3AIfiMR19K17ZWZbwC-FqUHM6ryTfMuC_xZzrliZsOvigLg4F9CcOOEeCZSc0m8kKTBN6tA0KRkKdbu8/s640/aaaaaaaaaaaa+E.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">41- A Fistful of Dollars (1964)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">42- Festen (1998)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">43- Fanny & Alexander (1982)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">44- The Counterfeiters (2007)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">45- Amour (2012)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">46- Maria Papoila (1937)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">47- Viaggio in Italia (1954)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">48- The Passion of Joan of Arc (1928)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">49- Let the Right One In (2008)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">50- A Canção de Lisboa (1933)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9uv14J8vTkrMqlKHN_8m28FOgWSWNK61Va7tHg74gHPBOFODowSvvjqIYnndnBVyA1kcwUPrEc9bYHqxU7lVTjcFwMF6z1k3rJmrA5r3XY4pwmW8usy-zQRD5yH3Dpic2m0toBjY0YVQ/s1600/aaaaaaaaaaaa+F.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9uv14J8vTkrMqlKHN_8m28FOgWSWNK61Va7tHg74gHPBOFODowSvvjqIYnndnBVyA1kcwUPrEc9bYHqxU7lVTjcFwMF6z1k3rJmrA5r3XY4pwmW8usy-zQRD5yH3Dpic2m0toBjY0YVQ/s640/aaaaaaaaaaaa+F.jpg" width="640" /></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">51- Cyrano de Bergerac (1990)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">52- Ilektra (1962)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">53- Mephisto (1981)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">54- War and Peace (1966)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">55- Kanal (1957)</span></span></div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-21296118152436664582013-11-05T20:00:00.000+00:002013-11-05T20:00:11.593+00:00Cinema Europeu - Fechar com Chave D'Ouro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9fzOT9RHxv42lqDjTw-jJeKBeAYz8wAGd7Rzf2X9eel9Sti24hvBEk8qn_FbXadqkFejahz_nc75Agn7boUFA1_4uKTt_KshTOeuKqQZ5g7xczlLUWRH3a_nBSx4YpNMP1sWdDrmpHcw/s1600/fim+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9fzOT9RHxv42lqDjTw-jJeKBeAYz8wAGd7Rzf2X9eel9Sti24hvBEk8qn_FbXadqkFejahz_nc75Agn7boUFA1_4uKTt_KshTOeuKqQZ5g7xczlLUWRH3a_nBSx4YpNMP1sWdDrmpHcw/s320/fim+1.jpg" width="212" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">The Pianist</span></span> (2002) - Dirigiu Roman Polanski. Conta com Adrien Brody; Thomas Kretschmann e Frank Finlay nos principais papéis. </div>
<div style="text-align: justify;">
Venceu três estatuetas douradas de Hollywood, entre sete nomeações. Recolheu numerosas honras, destacando-se a vitória nos BAFTA ou a recolha da Palme d'Or.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li> Um filme
proveniente do verdadeiro coração da europa, envolvendo o grosso da placa
central do continente europeu (sobretudo França, Alemanha e Polónia). Também notavelmente um filme de outros recursos e
para muitos o justo vencedor dos Óscares (derrotado neste ano pelo Chicago). Envolve um
vasto figurino, uma banda de sonora que emana charme, uma fotografia com um
pendor artístico muito interessante, um argumento que consegue facilmente reter
e apelar ao interesse da plateia. Detém ainda um som mais forte, uma caracterização, um
guarda-roupa e uma direcção artística de níveis claramente não devedores em nada
face ao praticado nos melhores trabalhos estadunidenses.</li>
<li>A Segunda Guerra Mundial rasgou fundo na psíque europeia, constituindo um dos momentos
mais tenebrosos da sua história e também do mundo. Por tudo isto conjuga desde
logo um contexto temático
que usado e abusado, não cansa. Munido de um tema
forte foi bom o trabalho em torno dos diálogos e de toda a mancha
textual
presente, tendo sido a base de uma excelente prestação oferecida pelo
campo performativo: Adrien Brody assume-se como um senhor mas também as
personagens circundantes souberam-se encontrar e contribuir em qualidade
para o
resultado global. </li>
<li>Roman
Polanski coordena magistralmente um trabalho tenso, pausado e sem grande acção
por entre uma dimensão temporal considerável e ainda assim fá-lo sem em momento
algum entediar o público. A proximidade da objectiva é uma evidência, esta de
mãos dadas com uma iluminação cénica que concede ao ambiente uma aura muito
única e especial. </li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Claramente
para mim um dos pedaços cinematográficos mais fortes que a Europa formulou até
à data neste novo milénio, mesmo cotando-se o labor britânico (não incluído nas
abordagens que tenho efectuado ao Cinema Europeu).</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh66t-LuswDi4PRwKX_KhyphenhyphenLb38MpwbCoCzOYn6hjbK8Mrj0PrtPvzVpnpZikPpblk5kTdQ116ox6DkQsxYR4p9d1mV3Bv8N3D9kfpRboIyHMxQGSHQ6LQuheRToYE_dn31CQQeGJwi8eGw/s1600/fim+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh66t-LuswDi4PRwKX_KhyphenhyphenLb38MpwbCoCzOYn6hjbK8Mrj0PrtPvzVpnpZikPpblk5kTdQ116ox6DkQsxYR4p9d1mV3Bv8N3D9kfpRboIyHMxQGSHQ6LQuheRToYE_dn31CQQeGJwi8eGw/s1600/fim+2.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Maléna </span></span>(2000) - Trabalhos de realização e adaptação a cargo de Giuseppe Tornatore, estrelando Monica Bellucci; Giuseppe Sulfaro e Luciano Federico.</div>
<div style="text-align: justify;">
Recolheu várias nomeações nos cenários de premiação cinematográfica de maior relevo, sobressaindo as duas nomeações consideradas por Hollywood.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Abri esta
empreitada de cinematografia europeia com o <b>Cinema Paradiso</b> de Giuseppe
Tornatore e resolvi fechar com uma obra do mesmo homem. A sonoridade
melancólica volta a surgir, a temática de novo centralizada num jovem rapaz e
no seu processo de crescimento, sobretudo na exploração da sua sexualidade.
Maléna retrata para além da temática central enunciada, a crueldade de uma sociedade perante uma mulher “excessivamente”
bonita e capaz de destabilizar uma comunidade inteira mesmo que sem nada faça
por isso.</li>
<li>Maléna
oferece-nos uma aproximação a outros registos cinematográficos, miscigenados
com o imaginário de um adolescente e aqui de novo ressurge um cunho bem
característico dos trabalhos de Tornatore. A fotografia é excepcional e a
qualidade cénica regista um manifesto <i>upgrade </i>face ao <b>Cinema Paradiso</b> – o que é
manifestamente normal, dada a diferença de mais de uma década entre ambas as
obras.</li>
<li>Monica
Bellucci encarna de novo um papel que emana uma sensualidade exuberante e,
contida nos diálogos, faz magistral uso da expressividade corporal. Todo o
restante <i style="mso-bidi-font-style: normal;">cast</i> é de resto eficaz:
transformam as personagens secundárias do enredo apelativas e pilares de todo o
ambiente gerado.</li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Sem a
chama de<b> Cinema Paradiso</b>. Faltou qualquer coisa, talvez sobretudo uma
articulação química mais evidente entre as duas personagens principais, mas
talvez a discrepância de idades não o tenha permitido. Sobressai no entanto uma
cena, já próxima do final, verdadeiramente excepcional. Aproximo-a em muito ao
visto com Irene Papas em <b>Zorba, o Grego</b> – a frágil mulher… viúva… belíssima,
torturada pelo desejo lascivo de um bando de homens e também por um bando de
mulheres invejosas. A cena em que Maléna é espancada é simplesmente chocante,
arranca qualquer coisa de nós e incendeia também um ardor de revolta bem no
nosso âmago. É curioso referir que Monica Belluci se presta bastante a este
tipo de papéis, quer sensuais quer de mulheres violentadas (já no bloco "A Casta
Francesa", Bellucci é violentada em <b>Irréversible</b>). Referência também ainda para
a cena supramencionada: Se Tornatore se inspirou em Zorba para a sua concepção,
os argumentistas de uma novela da TVI limitaram-se a plagiar e a recolocar
Alexandra Lencastre no papel de Bellucci. Lembro-me que na altura fiquei
pasmado com o brilhantismo e com a audácia da televisão portuguesa ao oferecer ao
espectador uma cena dotada de tamanha intensidade – hoje constato que, uma vez
mais os portugueses preferem enveredar por plágios ao invés de fomentarem os
devidos processos criativos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidrAVGwZRvF7Rcp3iPatywiVf4h_xm33atFVBuWIqnOwRpsME-qoR2Pg2GngUQr9ImQ8clQxLOy07NS29Q6t2CxFTjRj489lF8CgAXYXqV346cUlZ_-LsTB3zG-Eu7BNOYcMJMQ5EhEKQ/s1600/fim+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidrAVGwZRvF7Rcp3iPatywiVf4h_xm33atFVBuWIqnOwRpsME-qoR2Pg2GngUQr9ImQ8clQxLOy07NS29Q6t2CxFTjRj489lF8CgAXYXqV346cUlZ_-LsTB3zG-Eu7BNOYcMJMQ5EhEKQ/s1600/fim+3.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">A Trip to the Moon</span></span> (1902) - Obra de Georges Meliés, entrando o mesmo como uma das principais figuras na película ao lado de Victor André e Bleuette Bernon.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
A evidência
de um sonho, do quanto o Homem sempre olhou pra cima e ambicionou chegar à Lua. Este sonho é projectado ainda por entre técnicas
rudimentares, movimentos ainda muito maquinados, limitações a todos os níveis mas
ainda assim, uma obra estupenda ao nível da inovação cinematográfica: já com cores,
considerada uma das primeiras obras de ficção cientifica e a adivinhar muitas
das conquistas vindouras do Homem. </li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Grande
mérito também no pendor artístico, sobretudo os cenários e o guarda-roupa. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
</div>
</li>
<li>Parece todo o filme um
espectáculo de magia assente num imaginário delicioso a envolver todo o ambiente. Uma magia que dura aproximadamente treze minutos. Os suficientes para marcar presença de peso na história do cinema.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDDN2ajy1Gk67_xx0jw4vkOm71GR4tPekr-MhwavhcSc9bgcxE79eHkFiRQXqikJaQ6CsXJYuU2Ztuq3VwlSUczLz17_4K3e5kwBY12pqY-jBChYFKOkyVfijGUDM3JFLhqVTgdCaxUZw/s1600/fim+4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDDN2ajy1Gk67_xx0jw4vkOm71GR4tPekr-MhwavhcSc9bgcxE79eHkFiRQXqikJaQ6CsXJYuU2Ztuq3VwlSUczLz17_4K3e5kwBY12pqY-jBChYFKOkyVfijGUDM3JFLhqVTgdCaxUZw/s1600/fim+4.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Trois Couleurs: Bleu</span></span> (1993) - Filme de Krzysztof Kieslowski, contribui ainda para o argumento.</div>
<div style="text-align: justify;">
Juliette Binoche é a grande estrela do filme.</div>
<div style="text-align: justify;">
Revelam-se as nomeações para os Globos de Ouro (3) tuteladas pela Polónia mas sendo em muito, francês, este Trois Couleurs: Bleu.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Esta obra centra-se na vida da sobrevivente de um trágico acidente, no qual perdeu filha
e marido. Perante a violência do choque e incapaz de colocar cobro à própria
vida Julie procura libertar-se do passado desligando-se de amizades, casa,
demais objectos que a vinculam ao passado, retrocedendo ao próprio nome de
solteira. A trama contém o andamento lento e misterioso que envolve as duas obras
sucessoras na trilogia e constrói com sucesso as suas personagens.</li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A representação
de Binoche é irrepreensível. Claramente um dos elos fortes desta película: cada
desenho no seu semblante, cada lágrima ou tremor corporal, cada olhar ou
palavra ou gesto. Todo o restante <i>cast </i>cumpre tarefas mas sem ofuscar o
protagonismo totalmente centralizado e individualizado em Binoche. </div>
</li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
O cunho
artístico de Bleu supera o de Blanc mas perde para o Rouge. A temática central
invoca a liberdade e com isto penso que mais espaço houvesse para um outro tipo
de abordagem ou pelo menos um ênfase mais dramático. Ainda assim a direcção
artística volta a estar de parabéns: A simbologia de algumas cenas não deixou <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>dissociar a cor de directrizes primordiais
para o filme – surge a exemplo o azul da piscina, da água onde a figura central
procurava fusionar a sua dor e libertar-se da mesma. O foco no sonoro, na
música acabou também por ser uma jogada interessante sendo que a música é sem
dúvida alguma uma via de libertação ou de definição de sentimentos. </div>
</li>
<li>Outro
ponto favorável é claramente a figura para lá da objectiva! Realização
impecável, meticulosa e formulando planos próximos ao rosto das personagens.
Química entre Binoche e realizador resultou em pleno. Interessante também a
montagem, com pontos enigmáticos pausando o seguimento do enredo e retomando
logo em seguida, elevando-se este método para um patamar ainda mais apelativo
quando em conjugação com o sonoro. Dado o relevo da música para o argumento, a
banda sonora só tinha que assegurar aqui uma presença mais acentuada e também a
ofertar a qualidade necessária - através da mestria de Zbigniew Preisner, a missão foi cumprida. </li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
Primeiro
dos três trabalhos, não o coloco no entanto em primeiro lugar nas obras que mais
fizeram o meu paladar degustar: Blanc e Rouge trouxeram-me um pouco mais ou
talvez o peso da novidade arrebatado por esses mesmos trabalhos tenha já escapado aqui em Bleu.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA3xpA2yu5-VZlZKolND28Wql55mHoILZ685QUs31eT9WTqKanoOTwvVTv1X7M-53rIADQ71sefylWQ9afPNlcHlW2ncwvsSfTYGfREpNxmJMG6mVN05FwdHLYl9UAj5qyjozwGYhIPK0/s1600/fim+5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA3xpA2yu5-VZlZKolND28Wql55mHoILZ685QUs31eT9WTqKanoOTwvVTv1X7M-53rIADQ71sefylWQ9afPNlcHlW2ncwvsSfTYGfREpNxmJMG6mVN05FwdHLYl9UAj5qyjozwGYhIPK0/s1600/fim+5.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">The Passion of Joan of Arc</span></span> (1928) - Dirigiu Carl Theodor Dreyer. Actores mais proeminentes: Maria Falconetti; Eugene Silvain e André Berley.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Seria de
facto uma lástima caso esta obra se perdesse. A preocupação em aquitectar uma
objectiva inventiva é evidente, as movimentações da <i>camera </i>demonstram uma
perspectiva vanguardista para a altura, mesmo que as demais componentes
técnicas não revelem o nível já então praticado nos Estados Unidos. Ainda assim
ficam assentes os planos, as aproximações constantes aos semblantes dos actores
como que a extrair destes o máximo suco possível.</li>
<li>O enredo
centra-se no julgamento da famosa personagem histórica Jeanne D’Arc e durante
aproximadamente 85 minutos é-nos possível acompanhar toda uma sequência cénica
harmoniosa entre si mas repleta de tensão e de drama. O desempenho da actriz
principal é impressionante, torturando a plateia, incutindo nesta a dúvida, a
impotência, o sufoco de toda aquela situação. A abordagem a uma Igreja
impiedosa pode ter sido para a altura uma jogada muito controversa.</li>
<li>Trabalho
ainda mudo e sem demarcada acção não sendo recomendável para todos os gostos.
Mas tanto o trabalho da realização como o desempenho na representação (não somente
o da personagem principal dado que os demais actores primordiais são dotados de
um carisma irrepreensível) asseguram interesse a quem se atrever a visualizar
esta obra. </li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
</div>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-46432208247089975492013-10-31T15:25:00.005+00:002013-10-31T15:25:49.416+00:00Cinema Europeu - Sabor a Mediterrâneo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjod4o0LGFzAJIM3H395YDtLmF1I8Tj7dsni-eH0m_9M9EORp_a63sD3Q39M_07EPhoRvJDB76CsR3d0EeMdMxoU877E64yWbrHyIsIkvmBKRFaVn_A9vWwwBhHVgyp2S-YNQycTJu3q5Q/s1600/med+5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjod4o0LGFzAJIM3H395YDtLmF1I8Tj7dsni-eH0m_9M9EORp_a63sD3Q39M_07EPhoRvJDB76CsR3d0EeMdMxoU877E64yWbrHyIsIkvmBKRFaVn_A9vWwwBhHVgyp2S-YNQycTJu3q5Q/s320/med+5.jpg" width="221" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;"><span id="goog_1500258284"></span><span id="goog_1500258285"></span>Viridiana </span></span>(1961) - Luis Buñuel realizou. Silvia Pinal; Fernando Rey e Francisco Rabal os actores mais proeminentes.</div>
<div style="text-align: justify;">
Venceu a Palma de Ouro.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Obra controversa, manobra um enredo ideológico interessante que nos oferece cenas poderosas como a reformulação da última ceia ou mesmo uma cena de abuso sexual em âmbito familiar. A Igreja parece sair criticada e a própria sociedade espanhola surge desnudada, evidenciando a pobreza que lavrava a Espanha franquista.</li>
<li>O sector técnico não acompanha o valor dos restantes campos no que toca a qualidade - qualidade fraquinha no que toca à nitidez da objectiva. Por outro lado o sector humano do filme está qualquer coisa de fantástico! Actores carismáticos, muito bem escolhidos e a darem forma a personagens geniais.</li>
<li>A índole humana satirizada: retratado o velho agarrado ao passado; a beata que mais se devota a praticar o bem (porque isto a faz sentir bem) do que propriamente preocupada em filtrar as pessoas receptoras desse mesmo bem. O herdeiro desapegado e de moral mais leviana. Os mendigos, os quais por se encontrarem nessa situação nessa situação de miséria não são necessariamente melhores pessoas - ser pobre não é igual a ser-se bom ou humilde. Se encontrarem condições para isso, abusarão que nem animais selvagens, sem remorsos ou moral.</li>
<li>Obra excêntrica, sublinhando-se a mestria de Buñuel e ainda que já numa outra época, parece-me um trabalho capaz de facilmente se superiorizar a qualquer outro filme produzido em Portugal até então.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIQfspiIPgLh3cV5JrkndTQ7lqyOpb7sNuA7ltkXJW7RZiyy9LwphJQVn3feW_XWTuRH_NGqgJ2thmkLNAHnz7zAtTWXB7V0ePqAurY1QrRxVEVz_LTpLg62lbpEVHrlZDVWOm7kP7_l4/s1600/med+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIQfspiIPgLh3cV5JrkndTQ7lqyOpb7sNuA7ltkXJW7RZiyy9LwphJQVn3feW_XWTuRH_NGqgJ2thmkLNAHnz7zAtTWXB7V0ePqAurY1QrRxVEVz_LTpLg62lbpEVHrlZDVWOm7kP7_l4/s320/med+3.jpg" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;"><span style="font-size: x-large;">Zorba, the Greek</span></span> (1964) - Obra realizada pelo cipriota Mihalis Kakogiannis, adaptando a novela de Nikos Kazantsakis. Conta com nomes como Anthony Quinn; Alan Bates; Irene Papas ou Lila Kedrova.</div>
<div style="text-align: justify;">
Venceu três estatuetas de Hollywood, contou com sete nomeações. Contou ainda com várias nomeações quer para os Globos de Ouro como para os BAFTA.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>É sempre
positivo partir com um relativo cepticismo para uma visualização deste género
pois a surpresa que advém acaba por ser tão ou mais agradável quanto a baixa
expectativa inicial. Uma verdadeira aventura ao âmago do espírito helénico,
espírito este aqui totalmente afastado de um elo mais citadino. A história
revolve em torno de um inglês de ascendência grega, o qual envereda numa missão
pessoal que visa fomentar o desenvolvimento de uma mina em Creta. A partir
deste contexto adquirimos um ponto de exploração que em nada incide no pretexto
cénico inicialmente submetido. São sobretudo as gentes desta ilha que interessam
à objetiva focar: a forma como vivem; como desejam; a sua miséria; a forma como
condenam; como lidam com a morte e por outro lado a figura de um homem
carismático, Zorba, que lida como nenhum outro, com a vida. Argumento típico
que aproveita para explorar as suas personagens mas que contém um enredo
linear. </li>
<li>Anthony
Quinn assume com mestria um papel que nas suas mãos ganhou imenso. O Trabalho
deste homem como Zorba é sublime! Mas as personagens secundárias são também
elas apelativas e com sumo a presentear.</li>
<li>A qualidade
de imagem é boa, a movimentação da objetiva e a montagem pontuam claramente acima
de outros trabalhos europeus na altura homónimos. De relevar que com a Grécia
dividem os Estados Unidos trabalhos de conceção e é manifestamente visível o
impacto do seu contributo em todo o campo técnico, mesmo que os efeitos sonoros
tenham denunciado aqui e ali, fragilidades. A iluminação conseguiu um trato
bastante forte e com isso reforçou uma fotografia de elevado gabarito. A música
envolve a plateia e constrói o próprio ambiente como nenhum outro elemento em
campo. </li>
<li>Cenas
visualmente intensas, inventivas, chocantes. A crueldade do Homem é moldada de
uma forma que é muito difícil de digerir… a execução da viúva (figura interpretada
magistralmente por Irene Papas), a impunidade da repressão social e o atentado
que em última instância a vitima diante de uma multidão que coaduna voraz, com
todo este processo. O nó no estômago estará aqui presente mas estará também na
cena onde os pertences de Madame Hortense são rapinados numa pilhagem de segundos
levada a cabo por um bando de abutres carpideiras que depressa festejam o
evento. A civilização do interior helénico encontra-se bem representada,
miscigenada e submetida a uma condição de miséria e de grilhões sociais e religiosos
que acabam por dominar a sua conduta. Ainda que beneficiando em muito da
parceria (batota) estadunidense, Zorba, the Greek é um verdadeiro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">must see</i> e quanto a mim um dos melhores
trabalhos deste bloco votado ao cinema europeu mediterrânico. <span style="mso-spacerun: yes;"></span></li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrSBAmDoqbs20hEu8WoU8OqBOfVnRJS0TSlVluW_s553zG2XW79dboCAR5YMkjydc8tyMVkh5v9smDIDVQeXB5rO0BrY6CCsuPXondiSb03DDPvrtuibBSmUjg-tPsJ-XGOZ-_ffdm-ow/s1600/med+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrSBAmDoqbs20hEu8WoU8OqBOfVnRJS0TSlVluW_s553zG2XW79dboCAR5YMkjydc8tyMVkh5v9smDIDVQeXB5rO0BrY6CCsuPXondiSb03DDPvrtuibBSmUjg-tPsJ-XGOZ-_ffdm-ow/s320/med+2.jpg" width="228" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Maria Papoila</span></span> (1937) - Obra de Leitão de Barros, Vasco Santana em destaque no argumento. Mirita Casimiro; António Silva; Eduardo Fernandes e Alves da Costa nos principais papéis. </div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Uma obra a pontuar na história do cinema português e a acentuar o seu
género de eleição: a comédia popular. A narrativa joga com a migração de uma
jovem do interior e com os primeiros contactos desta com a grande metrópole
lusa, extrai daqui elementos verdadeiramente deliciosos e capazes de entreter a
plateia. Constrói também a animosidade entre dois indivíduos por entre um jogo
de acasos que leva ao desenlace facilmente antecipado: um envolvimento amoroso.
A primeira metade desta película contém um andamento interessante, elementos
apelativos, figuras carismáticas e um enredo que apesar de vulgar, não deixa de
ser uma aposta ganha. No entanto a argumentativa avança por trilhos mais
pretensiosos, procura esboçar algum drama e uma intriga mas a meu ver o
percurso tomado falha deixando desnudada a desconstrução ou pelo menos o
enfraquecimento de uma narrativa que se formulava consistente – o
desaparecimento de cena de várias personagens em foco na etapa inicial também
em parte contribuíram para este resultado.</li>
<li>A objectiva revela-se inventiva e múltiplos
ângulos evidenciam dedicação e labor. No entanto alguns momentos mais mortos
entre cenas acabam por enfraquecer a estrutura cinéfila arquitectada por Leitão
de barros. A montagem apresenta-se também ela interessante e sem dar avanço ao
praticado noutros estúdios europeus contemporâneos. </li>
<li>Os
próprios actores parecem funcionar melhor quando em actos de comédia. A
excessiva teatralização e a face pouco natural que demonstram ao enfrentar
cenas menos humorísticas denunciam algum amadorismo. Por outro lado (e
sobretudo na recta final) o texto não ajudou a melhores resultados: em menos de
cinco minutos temos um andamento frenético com mudanças de humor, postura,
sentimentos e afins vulnerabilizando ainda mais as personagens defendidas e
acima de tudo legando um final abrupto que necessitava de mais algum tempo de
trilha. Ainda assim fica subjacente uma prova de que o cinema português estava
de parabéns para a altura pelo menos dentro do género em mote, evidenciando
recursos técnicos capazes.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMT2C-Nd9HYVv8U6iUlNaue_WsnfSlz33Cd8VjhBCVmk3uiWgAB39pY0rXzRcpKpHxK4Hbn14VwSdNXde6I20XXZjhPUC9j4YDaM3z7THkdHqozg_GBfGZz8-LhVUgKuFNIkuFnglmISw/s1600/med+4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMT2C-Nd9HYVv8U6iUlNaue_WsnfSlz33Cd8VjhBCVmk3uiWgAB39pY0rXzRcpKpHxK4Hbn14VwSdNXde6I20XXZjhPUC9j4YDaM3z7THkdHqozg_GBfGZz8-LhVUgKuFNIkuFnglmISw/s1600/med+4.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Ilektra </span></span>(1962) - Mihalis Kakogiannis dirigiu e efectuou a adaptação da peça de Eurípides. Irene Papas; Giannis Fertis e Aleka Katselli os actores mais sonantes. </div>
<div style="text-align: justify;">
Recolheu uma nomeação de Hollywood e várias do Festival de Cannes.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li><span style="mso-spacerun: yes;"></span>O mito helénico que narra os
destinos de (e da família de) Agamémnon após a conquista de Tróia. Uma peça
de teatro filmada e ao ar livre. A expressividade dos semblantes e dos diálogos
reflectem um exacerbar dramático manifesto. Por outro lado a própria conjugação
cénica é notavelmente teatralizada, revelando-se ritmos e posicionamentos
demasiado embelezados e pouco dados a uma aproximação ao real. As personagens
aparecem no espaço porque sim, sem acção mas envergando rostos omnipresentes
capazes de leituras que vão para além da fala ou do próprio curso da acção.</li>
<li>A banda
sonora contém nuances mórbidas mas parece-me bem gerida e coadjuvante nos
ambientes emocionalmente pretendidos. </li>
<li><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
A
fotografia surge bastante boa mesmo que a preto e branco, repleta de paisagens
interessantes. A caracterização essa envereda pelo cunho também ele teatral,
neutralizando qualquer existência de sangue ou rescaldo mais violento. Dentro do
género, representação com carisma.</div>
</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiORSl1IRDwpat98XKWwEQEKm8zEJccs4pEAeS6PYyxUHpa6fZdVlNBkenLl98_15CcfFm5dsHX_rk9TQqoHa44SULsTYH4QXzRVNvJqZMUbfD7lN7THBLv-OpOqR8mxiuOZAb-jZi8spM/s1600/med+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiORSl1IRDwpat98XKWwEQEKm8zEJccs4pEAeS6PYyxUHpa6fZdVlNBkenLl98_15CcfFm5dsHX_rk9TQqoHa44SULsTYH4QXzRVNvJqZMUbfD7lN7THBLv-OpOqR8mxiuOZAb-jZi8spM/s320/med+1.jpg" width="241" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">A Canção de Lisboa</span></span> (1933) - Realização e argumento de José Cottinelli Telmo, conta com Vasco Santana; Beatriz Costa e António Silva na vanguarda performativa.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Deficiências sonoras<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>evidentes, a
sonoridade introduz pássaros no jardim que se silenciam logo de seguida;
portas que se ouvem a bater e portas que batem mas não se ouvem entre outros exemplos que
poderiam ser aqui enunciados. Ainda assim para 1933 não se poderia exigir muito mais,
ficam assentes rasgos de um cinema já sonoro mas ainda bastante experimental.</li>
<li>Deficiências óbvias também ao nível da objectiva, movimentações pouco versáteis
e na montagem cortes e transições demasiadamente abruptas.</li>
<li>No entanto,
tanto os campos performativos como argumentativos jogam muito forte: Vasco Santana, António Silva, Beatriz Costa mas também os demais coadjuvantes a
assumirem os seus papeis com grande naturalidade. A comédia musical assume-se
como o género de eleição e talvez nenhum outro género tenha sido tão bem
trabalhado no cinema português. Os diálogos assumem-se humorísticos, inventivos
e bem arquitectados ao longo de uma narrativa que em termos de profundidade
apresenta pouco.</li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-28034501899980579482013-10-03T21:54:00.001+01:002013-10-03T21:54:15.107+01:00Cinema Europeu - Os Colossos de Leste<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR-wSy3aW-5nJsXBlPR039kGMDBql1RnvJvlkAyDkq2xw9JJtg1YrKRVOP6rnDjGliJKGPYWaYbfZRkZaCG8groi8fu7DMK66KSgdh234BAsdKz352LTBVSMShVhr8FleuCSibbG0uyvs/s1600/kanalis+5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR-wSy3aW-5nJsXBlPR039kGMDBql1RnvJvlkAyDkq2xw9JJtg1YrKRVOP6rnDjGliJKGPYWaYbfZRkZaCG8groi8fu7DMK66KSgdh234BAsdKz352LTBVSMShVhr8FleuCSibbG0uyvs/s1600/kanalis+5.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Trois Couleurs: Blanc (1994) </span></span>- Direcção e argumento de Krzysztof Kieslowski. Zbigniew Zamachowski; Julie Delpy e Janusz Gajos em destaque no cast.</div>
<div style="text-align: justify;">
Representou o presente filme a Polónia na lista de submissões aos Óscares. Recolheu nomeações e prémios nos European Film Awards e no Berlin International Film Festival.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Claramente menos arrebatador que o parceiro vermelho, sobretudo ao nível artístico mas também nas restantes componentes. Ainda assim contém em si a essência dos seus congéneres - o mesmo será dizer que também aqui o branco expira qualidade.</li>
<li>A força e inventividade com que o vermelho (último filme da trilogia) é usado no campo artístico não consegue aqui paralelo: ainda assim o branco surge associado a conceitos intrínsecos à história retratada, relevando-se o casamento, um orgasmo no escuro ou a própria cor do Inverno polaco. Aqui e ali encontramos vislumbres visuais que fazem justiça à cor em mote.</li>
<li>A carga enigmática é de novo fórmula presente e talvez a face fulcral do argumento, valorizando o trabalho global. Aqui e ali surgem símbolos que aglomerados compilam uma hora de significados e que tecem camadas entre os mesmos, cabendo ao visualizador alinhar num jogo de interpretação realmente empolgante, ainda que subtil. A narrativa assenta num modelo cíclico, circular - principia-se num determinado contexto, entra em rotação e retorna por fim a esse mesmo contexto, ainda que delineando as necessárias transformações ou até mesmo inversões: isto é conseguido sem que a plateia consiga antever com nitidez o desfecho do enredo. A missão do argumento é pois, bem-sucedida em todas as vertentes: consegue cativar e até mesmo desafiar o espectador retendo-o, conduzindo-o e não lhe entregando o jogo antes do término do mesmo.</li>
<li>A componente enigmática é uma constante mas a última cena do filme acaba por se assumir como a mais forte. O casamento acaba por ser, mais do que uma coligação sentimental, um contrato! E talvez um dos maiores duelos adentro do matrimónio seja precisamente a construção de uma situação plena de equidade entre ambos os parceiros: No fundo <b>Trois Couleurs Blanc</b> abre contexto através do casamento para depois incidir na igualdade entre indivíduos dentro desse mesmo enlace e como é importante a comunicação no epicentro desse processo - Karol, o protagonista, revela deficiências no domínio da língua do país onde reside (sendo esse país a nação da sua esposa); revela deficiências no desempenho sexual sendo este o ponto de maior atrito e de instabilidade entre o casal; revela problemas de autoestima e uma situação financeira pouco folgada - estão reunidos todos os ingredientes para que Karol perca a sensação de igualdade para com a sua esposa - o argumento constrói este contexto e processa depois toda uma desmontagem e inversão de situação através dos esforços de Karol para nivelar a sua relação. Tudo isto sem que no entanto tenhamos no fim da meta, um resultado menos frustrante do que aquele que tínhamos no ponto de partida mas, relevando os vários flashbacks de Dominique que repescavam o seu casamento ainda que só aparecendo no último flashback a figura de Karol - acabamos por ter uma sequência repleta de significado, relembrando Dominique o sentimento pelo homem com que tinha casado. Resta-nos pelo menos a reposição de uma igualdade afectiva.</li>
<li>A representação surge em grande plano sendo o desempenho de Zbigniew Zamachowski contagiante! Uma daquelas personagens com a força de nos absorver em trabalhos de exploração analítica. A figura de Dominique (Julie Delpy) assume o mesmo pendor, forjando-se uma dupla de ficção bastante sólida e no mínimo, irrepreensível. Em suma, estamos perante uma obra com manifestos pontos de apelo, sendo que em caso de insucesso na oferta de um entretenimento de excelência, ficará pelo menos a garantia de que esta obra consegue estimular o intelecto do indíviduo elevando esse campo para primeiro plano. Uma menção ainda à essência deste trabalho assumido e expresso na cena em que Karol, numa situação de completo arraso psicológico sorri ao fitar um idoso em dificuldades para encaixar uma garrafa num bidão: este sorriso enigmático é acompanhado pelo espectador que sente igual desejo mas contendo-o, sentindo que de algum modo não é correcto rir naquele momento -estamos perante uma anti-comédia.</li>
<li>Por fim, o mote: Liberdade! Igualdade! Fraternidade! Liberdade, tema centra do azul, igualdade do branco e fraternidade do vermelho. A bandeira e o lema da identidade francesa. Esta trilogia contém claramente uma matriz assumidamente francesa, ainda que sob a tutela de um polaco. Ainda que com a contribuição da Polónia ou da Suiça.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-rBC7KU9vs6jjcAM3WHbcQInZc4PQup93-tQ9KhpJdyDIyqiSrgI7x2pIcCC3kYO29t1rhAF9Fmc5BefgWXz88mH1a9XtEjPeqsIIknHWXB7XVrM4O_IGAdCT5My-TRXMIj9vKc6xMzQ/s1600/kanalis+4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-rBC7KU9vs6jjcAM3WHbcQInZc4PQup93-tQ9KhpJdyDIyqiSrgI7x2pIcCC3kYO29t1rhAF9Fmc5BefgWXz88mH1a9XtEjPeqsIIknHWXB7XVrM4O_IGAdCT5My-TRXMIj9vKc6xMzQ/s1600/kanalis+4.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Moscow Does Not Believe in Tears (1980) </span></span>- Direcção de Vladimir Menshov cabendo-lhe também importante papel na construção do argumento. Vera Alentova; Irina Muravyova e Aleksey Batalov nos principais papéis.</div>
<div style="text-align: justify;">
Venceu um Óscar de Hollywood.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>Estamos diante uma narrativa muito boa, delineando uma comédia romântica capaz de nos manter cativados e fazendo uso de personagens que são verdadeiros trunfos carismáticos.</li>
<li>A realidade sociológica da Rússia neste período pode chocar algumas mentalidades mais contemporâneas: a mulher deve total obediência ao marido, pertencendo à cozinha e sendo extremamente inconveniente esta auferir um ordenado superior ao mesmo. Ainda assim, de importância cultural relevante. Se nos abstrairmos destes elementos aqui e ali vislumbrados, acabamos por continuar a ter em mãos um trabalho bastante interessante.</li>
<li>A película envereda por um ambiente simples ainda que com elementos vinculados à doutrina comunista mas já completamente afastados da dimensão política de alguns semelhantes anteriores.</li>
<li>Obra que aposta na narrativa e nas suas principais figuras, na representação e na direcção e pouco mais no campo visual ou sonoro - exceptua-se uma música que tem intervenções apelativas. Por outro lado a caracterização apresenta-se por vezes um tanto ou quanto anacrónica, deixando a descoberto a contemporaneidade da obra quando esta em momentos pretendeu um contexto histórico incidente na década de 50. Contendo uma ou outra fragilidade, <b>Moscovo Não Acredita em Lágrimas</b> é uma garantia de entretenimento e contém elementos de qualidade mais do que suficientes para lhe valer um estatudo de "must see".</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhE36pMV5wrbUHHxLzvxPDX_N3NMQj3v408Z3Ub8CKNx9-TE4cm5UunJZvg8dpFzIafS0_Cna-ks163-Kwe2w22x6imqkSS8iZVNHS9_jGHS2DIxwcuNUbXjj6CyWvnZwZmLICwKwtxX0/s1600/kanalis+3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhE36pMV5wrbUHHxLzvxPDX_N3NMQj3v408Z3Ub8CKNx9-TE4cm5UunJZvg8dpFzIafS0_Cna-ks163-Kwe2w22x6imqkSS8iZVNHS9_jGHS2DIxwcuNUbXjj6CyWvnZwZmLICwKwtxX0/s1600/kanalis+3.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Dersu Uzala (1975)</span></span> - Akira Kurosawa dirigiu e ajudou a adaptar. Maksim Munzuk; Yuri Solomin e Svetlana Danilchenko no Olimpo da representação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Venceu um Óscar em Hollywood pela ainda União Soviética, recolhendo vários outros prémios em certames menores.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>De andamento lento, não desenvolve propriamente uma história nem um leque de personagens mas pelo menos desenvolve a ligação entre os dois protagonistas da história. Temos assente em cima da mesa uma história de sobrevivência, de exploração de um mundo ainda muito virgem ao domínio do Homem mas também a curiosidade e o choque de duas culturas muitos distintas.</li>
<li>Uma banda sonora peculiar, com sonoridades que vão bem mais ao encontro do meu gosto pessoal. Uma sonoridade que incute nos nossos sentidos uma aura de misticismo e que assenta que nem uma luva no contexto retratado, privilegiando-se o envolvimento da Mãe-Natureza. </li>
<li>A temática escolhe a amizade enquanto conceito primordial e todo o enredo parece afastado de um qualquer tipo de formatação política. Imagens absolutamente deslumbrantes, uma história cristalina e não pretensiosa. Seguramente trabalho agradável a tragos menos exigentes ou sequiosos por um ritmo mais desenvolto.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv01oZC92OiGUgIVckrhWZ-SDpEwAhf4fpqYGr9HPyabfack3iYxa-Mto87Wx21wouhHRjp4NsYUHvJUyZpkphemweCTWtcWVU8-ogTUjmX6o3L4HBoFN8LAN9wNYdGDEWqneTVCf9Wp0/s1600/kanalis+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv01oZC92OiGUgIVckrhWZ-SDpEwAhf4fpqYGr9HPyabfack3iYxa-Mto87Wx21wouhHRjp4NsYUHvJUyZpkphemweCTWtcWVU8-ogTUjmX6o3L4HBoFN8LAN9wNYdGDEWqneTVCf9Wp0/s1600/kanalis+2.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">War and Peace (1966) </span></span>- Sergey Bondarchuk realizou e coadjuvou na escrita. Lyudmila Saveleva; Vyacheslav Tikhonov e o próprio Sergey Bondarchuk as estrelas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Recebeu 2 nomeações da academia, arrecadando um Óscar. Venceu também nos Golden Globes e recolheu troféus em diversos outros certames.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li> Parte 1 - Muito circo por vezes, ênfases dramáticos ainda muito acentuados e uma figura central demasiado intelectualizada e com uma inferência no sistema narrativo que por vezes, provoca estranheza. A música surge muito boa, recheada de coros e de orquestrações de dimensão épica. Argumento procurou abordar um homem insatisfeito com a vida que levava e através de várias experiências como a guerra, viúvez ou paternidade, transmuta a sua ideologia e atinge uma epifania bem mais positiva. Contudo, o argumento é excessivamente literário, assumindo-se pouco votado ao realismo. De consumo interessante, toda uma cultura diferente em foco e por conseguinte uma maneira diferente de se fazer cinema. Algum jogo de pormenores e contrastes com notável apelo.</li>
<li>Parte 2 - Abandona o enredo o cenário beligerante para incidir unicamente num enlace amoroso que se centra na figura da condessa, jovem, sonhadora e intensa mas vulnerável a palavras e caras bonitas. São-lhe dispostos três tipos de sentimento, devidamente protagonizados por indivíduos com personalidades bem distintas. A figura central do primeiro filme parece sair incólume uma vez mais mas quanto a mim parece tratar-se de um vilão amoroso: cativa as mulheres, tece promessas, consegue utilizar os trâmites sociais para as manter cativas em "banho maria" mas perde por estas facilmente o interesse - e é a inércia deste homem, o afastamento com os estatutos elevados, a incapacidade de terminar um compromisso secreto que condiciona as acções da condessa. Por outro lado temos um Tolstoi que parece acreditar que a essência humana é contrária à violência. Quanto a mim um homem de razão (neste caso concreto) sem razão alguma - a violência é parte inevitável da essência do ser humano... o homem pode ser domado mas os velhos demónios continuam bem adentro, esperando pelo momento certo para emergirem (Fera Vs razão).</li>
<li>Parte 3 - Regresso ao campo de batalha onde são perceptíveis alguns cunhos do realizador, sobretudo a grandiosidade cénica com uma disposição em extensão de figurantes, actores, maquinaria e demais elementos, cobrindo-se tão amplo espaço com uma camera em movimento. Existe uma grande coordenação entre múltiplas acções e os movimentos dos soldados: o realizador procurou ao máximo transportar a dimensão do campo de batalha e ao mesmo tempo fazer o espectador sentir-se nesse mesmo campo através dos ângulos dispostos. Muito boa a versatilidade das objetivas. A sonoridade é totalmente épica... no entanto as pretensões de grandiosidade são tão evidentes que a narrativa se perde por entre uma algazarra de explosões sem sentido. O próprio enredo parece extremista, ora enveredando por um desnorte sem relevado interesse e sem pontos de articulação ora enveredando por um exacerbar intelectual através dos pensamentos existenciais de um dos actores principais - neste ponto o resultado é apelativo, sobressaindo a problemática existencial do indivíduo perante a guerra. Noutros momentos, no entanto, recebemos uma expressividade verbal ou visual demasiado intensa para o contexto formulado. Esta terceira parte acaba por emitir ainda mais (comparativamente aos seus antecessores) um cunho demasiadamente doutrinário e claramente de propaganda política. Procurou-se articular filosofias de um indíviduo, a razão humana com a grandiosidade moral da nação russa - esta componente ganha contornos mais obscenos no término da terceira parte do filme tecendo-se associações que na minha opinião são desprovidas de grande sentido. A transição de uma guerra sofrida e no limbo da derrota para uma vitória total e esmagadora com repercussões globais é totalmente forçada e provoca um mau estar no espectador. Não existe um ponto climático racional em termos cinematográficos... e em algum momento o filme deixa mesmo de o ser para passar a ser um mero pedaço de documentário altamente votado à propaganda política e sem qualquer valor artístico ou mesmo histórico. E isto, mesmo com uma fotografia deslumbrante, uma montagem inventiva e uma direcção artística que em colaboração com a caracterização cumpriu labor hercúleo. A intromissão civil de outra personagem central acaba por ser inusitada dado que o interveniente pouco contribui em termos de interesse para o andamento da história. Muito ao encontro da noção que tenho da Rússia e de povos com elevada população: joga-se com a quantidade em detrimento da qualidade e da disciplina - de salientar que as tropas napoleónicas perdem contra o frio, contra o Inverno russo, com o desconhecimento das condições que enfrentavam em plataforma estrangeira, contra o enfraquecimento do apoio logístico que a distância impôs, contra a quantidade de efectivos russos que se revezavam. Perdem os franceses sobretudo por essas razões, não perdem contra a "moral" mais forte dos russos.</li>
<li>Parte 4 - A quarta e última parte do filme coroa o trabalho global com uma fotografia espectacular, uma direcção artística sublime e uma caracterização esmerada. Todo o processo artístico desenvolvido é excepcional, em escala e coordenação de diversos intervenientes quer do espaço envolvente quer do agente humano. Por outro lado, são reforçadas as linhas textuais já anteriormente delineadas não se extraindo nada de novo. As três personagens centrais são meros espectros desarticulados que apenas emprestam os seus olhos à plateia, como que facilitando a absorção para o campo cénico - as personagens têm o seu percurso mas percorrem-no por fim já em total desarticulação. O enredo dissipa-se e por fim fica de novo a sensação de que estamos diante um documentário histórico altamente tendencioso. Surge também e finalmente a neve no campo visual associada à derrota dos gauleses mas nunca assumida verbalmente. As cenas de pilhagem e incêndios são provavelmente as melhores de todo o filme, aproveitando-se uma recriação histórica aqui bastante apelativa e uma abordagem que é algo raro de se encontrar no cinema, pelo menos na dimensão em que aqui foi produzida.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl-o8qYghVY9cZS_eO91DGdFVB_S8AQ19ilmQ8C5rE-jF-NfximqA_3L2nE4e0-PeB67Ets69cidZjkKFOPOo1tqM1tCUawc8mKCNtn8-QkySXlEHP_wx31pVg6PNIR34LMGRTfs57Vo4/s1600/kanalis.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl-o8qYghVY9cZS_eO91DGdFVB_S8AQ19ilmQ8C5rE-jF-NfximqA_3L2nE4e0-PeB67Ets69cidZjkKFOPOo1tqM1tCUawc8mKCNtn8-QkySXlEHP_wx31pVg6PNIR34LMGRTfs57Vo4/s1600/kanalis.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000;"><span style="font-size: x-large;">Kanal (1957) </span></span>- Andrzej Wajda orquestrou, Teresa Izewska; Tadeusz Janczar e Wienczyslaw os rostos mais presentes na tela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Recolheu nomeações e prémios entre certames como os BAFTA awards ou o Festival de cinema de Cannes.</div>
<ul style="text-align: justify;">
<li>As insuficiências no campo técnico, perante o cenário cénico escolhido, podem-se tornar num obstáculo à compreensão do filme e até mesmo desagradar a plateia. Todo um conjunto de elementos bastante antiquados mas é sobretudo a ténue luminosidade que nos deixa, simplesmente, no escuro - uma tela a negro demasiado tempo. Aqui e ali descortinam-se rostos e movimentações mas o esforço que é exigido à plateia para acompanhar a acção do filme é manifestamente descompensado e a remeter esta obra num plano mais negativo.</li>
<li>Qualquer conjuntura que envolva uma grande guerra, como por norma venho a dizer, é sempre elemento de interesse na argumentativa e aqui não foi excepção! Contudo parece sobressair uma descompensação na argumentativa: aliados introduzidos são muitos, inimigos são zero (exceptuando uma aparição já no término do filme). Acabamos por consumir um ambiente tenso, onde as personagens descarregam pólvora, são atingidas, fogem DE mas sem nunca nos revelar o rosto ou o percurso que o inimigo toma. Este
conceito de “inimigo sem rosto” acaba por adquirir um resultado um tanto ou
quanto estranho.</li>
<li>Apesar de curto (aprox. 90m) e, apesar de
enveredar por uma temática beligerante, <b>Kanal </b>parece assumir-se ainda assim
como uma obra de digestão lenta. O cenário constantemente “noturno” também não
ajuda a aguçar o nosso interesse pelo mesmo. Ainda assim o realizador logrou alcançar
uma fotografia aqui e ali, apelativa. Uma direcção artística que trabalhou
muito como lhe era exigido e uma caracterização que também teve campo para
mostrar o ar da sua graça. No campo da representação as personagens parecem-me,
no mínimo, bem defendidas. A história tem o seu interesse óbvio e as
personagens da mesma evidenciam várias posturas perante o campo da opção,
levando este factor a desfechos bastante interessantes.</li>
</ul>
Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6180477857753322741.post-63505449752741978962013-07-28T17:03:00.004+01:002013-07-28T17:45:34.467+01:00Cinema Europeu - O Fascínio de Sergio Leone<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrCMuWf-oBSbWIzybsEuvxWYSy1FJXsa4VbZJfU3VD13mgbsuG6sSS1tvJjKCiNmTlLVVUjD7JvlYTV23Y5DoM6HfZzQWdV9egaLatflIyG1Mt3dF6yF7jPgnDyV_fPjKhJ2NL4ZGuOTg/s1600/0000000000000000s0000000leone.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrCMuWf-oBSbWIzybsEuvxWYSy1FJXsa4VbZJfU3VD13mgbsuG6sSS1tvJjKCiNmTlLVVUjD7JvlYTV23Y5DoM6HfZzQWdV9egaLatflIyG1Mt3dF6yF7jPgnDyV_fPjKhJ2NL4ZGuOTg/s1600/0000000000000000s0000000leone.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">A Fistful of Dollars</span> (1964) - Sergio Leone realizou e coadjuvou no texto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Clint Eastwood; Marianne Koch e Gian Maria Volonté na proa do <i>Cast</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Venceu Ennio Morricone um Silver Ribbon no Italian National Syndicate of Film Journalists.</div>
<br />
<ul>
<li style="text-align: justify;">Primeiro filme da famosa trilogia dos Dólares. Enverga desde logo carisma e aquela alma que tão bem é arquitectada por Sergio Leone. Tem uma introdução gráfica muito ao modo do que se praticava então nalguns trabalhos que singravam, como o britânico 007. O ambiente é dominado e moldado pela categórica banda sonora e a direcção artística principia trabalhos com pormenores interessantes. As personagens, às quais já nos habituámos, encaixam num esquema que contrasta o herói rebelde com o vilão sem escrúpulos - este último sempre devidamente suportado por semelhantes e formulando esta matilha uma forma eficaz de se conceder maior dimensão e grandeza aos actos do protagonista. Fórmula que, usada e abusada por tantos, sempre resulta.</li>
<li style="text-align: justify;">No entanto, em praticamente todas as componentes desta película senti que algo de facto não resultou: <b>Por um Punhado de Dólares</b> fica visivelmente aquém dos seus sucessores... a fuga ao realismo é uma constante no cinema mas talvez aqui (e em outros trabalhos de Leone) seja ainda descortinada com maior facilidade - não se estranhe portanto a isenção sistemática de sangue ou aquelas mortes tão céleres (um tiro, um tordo abatido precedido da tão típica e imediata queda). Falo infelizmente de inúmeros pormenores que aglomerados projectam um labor pouco votado à minúcia e exagerado no seu desmazelo: desde os disparos não direccionados aos alvos a um barril vazio que provocou estragos que nem gente grande; a um fogo que despoletado alastrou a uma velocidade vertiginosa consumindo o edifício em redor; talvez, por que não referir, aqueles disparos meticulosos de Ramon contra um batalhão de cavalaria em que por alguma razão misteriosa só os soldados tombam, enquanto que os cavalos permanecem tranquilamente de pé, destemidos e imunes ao aço. Pois é, não falo somente no sangue (que para a época é normal ser contido) mas de todo um conjunto de situações que captam o nosso foco pelas piores razões... e é sempre mau quando o espectador desconfia, por múltiplas vezes, da credibilidade de determinadas acções. </li>
<li style="text-align: justify;">Também ao nível técnico sobressai uma baixa de qualidade comparativamente aos restantes parceiros de trilogia: quer no som quer na qualidade da imagem captada pela objectiva, a qual transparece um nível inferior e mesmo os cenários nocturnos são excessivamente óbvios, enquanto diurnos. Mas é no guião que se prende a mais demarcada carência - pobre, infantil e tão previsível que pouco ou nada consegue estimular as capacidades cognitivas da sua plateia. Os diálogos então, muitos deles são simplesmente de bradar aos céus. Quanto a mim, o próprio ponto climático do filme dá-se demasiado cedo quebrando o interesse e mergulhando a parte final do filme numa autêntica algazarra sem sentido. Culpa primordial do argumento, o qual não soube sequer desenvolver minimamente as suas personagens: não lhes deu sentido, motivo ou passado. O jogo das principais figuras do filme também saiu lesado - sem saber construir figuras apelativas ou pelo menos capazes de harmonizar o ambiente e talvez daqui se releve a figura da "dama em apuros", que nos passou completamente ao lado.</li>
<li style="text-align: justify;">Fica assente um esboço, uma aura, uma chama que cumpre os serviços mínimos de um filme à Sergio Leone. O que por si só já vale muito.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoegGcoCHzwRcOgIZ0VV1d_OM4w_vS7SGRvpiidIcSfr_KGruZtsJ8QHBEMR8huaXmNZnYugM2cFO1Qr125HF-XlHYL6dQ48IpSEu8itVE3IFUAGBtBxHaqFJC3819eUPH-HoC_rDHodQ/s1600/000000000000000for+a+few+dollars+more.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoegGcoCHzwRcOgIZ0VV1d_OM4w_vS7SGRvpiidIcSfr_KGruZtsJ8QHBEMR8huaXmNZnYugM2cFO1Qr125HF-XlHYL6dQ48IpSEu8itVE3IFUAGBtBxHaqFJC3819eUPH-HoC_rDHodQ/s1600/000000000000000for+a+few+dollars+more.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">For a Few Dollars More</span> (1965) - De novo à cabeça da batuta da direcção e do argumento: Sergio Leone.</div>
<div style="text-align: justify;">
Clint Eastwood volta a assumir o protagonismo contando agora com Lee Van Cleef a seu lado e, de novo, Gian Maria Volonté nos principais papéis.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Em cima da mesa um <i>upgrade </i>de <b>A Fistful of Dollars</b> sendo que decorrem melhorias significativas em todas as componentes, sobretudo ao nível visual onde a fotografia surge sumptuosa e também com uma direcção artística mais esmerada. Todavia, a caracterização acaba por continuar a pecar envolvendo-se num misto que não deixa de provocar estranheza: insere sangue em alguns poucos momentos e ignora-o por completo em momentos onde a sua falta se torna gritante (por exemplo a morte do namorado da irmã de Mortimer, num ângulo muito próximo e de camisola branca sendo que este ainda se contorce de forma a colocar a descoberto todo o tronco).</li>
<li style="text-align: justify;">A banda sonora proporcionada por Morricone está qualquer coisa de transcendente e é o melhor e maior ponto carismático de todo o filme. Por um lado mais negativo, o argumento parece aproximar-se em demasia ao primeiro filme da trilogia: constrói uma boa primeira parte aglomerando elementos misteriosos e uma apresentação das personagens que acaba por ser interessante mas de novo não consegue ou não quer aprofundar as figuras protagonistas da história acabando ainda por deixar o enredo seguir um caminho sinuoso na segunda metade do filme atingindo-se um ponto tal que mais não parece haver diante dos nossos olhos do que um bando de homens adultos a brincar com pistolas.</li>
<li style="text-align: justify;">A representação surge nivelada por baixo - os desempenhos dos actores não são credíveis apesar do carisma óbvio de Lee Van Cleef, Eastwood e Gian Maria Volonté. Mantém-se a conduta excessivamente teatral mas não só, muitas das posturas e muitos dos diálogos parecem integrar aquele ideal juvenil que muitos têm na sua infância quando brincam aos polícias e aos ladrões com os amigos. O ambiente dos filmes de Leone é sempre qualquer coisa de muito impressionante, emana uma alma única mas a verdade é que as prováveis limitações linguísticas entre a dupla Leone/Eastwood acabou por não concretizar nesta primeira fase resultados de aplaudir, quer no enredo quer no trato das personagens. Claramente o número dois da trilogia a não se aproximar do considerado "Oscar Material".</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgk1wPCZWQ2qja7LEr5hxUDrk8D0lj_jyKY4bxxrooyybcp8REZL-BAWKi24dK_P_Pu-6YQLC8DQhdr28nWJK_gjgbRI5W9Xb6W3Wp89EhfScmQVA_mGpiXOTQfE9hARnPMqXFYvAkZ9PM/s1600/00000000000leone.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgk1wPCZWQ2qja7LEr5hxUDrk8D0lj_jyKY4bxxrooyybcp8REZL-BAWKi24dK_P_Pu-6YQLC8DQhdr28nWJK_gjgbRI5W9Xb6W3Wp89EhfScmQVA_mGpiXOTQfE9hARnPMqXFYvAkZ9PM/s320/00000000000leone.jpg" width="213" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">The Good, the Bad and the Ugly</span> (1966) - Novamente Sergio Leone o principal orquestrador na junção realização/texto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Clint Eastwood volta a actuar ao lado de Lee Van Cleef e agora também de Eli Wallach.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eastwood ficou em segundo lugar nos Laurel Awards pelo seu trabalho neste filme. <b>O Bom, o Mau e o Vilão</b> recolhe ainda o mérito de ser um dos filmes mais populares nas redes sociais (actualmente com a quinta melhor nota de sempre no IMBD).</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Ainda que assumindo histórias completamente independentes, este é o último filme da trilogia dos dólares. De forma global, <b>O Bom, o Mau e o Vilão</b> parece ter sido montado para se afirmar como um épico e realmente em determinados elementos a intenção parece ter encontrado concretização: a banda sonora de Ennio Morricone tornou-se ainda mais fantástica; a direcção artística à semelhança da fotografia, do guarda-roupa e da caracterização elevaram a fasquia ofertando ao espectador um plano visual de gabarito que é ainda suportado por efeitos sonoros e visuais que são agora bem mais constantes.</li>
<li style="text-align: justify;">As personagens são também elas mais carismáticas do que nunca resultando excepcionalmente bem a dupla entre Blondie e Tuco - sublime o contraste entre a seriedade e carga enigmática de um com a expressividade e intensidade do outro. Lee Van Cleef completa a triangulação de personagens tecendo uma abordagem ao conceito de vilania bastante interessante e assumindo na engrenagem de Sergio Leone finalmente a posição que lhe era devida. No entanto a grande diferença face aos antecessores incide nas personagens secundárias - bastante mais profissionais e envolventes. O grande calcanhar de Aquiles continua contudo a estar presente: a profundidade do texto continua a escapar... salvaguarda-se a índole misteriosa das personagens (a qual se concilia com o ambiente do filme).</li>
<li style="text-align: justify;">Alguns elementos negativos continuam presentes mas são agora mais subtis. O próprio argumento, sem se tornar mais profundo consegue pelo menos um andamento e uma história bem mais interessante. Os diálogos são mais inteligentes ainda que sendo de conhecimento global que Sergio Leone os quer curtos, privilegiando a tensão visual e a proximidade dos planos aos rostos dos actores... actores esses que usa e abusa, sistematicamente filme após filme.</li>
<li style="text-align: justify;">Algumas cenas estão absolutamente fantásticas, repescando como exemplos a cena de espancamento de Tuco; a explosão da ponte ou o duelo triangular no término desta grande aventura. O Bom, o Mau e o Vilão é provavelmente o derradeiro marco dos <i>Spaghetti Westerns</i> e um atestado de maturidade ao imaginário de Leone. E se não olharmos para este trabalho com demasiada seriedade e realismo, então estaremos sem dúvida alguma perante um dos melhores filmes da década de 60.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-sSr-E5xXAd6z5bVQ3SPDKCfb-5HUUxrXaKNDPSA0wcAunKck9iIsUrZBTNNSn0hNh9ZjJNuR0jiHXWSXgDNyQ4q8VsG9TZ_6sSXK0GSJYPJ5Q-sbkxG6pk5qwoKE-ptrkPOHYRdGj0A/s1600/00000000000000000000000000000000000leone.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-sSr-E5xXAd6z5bVQ3SPDKCfb-5HUUxrXaKNDPSA0wcAunKck9iIsUrZBTNNSn0hNh9ZjJNuR0jiHXWSXgDNyQ4q8VsG9TZ_6sSXK0GSJYPJ5Q-sbkxG6pk5qwoKE-ptrkPOHYRdGj0A/s320/00000000000000000000000000000000000leone.jpg" width="227" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: x-large;">Once Upon a Time in the West </span>(1968) - Direcção por Sergio Leone, parcialmente também o enredo tendo a seu lado Bernardo Bertolucci.</div>
<div style="text-align: justify;">
Claudia Cardinale; Henry Fonda; Jason Robards e Charles Bronson em destaque na representação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Contou com uma meia dúzia de nomeações e conquistas em certames menores de reconhecimento cinematográfico.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">O padrão, os planos e os ingredientes estão lá: <b>Once Upon a Time in the West</b> ainda que já fora da trilogia e sem Eastwood é um Spaghetti Western intemporal à medida de Sergio Leone. Mais moderno e também mais maduro, consegue facilmente ombrear com <b>The Good, the Bad and the Ugly</b> e em muitas das componentes mesmo ultrapassá-lo... a direcção artística, a fotografia e o guarda-roupa surgem de novo fulgurantes com imagens e combinações gráficas de tirar a respiração! A música é uma vez mais excepcional e pilar-mestre na formulação do ambiente pretendido! Acaba contudo por não privilegiar tanto os efeitos sonoros e visuais empregues no seu antecessor.</li>
<li style="text-align: justify;">As personagens apresentam motivos, mechas de passado e com personalidades bem mais delineadas quando em comparação com qualquer um dos trabalhos integrantes da trilogia dos dólares. O carisma esse mantém-se mesmo com as ausências de Eastwood, Wallach ou Van Cleef sendo que o vilão desta história acaba por ser verdadeiramente funcional, mantendo Bronson o carácter enigmático de Eastwood e colocando-se o fim do triãngulo em Jason Robards (personagem altamente cativante). A seriedade parece dominar um pouco mais a conduta das personagens - deixamos de ter aquele ambiente mítico mas de pura fantasia para nos embrenharmos num cenário bem mais credível e que conhece agora o significado de um conceito ao qual comummente chamamos de "trama". A grande novidade surge com a criação de um centro para este mesmo triângulo: a figura de Claudia Cardinale, uma mulher de uma beleza extraordinária e de uma índole forte e personalizada - a essência do produto orquestrado por Leone adquire aqui todo um outro contorno e, diria, com um interesse e uma chama de notável intensidade. Peca um pouco (e por outro lado) na caracterização, sobretudo em Claudia Cardinale (a qual enverga uma maquilhagem bem mais contemporânea) mas também as vestes das personagens parecem por vezes muito aproximadas aos anos 60.</li>
<li style="text-align: justify;">Outro <i>upgrade </i>óbvio é a história! O argumento deixa de lado o sistemático som do gatilho (ainda que nunca o deixando totalmente, opta simplesmente por o colocar assertivamente nos momentos climáticos devidos), deixa também de lado alguma carga infantil nos diálogos e preocupa-se mais com a construção de um enredo com cabeça, tronco e membros. A redução da acção foi também ela devidamente lida, levando à óbvia e necessária redução do tempo da película. O resultado não deixa de ser um seguimento lento mas de degustação saborosa. Releve-se todavia um importante facto: duas ou três cenas em <b>The Good, the Bad and the Ugly</b> atingem um nível tão elevado que em nenhum momento <b>Once Upon a Time in the West</b> as conseguiu arranhar. Dois épicos bastante nivelados, sendo para mim o último filme da trilogia mais irregular com pontos muito elevados mas com alguns pontos mais descompensados e sendo <b>Once Upon a Time in the West </b>um filme mais balanceado, mais homogéneo, mais coerente, mais maduro.</li>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiy0JcsbhzR7j_J0-CD79NFveTjE3bSX4ENFdr7PmOuLGPf-e_PYC9khKikrZ2XYpSVWd7Gx8tToSmKe9u8TSvsQVhyphenhyphen8oeQQP4s1LHczVcK2h-mYiu4zVqjbTESDppe7j6Dm2I0bErK7E/s1600/00000000000000leon.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiy0JcsbhzR7j_J0-CD79NFveTjE3bSX4ENFdr7PmOuLGPf-e_PYC9khKikrZ2XYpSVWd7Gx8tToSmKe9u8TSvsQVhyphenhyphen8oeQQP4s1LHczVcK2h-mYiu4zVqjbTESDppe7j6Dm2I0bErK7E/s1600/00000000000000leon.jpg" /></a></div>
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<span style="color: #990000; font-size: x-large;">Once Upon a Time in America</span> (1984) - Sergio Leone realizou. Contou com Robert de Niro, James Woods e Elizabeth McGovern para os principais papéis.</div>
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Recolheu duas nomeações para os Globos de Ouro e cinco para os BAFTA, onde venceu em duas categorias.</div>
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<li style="text-align: justify;">Após a trilogia dos dólares, principiou em 1968 uma nova trilogia com <b>Once Upon a Time in the West</b>, tendo esta trilogia a sua conclusão com o presente filme no ano de 1984. É notável o fascínio de Leone pela América, centrando neste palco a obra da sua vida mesmo que tenha estado ligado a grandes colossos cinematográficos como Ben-Hur. Mais interessante ainda é observar o fascínio de Leone nos eixos de poder mais obscuros e formulados numa nação, cuja periferia evidencia circuitos onde operam poderes corrosivos e completamente à margem da lei. Sergio Leone encontrou na rebeldia de uns Estados Unidos ainda verde, a sua praia de eleição.</li>
<li style="text-align: justify;">A aproximação deste labor à trilogia de <b>The Godfather</b> é inevitável! A temática, a infância e desenvolvimento da personagem central, a própria captação de Robert de Niro (The Godfather II) acaba por transformar a associação inevitável e de colocar a descoberto aquilo que é visível na obra do realizador em abordagem: o mesmo recolhe influências de outros trabalhos seus contemporâneos e molda-os de acordo com o seu imaginário procedendo a uma reformulação de obras já existentes. A própria cena da ponte em <b>The Good, the Bad and the Ugly</b> não deixa de trazer à memória outros filmes como <b>The Bridge on the River Kwai</b>. Diria mesmo que a insuficiência de Sergio Leone na formulação de texto e encadeamento do enredo acaba por o colocar mais vulnerável à assimilação do conteúdo temático que o fascina trabalhado pelos seus pares.</li>
<li style="text-align: justify;"><b>Once Upon a Time in America</b> é um trabalho lento, bem ao estilo do realizador e que apresenta novidades na captação de imagens, nos efeitos sonoros empregues, no discurso, no argumento que aprofunda muito mais as personagens e está repleto de incursões à infância, ao centro da acção e ao presente nostálgico. Utiliza conceitos como a morte ou a amizade de forma bem mais coerente e constrói linhas de força mais correctamente articuladas quando em comparação com os quatro antecessores da década de 60. Nos demais elementos técnicos voltamos a ter uma música cativante, um guarda-roupa funcional e uma fotografia apelativa. A direcção artística é de novo esforçada mas é claramente rompida com a utilização dos mesmos espaços sem que seja suficientemente credível quanto à mudança óbvia que teria que ter decorrido nesses mesmos espaços. Sentimos alguma aversão de Leone à transformação das coisas pelo tempo. A caracterização esforça-se também por fazer o impossível e acaba naturalmente por pecar quando tenta resolver uma <i>gap </i>temporal tão grande... o envelhecimento das personagens falhou de grosso modo mesmo com a desculpabilização da carreira de actriz e de todos os cremes empregues por Elizabeth McGovern. Woods e Niro acabam por sair funcionais do processo mas a voz excessivamente jovial de Fat Moe acaba por constituir outro rombo irrevogável nas intenções da caracterização. Ainda assim ressalve-se a escolha das crianças, as quais todas acabam por evidenciar traços muito aproximados e credíveis face depois às personagens já num momento mais graúdo.</li>
<li style="text-align: justify;">Denote-se ainda a mulher e a sua abordagem nesta película (a qual acaba por ir ao encontro e reforçar exponencialmente aquilo que já se havia notado nos filmes antecessores): a mulher joga claramente um papel secundário no imaginário de Sergio Leone - periférica, sem grande interferência no enredo e encarada com um extremismo perturbador assumindo-se como a nova Virgem Maria ou então, como a mais reles prostituta do bairro. De mero objecto de satisfação sexual a objecto amorfo de aproximação amorosa entre dois homens ou então a apêndice maçudo, a mulher em <b>Once Upon a Time in America</b> não caminha gloriosa. Claudia Cardinale é inserida no primeiro filme desta trilogia em pleno centro (por obra de Bernardo Bertolucci perante a grande hesitação de Sergio Leone) assumindo também esta depois, aquele papel latente de prostituição. </li>
<li style="text-align: justify;">Inevitável também comentar a sexualidade de "Max" interpretado por James Woods - sempre na sombra do melhor amigo, procura dominá-lo, manobrá-lo, o tesão que emana surge na sequência das mulheres previamente possuídas por "Noodles". A carga dramática das suas acções, o gosto decorativo, a personalidade excêntrica e a derradeira morte que sempre esteve vinculada de algum modo a "Noodles". Os próprios diálogos em alguns momentos assumem aquilo que acaba por parecer razoável na âmbigua personalidade de "Max", um qualquer tipo de ligação homossexual da personagem interpretada por James Woods à personagem interpretada por Robert de Niro.</li>
<li style="text-align: justify;">Influenciável mas sóbrio, nostálgico mas intenso mesmo atendendo ao seu andamento mais lento: <b>Once Upon a Time in America</b> é o derradeiro produto de Sergio Leone e provavelmente um dos seus três melhores labores. Lamentável apenas como Hollywood não reconheceu a obra deste cineasta, o qual apesar de ser europeu afirmou um fascínio pela nação estadunidense sem precedentes.</li>
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Jo Iúrihttp://www.blogger.com/profile/14527507829490051162noreply@blogger.com0